Professores e alunos plantam cedro-rosa para marcar a chegada dos primeiros indígenas à Medicina

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Foi realizado na última sexta-feira (22), o plantio de uma muda de cedro-rosa (Cedrella fissilis) em um canteiro localizado no estacionamento da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. A muda foi plantada para marcar a entrada de dois estudantes indígenas no curso de Medicina. Breno José de Souza (da etnia Kariri) e Halley Cruz Pereira (Pira-tapuya) foram aprovados no Vestibular Indígena 2022. Os estudantes iniciarão a formação médica a partir de 2023, mas antecipam neste semestre, juntamente com a comunidade da FCM, as discussões sobre o percurso formativo a fim de promover adaptações na dinâmica do curso e, com isso, melhorar a integração entre os diferentes saberes socioculturais envolvidos nesse processo.

Nelson Filice de Barros, coordenador do Laboratório de Práticas Alternativas, Complementares e Integrativas em Saúde (LAPACIS) da FCM, afirmou que o cedro-rosa representa a paz no território. “Essa planta serve para saudar a chegada de vocês à universidade. Junto com vocês essa árvore deve crescer e florescer, durante o período que passarem aqui”, disse o docente, que foi o primeiro a contribuir com o plantio.

“O cedro-rosa é muito especial para nós. Que ele possa trazer paz para vocês nessa longa caminhada nos estudos e aos professores, aos alunos e à FCM em geral. Toda vez que não estivermos bem, que possamos ter essa referência do cedro-rosa como espírito de paz e força para todos nós”, declarou a doutoranda em Clínica Médica Kellen Natalice (Kaiowá). Após a fala, Kellen entoou um canto do povo Kaiowá sobre a volta do pássaro, que representa a volta de sua alma.

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A muda foi plantada na FCM para marcar a entrada de dois estudantes indígenas no curso de Medicina

Breno agradeceu por ter ingressado na universidade. “O sentimento maior é de gratidão por todos aqueles que me ajudaram, minha família e até mesmo a Unicamp. São apenas duas vagas, mas que podem servir de exemplo para as outras faculdades que infelizmente não aderiram [a esse tipo de programa]”, disse, desejando que possa contribuir ainda mais para engrandecer o nome da faculdade.

Halley destacou as dificuldades enfrentadas antes do ingresso na Universidade. “Desde o momento em que pus os pés na Unicamp, meus colegas disseram que foi difícil a luta para criar as vagas indígenas nesta faculdade. Estou muito feliz por toda a luta que tiveram. Espero representar muito bem o meu povo, assim como todas as etnias, para que nos anos seguintes mais pessoas arrumem espaço por aqui e se tornem bons profissionais”, declarou.

Verônica Fabrini, da Comissão Assessora para a Inclusão Acadêmica e Participação dos Povos Indígenas (Caiapi), tem coordenado o recebimento dos acadêmicos. Ela distribuiu flores de cedro-rosa para alguns dos presentes. “Desejo muito que isso cresça e crie raízes profundas, nos ensinando que temos que resgatar tantos conhecimentos dos quais os povos originários são portadores – conhecimentos esses que deram conta de pandemias e outros sofrimentos no passado”, disse.

Participaram ainda do plantio, pela FCM, o diretor associado Erich Vinicius de Paula, o coordenador do curso de graduação em Medicina da FCM, Fábio Husemann Menezes, e os docentes Edison Bueno, Fernanda de Castro Surita, Luis Fernando Farah de Tófoli e Herling Gregorio Aguilar Alonzo e, pela administração central da Unicamp, o pró-reitor de graduação da Unicamp, Ivan Felizardo Contrera Toro.

Matéria originalmente publicada no site da FCM.

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