HC está entre os 10 serviços do país que realizaram mais de 100 transplantes em 2021

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No mês em que se celebra o Dia Mundial do Rim (10 de março), as equipes do HC comemoram a presença do hospital  entre os 10 serviços do país que realizaram mais de 100 transplantes em 2021. O Dia Mundial do Rim promove a conscientização sobre doenças renais e sobre a necessidade de estratégias para sua prevenção e seu controle. 

No Brasil, o transplante de rim representa cerca de 70% do total de transplantes de órgãos, 90% dos quais financiados integralmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No Hospital de Clínicas , a nefrologia é a especialidade com o maior número de transplantes:  desde 1984, já foram mais de 3200.

Para a professora Marilda Mazzali, coordenadora dos transplantes de rins no HC da Unicamp, o enfrentamento da pandemia trouxe muitos aprendizados para seu setor de nefrologia. Foi possível, por exemplo, investigar o emprego de protocolos assistenciais em pacientes crônicos, pré-dialíticos e em pessoas que tinham função renal normal e ingressaram na UTI devido à Covid-19. “Nesses dois anos de pandemia, nós nos reinventamos, mas ainda temos muito a aprender sobre a síndrome pós-Covid de uma forma geral”, afirmou Mazzali.

Segundo ela, a pandemia trouxe uma mudança no perfil de atendimento. Desde a primeira onda, em 2020, o serviço manteve a prioridade para pacientes crônicos e transplantados. Houve uma redução de consultas de casos de menor complexidade, em razão, principalmente, da falta de transporte das prefeituras. “Infelizmente, houve uma queda inicial no acompanhamento de pacientes pré-dialíticos, mas para os pacientes renais crônicos dialíticos o atendimento não parou”.

Entre as reformulações de condutas para transplantes durante a pandemia, esteve o transplante com tempo de internação curto, com mais cuidados e imunossupressão redirecionada. “A maioria dos programas reduziu as atividades, principalmente no ano passado, mas nós mantivemos o serviço funcionando normalmente”, relata a docente. Em 2022, os dois primeiros meses tiveram uma queda histórica na doação, com a disseminação da variante Ômicron. “Em janeiro conseguimos 28 doadores, mas apenas dois foram viáveis e para um deles não havia receptor compatível”, esclarece Mazzali.

Ainda na avaliação da nefrologista, a pandemia agravou o problema para pacientes com doença renal controlada, acompanhados segundo um tratamento conservador. “Ao contrair a Covid-19 alguns se tornaram dialíticos”, esclarece. Pacientes com doenças renais, quando infectados pela Covid-19, podem ter a doença renal pré-existente agravada.

Entre os pacientes sem doenças renais que foram internados em estado grave na UTI por Covid-19, a maioria acabou desenvolvendo insuficiência renal aguda. “Tínhamos várias formas de dialisar, mas os pacientes eram muito instáveis. Isso exigiu técnicas mais específicas, como a diálise contínua. Quando o paciente se recupera bem da Covid, ele recupera a função renal”, esclarece.

Marilda ressalta que estão em andamento estudos globais sobre métodos de diagnóstico menos invasivos (sem biópsia). O Programa de Transplante Renal do HC da Unicamp irá integrar estudo multicêntrico internacional sobre o tema.

Doenças renais crônicas

A doença renal crônica tem, em geral,  etiologia multifatorial e pode ser agravada com a ausência de hábitos saudáveis. Ela pode estar associada a fatores como hipertensão, diabetes, glomerulonefrite (inflamação não-infecciosa dos glomérulos dos rins), doenças císticas renais, histórico familiar de doença renal crônica, problemas cardiovasculares, obesidade, fumo, infecção urinária e cálculos renais de repetição, uso de medicamentos que podem comprometer as funções dos rins e idade acima de 50 anos.

A prevenção é a alternativa mais viável para evitar a DRC. O surgimento de sintomas é indício de que o quadro da doença está avançado. São eles: constante vontade de urinar, com pouca quantidade de líquido, alterações da cor e cheiro da urina, dor constante no fundo das costas ou flancos, inchaço das pernas, pés, braços ou rosto, coceira, cansaço excessivo sem razão aparente, náuseas (principalmente pela manhã) e vômitos. O diagnóstico das DRC é feito por exame de urina com dosagem da creatinina no sangue. Não existe cura, mas os tratamentos retardam sua progressão. “A mudança nos hábitos é essencial em qualquer fase da doença, seja durante um tratamento conservador, em diálise ou mesmo após o transplante bem sucedido”, explica.

As formas de prevenção são: prática regular de exercícios físicos, cuidado com quadros de desidratação, baixo consumo de sal, carne vermelha e gorduras, controle de peso corporal, pressão arterial, colesterol e glicose, não fumar e consumir moderadamente bebida alcoólica. Na medida do possível, deve ser evitado o uso de anti-inflamatórios não hormonais. Os especialistas reforçam a necessidade de se realizar, uma vez por ano, exames laboratoriais para avaliar a saúde dos rins, por meio da dosagem de creatinina no sangue e análise de urina. Pacientes idosos, portadores de doença cardiovascular ou com história de doença renal em familiares têm grande potencial para desenvolver lesão renal e devem ser investigados periodicamente com os mesmos exames.

Dados da DRC no Brasil

Em números absolutos, o país ocupa a segunda posição mundial em transplantes renais. No ano passado, foram registrados 4.828 procedimentos desse tipo no Brasil. O HC da Unicamp realizou 135 transplantes.

Estima-se que existam 850 milhões de pessoas com doença renal no mundo. No Brasil, seriam mais de dez milhões de pessoas com a patologia. Desses, 90 mil estão em diálise, um processo de estímulo artificial da função dos rins, geralmente quando os órgãos têm cerca de 10% de funcionamento.

O Centro Integrado de Nefrologia da unidade atende pacientes com DCR e seus familiares, em ambulatórios especializados que acompanham o paciente em todas as fases da doença renal crônica. O cuidado integral do paciente é realizado através de um programa educativo com uma equipe multidisciplinar.

Matéria original publicada no site do Hospital de Clínicas da Unicamp.

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No Brasil, o transplante de rim representa cerca de 70% do total de transplantes de órgãos, 90% dos quais financiados integralmente pelo SUS

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