Física para Curiosos abre programação 2020 com diálogo sobre interdisciplinaridade

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A temporada 2020 do projeto Física para Curiosos teve início na última sexta-feira (6) com a palestra "Da Física da Matéria Condensada à (Bio)nanociência", realizada por Mônica Alonso Cotta, professora e diretora associada do Instituto de Física "Gleb Wataghin" (IFGW). Na apresentação, Mônica discutiu formas de se buscar a interdisciplinaridade entre os conhecimentos da Física e da Biologia, demonstrando como as duas áreas podem se complementar e se aperfeiçoar por meio de exemplos baseados em conceitos básicos da Física, elaborados ainda nos séculos XVIII e XIX. 

foto mostra mônica cotta no palco, durante sua apresentação, e a plateia acompanhando
Interdisciplinaridade entre Física e Biologia foi tema do primeiro Física para Curiosos de 2020

A partir dessa reflexão, a professora apresentou ao público exemplos de como essa colaboração entre as áreas pode apontar perspectivas para o futuro da biotecnologia. "Com o advento da mecânica quântica, que trouxe conhecimentos sobre a nanobiociência, que é o conhecimento de como as moléculas se comportam dentro de um sistema biológico, é possível pensar como isso pode repercutir até chegarmos na decifração do genoma de um vírus, algo que estamos vendo hoje em dia. Assim, a gente pode pensar no advento de novas tecnologias que podem impactar a área da saúde, por exemplo", explica Mônica. 

Ao longo da palestra, ela deu exemplos de descobertas científicas em que Biologia e Física colaboraram entre si de forma recíproca. Mônica mencionou os casos como o do desenvolvimento de um tipo de revestimento para materiais que faz com que nada grude nas superfícies revestidas, criação que é útil para várias áreas, desde cateteres cirúrgicos até asas de aviões que voam em regiões muito frias. Segundo Mônica, a criação desse tipo de revestimento foi possível graças ao estudo de algumas espécies de plantas carnívoras. 

Outra contribuição destacada pela professora foi o desenvolvimento de colas e adesivos inspirados na forma com que as lagartixas conseguem subir nas paredes. Isso foi possível com a descoberta de que as patas do animal aderem às superfícies graças às chamadas forças de Van de Waals, baseadas na atração e repulsão das moléculas umas contra as outras. 

A partir dos exemplos citados, Mônica justifica a importância de os dois campos científicos caminharem juntos na busca por novas soluções que beneficiem os seres humanos. "A biologia sempre foi nano, sempre trabalhou com átomos e moléculas. Eles sempre entenderam que tudo na biologia está relacionado à bioquímica. O que a gente faz é uma abordagem física que traz um aporte de conhecimento também para entender como é uma interação entre antígenos e anticorpos, como eu posso integrar isso em um nanomaterial para virar um sensor de alta sensibilidade com que eu possa detectar uma doença antes de ela começar a aparecer, ou quando ela já está quase indistinguível no corpo humano", comenta. 

foto mostra monica cotta, enquadrada da cintura para cima, no palco, durante sua apresentação
Mônica Cotta: "O que a gente tem hoje não existiria sem a ciência dos últimos 200 anos"

"Estamos todos em processo de aprendizagem"

O Física para Curiosos é um projeto do IFGW que apresenta temas da Física para o público em geral, com o objetivo de aproximar a ciência das pessoas e chamar a atenção para a importância das pesquisas desenvolvidas nas universidades e centros de pesquisa. 

Para Mônica, também é uma oportunidade para que pesquisadores pensem em como dialogar com o público externo, algo que não está entre as principais preocupações do dia a dia. "É muito fácil a gente falar entre os cientistas, com nossos jargões e ideias que às vezes não fazem sentido, por exemplo, com um industrial. A gente precisa aprender a cruzar essas pontes. Tem pessoas que fazem isso muito bem, mas não são todos", ressalta Mônica. 
 

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foto mostra monica cotta, enquadrada da cintura para cima, no palco, durante sua apresentação. Clique enter para acessar

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