Vem aí o UnicampAfro, evento dedicado à cultura negra na universidade

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Novembro é o mês da consciência negra e, pela primeira vez, a Unicamp vai realizar o UnicampAfro, evento em que serão discutidos temas ligados à contribuição da cultura africana na formação da identidade do Brasil em uma perspectiva multidisciplinar, de forma a contribuir com o combate ao racismo e com a inclusão da população negra na universidade. 

A programação foi anunciada na tarde desta quarta-feira (9) no auditório do Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS) do campus de Campinas. O lançamento contou com a presença do reitor, Marcelo Knobel, da diretora da Diretoria Executiva de Direitos Humanos (DEDH) da Unicamp, Néri de Barros Almeida, e da presidente da Comissão Assessora de Diversidade Étnico-Racial da DEDH, Debora Jeffrey, além de representantes de núcleos e organizações da universidade parceiros na realização do evento. 

A abertura oficial será no dia 1 de novembro, a partir das 19h, no Salão Nobre da Faculdade de Educação (FE) e terá como primeira atividade uma roda de conversa sobre como pensar a educação para o combate à discriminação e à intolerância religiosa. A mediação será de Airton Júnior, mestrando em Educação pela FE. A programação segue até o dia 30 de novembro com mostras de cinema e artes, oficinas culturais, conferências e mesas-redondas, rodas de conversa, entre outras atividades. Elas vão ocorrer no campus da Unicamp de Campinas, no CIS Guanabara e na OAB Campinas. 

Em 20 de novembro, feriado da Consciência Negra, a organização convida a todos para participar da Corrida e Caminhada da Consciência, ação realizada pela Faculdade Zumbi dos Palmares, parceira do UnicampAfro. Ela será no Campo de Marte, em São Paulo, com largada às 7h. Em Campinas, haverá mais uma edição da Marcha Zumbi dos Palmares, momento de união do Núcleo Consciência Negra da Unicamp com outros movimentos negros da cidade. A concentração está marcada para às 10h na Estação Cultural Antonio da Costa Santos (antiga Estação Cultura). 

A programação completa pode ser conferida no site do UnicampAfro. Todas as atividades são gratuitas e não é necessário fazer inscrição prévia. 

Continuidade das ações afirmativas

A ideia de reunir todas as atividades alusivas à consciência negra em um grande evento surgiu como uma continuidade e um aprofundamento das ações afirmativas realizadas pela universidade desde a implementação do sistema de cotas étnico-raciais no vestibular da Unicamp. A medida foi aplicada pela primeira vez na edição 2019 da prova, que destinou 25% das vagas para candidatos autodeclarados pretos e pardos. A criação do Vestibular Indígena também acompanhou essas ações, pensadas para ampliar a diversidade no espaço acadêmico. 

No entanto, para que a inclusão desses alunos ocorra de forma plena, apenas o acesso à universidade não é suficiente. São necessárias ações constantes que permitam a eles sentirem a integração de forma plena. "Não adianta ter diversidade sem ter inclusão efetiva, sem você poder trabalhar efetivamente a permanência, e questões muito mais sérias ligadas ao racismo que existe de uma maneira geral na sociedade", pontuou o reitor Marcelo Knobel. 

Para isso, uma série de audiências públicas foram realizadas para discutir com a comunidade universitária as melhores formas de se organizar para promover essas ações. As propostas incluíram a criação da DEDH em março deste ano e, em agosto, da Comissão Assessora de Diversidade Étnico-Racial. "Pensamos que o UnicampAfro seja um momento de reflexão e, ao mesmo tempo, inserção. E, por outro lado, um início de conversa para se pensar o negro aqui na Unicamp e como a gente faz essa integração com a sociedade", analisou Debora Jeffrey, presidente da Comissão. 

"Pensamos que o UnicampAfro seja um momento de reflexão e, ao mesmo tempo, inserção", analisou Debora Jeffrey
Debora Jeffrey é presidente da Comissão Assessora de Diversidade Étnico-Racial

Para Néri de Barros Almeida, diretora da DEDH, estas são ações que indicam um amadurecimento da universidade nessas discussões. "Eu espero que tenha um envolvimento amplo da comunidade, que a gente comece a entrar em um momento do processo de inclusão mais maduro, que a gente faça uma reflexão sobre o que significa a Unicamp apostar nas cotas, a Unicamp falar de diversidade em profundidade", comenta. 

Um mês para toda a comunidade

Aluno do 1º ano de Ciências Sociais da Unicamp, Guilherme Antunes representou o Núcleo Consciência Negra (NCN) no lançamento e destacou a satisfação de poder participar da organização logo no início da vida universitária. Ingresso por meio das cotas étnico-raciais no Vestibular 2019, ele explicou o quanto espera que a programação possa discutir também as contribuições da população negra não só para a cultura universitária, mas também para a ciência. "É muito importante a gente mostrar como é que vamos partir, daqui para a frente, para novos parâmetros de cultura e de inserção da comunidade negra dentro da Unicamp. Além da cultura, de questões epistemológicas. Estamos trabalhando isso nas Ciências Sociais, eu estou trabalhando com esse recorte, e é muito importante mostrar que, por mais que nossa cultura africana seja mais oral, nós conseguimos produzir ciência de altíssima qualidade", relatou Guilherme. 

Ingresso pelo sistema de cotas étnico-raciais, Guilherme Antunes representa o Núcleo de Consciência Negra
Ingresso pelo sistema de cotas étnico-raciais, Guilherme Antunes representa o Núcleo de Consciência Negra

Além de alunos e professores, o UnicampAfro pretende envolver toda a comunidade universitária. Funcionária há 32 anos do Instituto de Biologia e diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), Elisabeth Cardozo terá o prazer de contribuir com seu conhecimento e experiência. "Vai ser o Novembro Negro mais feliz da minha vida!", garantiu a funcionária. 

Serviço

UnicampAfro - 1 a 30 de novembro
Realização: Comissão Assessora de Diversidade Étnico-racial da DEDH, Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS), Diretoria de Cultura da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Dcult), Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp), Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), Núcleo de Consciência Negra da Unicamp, Coletivo Conexão Preta Unicamp-Limeira/SP, Faculdade Zumbi dos Palmares. 
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Debora Jeffrey, Marcelo Knobel e Néri de Barros Almeida
Núcleos e entidades que representam a diversidade participaram do lançamento
Alunos da graduação e pós-graduação estão envolvidos no organização
Objetivo do UnicampAfro é envolver toda a comunidade universitária
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Novembro será dedicado à Consciência Negra na universidade; Inclusão cultural e científica da comunidade negra estão entre os temas de debate

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