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Sávio Vianna, da FEQ, vence Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia

O software STOKES é o primeiro do Brasil destinado a simulações de cenários de explosão. A tecnologia foi licenciada para uma Universidade da Colômbia e está disponível para outros licenciamentos

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O pesquisador Sávio Vianna, livre docente da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp, foi o ganhador do Prêmio Kurt Politzer Tecnologia 2021 pelo desenvolvimento do programa de computador STOKES, o primeiro software brasileiro – e um dos poucos do mundo - capaz de prever o risco de explosões acidentais. A notícia foi divulgada durante o 26º Encontro Anual da Indústria Química, evento organizado pela ABIQUIM (Associação Brasileira da Indústria Química).

Não esperava ser contemplado com esse prêmio. Estou extremamente feliz com o reconhecimento, ainda mais por se tratar de uma tecnologia que teve produção 100% brasileira. É um software inovador e nacional”, comemora Vianna.

A submissão para o prêmio previa o envio de um formulário com informações gerais e a descrição da tecnologia em até cinco páginas, com questões que abordavam a inovação do produto e o potencial de mercado. O software teve pedido de patente depositado pela Agência de Inovação Inova Unicamp junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e já foi licenciado, em caráter não exclusivo, para a Universidad San Buenaventura, da Colômbia, para a realização de pesquisas e uso acadêmico. 

Sobre o Prêmio Kurt Politzer

O Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia, lançado em dezembro de 2001 pela ABIQUIM, tem como objetivo estimular a pesquisa e a inovação na área química do país. Ele distingue projetos de inovação tecnológica que demonstrem a inventividade de empresas e pesquisadores da área da química. O programa STOKES apresenta duas inovações em relação ao software já existente no mercado destinado para o mesmo fim: inova no uso do modelo de porosidade com um novo espaço geométrico e leva em consideração o processo químico que ocorre na explosão, e não apenas a mistura.

Conheça o Software vencedor

Uma pesquisa em sites de busca mostra diversos casos de acidentes causados por explosões em indústrias químicas em diferentes países, com mortos e feridos. Procurando uma alternativa monetariamente viável, o professor Sávio Vianna e sua ex-aluna do doutorado, Tatiele Ferreira, desenvolveram uma tecnologia totalmente nacional capaz de oferecer uma solução precisa e preventiva para as explosões.

A pesquisadora, orientada pelo professor Vianna, foi precursora do segundo código do software, com o trabalho intitulado Desenvolvimento de um simulador computacional para combustão pré-misturada e acidental na indústria química. O programa calcula numericamente cenários de explosões, tornando possível simulações que considerem todos os detalhes de uma planta, prevendo uma possível explosão e os danos que a acompanhariam.

Foram diversas etapas na construção do programa, que começou como pesquisa de Iniciação Científica e hoje está com a Universidade de Cambridge para que possamos ampliar os testes e melhorar o equipamento de medição”, afirma o docente.

O programa é dividido em partes que chegam a cinco mil linhas de programação. Ele se baseia na técnica CFD (Fluídodinâmica Computacional). Trata-se de uma resolução numérica das equações que coordenam os fluídos; no caso da tecnologia, a reações de combustão.

Assista ao vídeo que mostra uma simulação de cenário de explosão, realizado pelo software:

O professor Vianna salienta a efetividade do software. Para ele, o desenvolvimento da tecnologia responde ao conceito fundamental da universidade pública, pois recursos humanos foram formados junto ao desenvolvimento do equipamento. Além disso, é um software capaz de atender a sociedade na prevenção dos danos gerados pelas explosões, trazendo também a possibilidade de atender demandas do exterior com uma tecnologia totalmente nacional.

Matéria original publicada no site da Agência de Inovação Inova Unicamp.

Imagem de capa JU-online
O software STOKES é o primeiro do Brasil destinado a simulações de cenários de explosão. A tecnologia foi licenciada para uma Universidade da Colômbia e está disponível para outros licenciamentos

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