O Bilontra

 

QUADRO XI

 

O terraço do Teatro São Pedro de Alcântara em noite de espetáculo.

 

CENA I

 

ESPECTADORES de ambos os sexos, JOGATINA e FAUSTINO, que entram no fim do coro

 

CORO -            É monumental!

Viram coisa igual?

Que estopada!

Que maçada!

E por mangação

Outra peça dão!

A Duse está doente;

Mas que será?

Ela enferma está...

‘Sta constantemente!

É monumental, etc.

FAUSTINO (Entrando, acompanhado por Jogatina.) – Bonito! E agora?

JOGATINA – Quem esperava por isso?

FAUSTINO – Já é caiporismo! E ainda vem o tal Andó, muito lampeiro, dizer que, em vez do drama, se representam duas comédias em que não entra a Duse!...

JOGATINA – Foste roubado...

FAUSTINO – Ainda se transferissem o espetáculo e restituíssem o dinheiro das cadeiras...

JOGATINA – Restituíssem! Mas se não pagaste?

FAUSTINO – Pois justamente nisso é que estava o câmbio...

JOGATINA – Afinal de contas, és tu que me dás lições... Que bilontra!

FAUSTINO – Agora ninguém comprará o resto dos bilhetes! E eu fiquei de os pagar... Ora adeus! mais uma vítima pouco importa!... (Vão para a balaustrada do terraço e olham para fora.)

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