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Emílio ou da Educação: as categorias axiológicas do pensamento educacional e pedagógico de Jean-Jacques Rousseau – Chaves para uma possível reflexão sobre a formação do professor

 

Gustavo Araújo Batista

Universidade Estadual de Campinas

 

O propósito deste estudo é fazer uma abordagem sobre as categorias axiológicas do pensamento educacional e pedagógico de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), filósofo genebrino cujas reflexões filosóficas muito influíram na história do pensamento político, educacional e pedagógico da civilização ocidental. Desse modo, acredita-se que tais reflexões possam contribuir para se refletir sobre a formação do professor neste limiar de milênio.

A categoria axiológica é uma expressão aqui utilizada para designar o termo que expressa o valor do qual se serve determinado autor tanto para a construção quanto para a aplicação da sua reflexão filosófica destinada a determinado tipo de questão. Assim, sempre que se mencionar tal expressão, remeter-se-á a um elemento qualquer do conjunto terminológico do qual Rousseau se serve para engendrar a sua teoria dos valores que, por sua vez, é operacionalizada no âmbito educacional e pedagógico. 

A razão pela qual aqui também se diferenciam os termos educacional e pedagógico repousa no fato de que, embora tais termos estejam intimamente relacionados a ponto de serem praticamente inseparáveis, isso não significa que possam ser tratados exatamente como sinônimos, uma vez que o primeiro diz respeito especificamente àquilo que se deve fazer em relação à formação do ser humano em geral (o que significa afirmar que a dimensão educacional contempla aquilo para o qual o ser humano deve ser preparado, treinado, instruído e disciplinado), ao passo que o segundo diz respeito especificamente ao modo como se fará aquilo que se almeja com a tarefa educativa (o que significa afirmar que a dimensão pedagógica concerne à elaboração e à seleção metodológica que melhor atenda às concepções oriundas da dimensão educacional). Assim, a pedagogia é aquilo que operacionaliza a educação, tornando-a, dessa forma, reflexiva e funcional, a fim de que a mesma não se torne uma mera repetição mecânica e sem qualquer tipo de autocrítica e de finalidade.

Para que se possa levar a cabo o intento máximo deste estudo – a apresentação das categorias axiológicas da educação e da pedagogia rousseauniana –, é preciso que se apresente o horizonte axiológico vislumbrado por Rousseau, a partir do qual seleciona o conjunto de valores pertinentes à construção da sua teoria axiológica que culminará em sua teoria educacional e pedagógica, teoria tal consignada na sua obra magna sobre o tema educacional e pedagógico, qual seja, Emílio ou Da Educação (1), publicado em 1762. Assim, seguir-se-á o esquema presente na referida obra como forma de se explicitar qual o horizonte axiológico que Rousseau enfoca para dele extrair os elementos (isto é, as categorias axiológicas) necessários à sua reflexão filosófica que toma por objeto a educação e a pedagogia. 

 

 

O Plano do Emílio

 

A obra está dividida em cinco livros; cada um deles contempla períodos do desenvolvimento físico e mental de um ser humano imaginário – chamado Emílio – que representa, para Rousseau, o educando ao qual se aplicou o seu projeto educacional e pedagógico. Existe um testemunho segundo o qual

 

Num primeiro e incompleto rascunho do Emílio (MS Favre), Rousseau divide em quatro os estágios de desenvolvimento do homem; a idade da natureza (até os 12 anos) (2); a idade da razão (inteligência) (12-15) (3); a idade da energia, força vital (15-20) (4); a idade da sabedoria (20-25) (5). Embora não aderisse a um tão esquemático padrão na obra final, ele serve, no entanto, como útil quadro de referência. (DENT, 1996: 117)

 

Desse modo, em se percorrendo toda a obra, verificar-se-á que, ao longo da narrativa nela contida, Rousseau vai mostrando, pouco a pouco, as categorias axiológicas que o orientaram na proposição de seu novo modelo educacional e pedagógico, modelo tal no qual freqüentemente se tem apostado ao longo da história do pensamento educacional e pedagógico, apesar das objeções e das reformulações que também lhe têm sido feitas.

No primeiro livro do Emílio, Rousseau, discorrendo acerca da idade da natureza, revela ser esta, isto é, a natureza, a categoria axiológica fundamental não somente para se compreender mas, sobretudo, para se aplicar a sua proposta educacional e pedagógica, uma vez que é em torno dela que gira todo e qualquer valor que possa ter a tarefa educativa. Eis a exortação feita pelo próprio Rousseau em relação ao ideal da arte de educar: Observai a natureza e segui a rota que ela vos traça” (2004: 24).

Sendo a natureza o valor-chave da educação, é preciso entender, conseqüentemente, a concepção de natureza de Rousseau, o que não é uma tarefa tão fácil pelo fato de que o próprio filósofo genebrino não parecia estar tão preocupado, ao longo de suas obras, que evocam, amiúde, a noção de natureza, com uma conceituação rigorosa e precisa desse termo, fato esse que lhe custou, por exemplo, a crítica do filósofo norte-americano John Dewey (1859-1952), que acusará Rousseau, no capítulo IX de sua obra intitulada Democracia e Educação (6), de servir-se da noção de natureza de forma vaga (1979: s/d). Todavia, é possível vislumbrar o que Rousseau concebe por natureza através da oposição feita por ele entre aquilo que é natural e aquilo que é social, isto é, de um lado, a natureza (o conjunto de tudo aquilo que não foi criado pelo ser humano) e, do outro, a sociedade ou a civilização (o conjunto de tudo aquilo que o ser humano criou através de sua maneira de relacionar-se com a natureza), argumentando que tudo aquilo que o ser humano socialmente produziu só serviu para deturpar aquilo que naturalmente era bom, seja em relação a si mesmo, seja em relação à própria natureza. Isso está bem explicitado logo na abertura do Emílio:

 

Tudo está bem quando sai das mãos do autor das coisas, tudo degenera entre as mãos do homem. Ele força uma terra a alimentar as produções de outra, uma árvore a carregar os frutos de outra. Mistura e confunde os climas, os elementos, as estações. Mutila seu cão, seu cavalo, seu escravo. Perturba tudo, desfigura tudo, ama a deformidade e os monstros. Não quer nada da maneira como a natureza o fez, nem mesmo o homem; é preciso que seja domado por ele, como um cavalo adestrado; é preciso apará-lo à sua maneira, como uma árvore de seu jardim (2004: 7).

 

Assim, pode-se inferir que, segundo Rousseau, a natureza é a fonte de toda bondade e perfeição, razão pela qual deve ser o ideal a ser buscado em prol da reforma educacional e pedagógica por ele pretendida, reforma tal que tem como intuito culminar em uma reforma política, social e, principalmente, moral.

O fato de Rousseau não deixar transparecer uma noção exata do que entende por natureza talvez repouse no fato de que, tanto para si mesmo quanto para os seus interlocutores imediatos e próximos, tal conceito era um lugar comum já pressuposto, cuja compreensão era idêntica, razão pela qual não se fazia necessário aclará-lo. Todavia, isso não impede que se perceba a ênfase dada por Rousseau à primazia que a natureza deve ter ao se empreender a educação e a pedagogia.

Ainda no livro I do seu Emílio, Rousseau argumenta que a educação é uma atividade complementar e simultânea em relação à atividade da natureza, uma vez que, segundo ele: Nascemos fracos, precisamos de força; nascemos carentes de tudo, precisamos de assistência; nascemos estúpidos, precisamos de juízo. Tudo o que não temos ao nascer e de que precisamos quando grandes nos é dado pela educação” (2004: 9). Isso significa que, embora seja a natureza a categoria axiológica mais importante da sua reflexão filosófica para com a educação e a pedagogia, observa-se que a educação apresenta-se, aqui, como a segunda categoria axiológica mais importante da qual Rousseau se utiliza, pois, sem ela, a natureza não conseguiria levar a bom termo o seu trabalho.   

Ao discorrer acerca da educação, Rousseau compreende-a como uma atividade que contempla três dimensões, a saber: a dimensão da natureza, a dimensão dos homens e a dimensão das coisas, ou seja:

 

Essa educação vem-nos da natureza ou dos homens ou das coisas. O desenvolvimento interno de nossas faculdades e de nossos órgãos é a educação da natureza; o uso que nos ensinam a fazer desse desenvolvimento é a educação dos homens; e a aquisição de nossa própria experiência sobre os objetos que nos afetam é a educação das coisas (2004: 9).

 

De acordo com esse testemunho, pode-se ser conduzido a pensar que a educação é, sob a perspectiva rousseauniana, um processo concomitantemente ativo, passivo e reflexivo; ativo no sentido de que o educador deve ensinar o educando a servir-se de seu desenvolvimento físico e mental, sempre respeitando a lei do progresso natural, uma vez que natura non facit saltus (7); passivo no sentido de que tanto o educador quanto o educando devem levar em consideração o desenvolvimento natural deste, submetendo-se-lhe para que se dêem tanto o ensino quanto a aprendizagem de modo eficaz; reflexivo no sentido de que tanto o educador quanto o educando devem raciocinar sobre a experiência que ambos têm com aquilo que os afeta, ou seja, trata-se de uma atividade na qual o mestre e o aprendiz refletem sobre aquilo que fazem, como o fazem, por que e para que o fazem, bem como sob quais circunstâncias o fazem.

Por constituírem os livros I e II do Emílio uma abordagem acerca da idade da natureza, verifica-se que tal idade compreende, em verdade, os dois primeiros períodos da existência do indivíduo, que são, pois, aquele em que é tratado, primeiro, como infans – a criança bebê, ou infante – (livro I) e, em seguida, como puer – a criança menino – (livro II). Contudo, Rousseau prefere utilizar-se do termo aqui traduzido como criança – enfant, em francês – para se referir ao indivíduo que ainda se encontra na idade da natureza, apesar de saber que criança (ou infante) é um termo que diz respeito especificamente ao período em que o indivíduo encontra-se no seu mais primitivo estágio de desenvolvimento físico e mental (razão pela qual não consegue ainda falar, pensar, sentir ou locomover-se em níveis mais complexos), ao passo que o termo puer, aqui traduzido a partir de agora simplesmente como menino (a), diz respeito particularmente à última fase da idade da natureza, em que o indivíduo já conseguiu alcançar níveis elementares de desenvolvimento físico e mental (motivo pelo qual já consegue falar, pensar, sentir ou locomover-se em níveis mais simples).

Criança e menino (a) podem ser tomados como duas categorias axiológicas para as quais Rousseau chama a atenção no tocante ao fato de que, embora tanto a criança quanto o (a) menino (a) façam parte da idade da natureza, o que deve ser feito para a criança ser educada segundo os seus princípios não é precisamente o mesmo que se deve fazer em relação à educação do (a) menino (a), uma vez que os procedimentos para com a criança estão mais voltados para os cuidados iniciais a serem tomados para que não se perca na criança a sua tendência natural para a bondade, deixando-se-lhe construir noções equivocadas que farão dela um indivíduo naturalmente corrompido; de modo semelhante em relação ao (à) menino (a), deve-se nele (a) preservar a sua bondade inata, acrescentando-se a isso a educação física (sensorial, higiênica, desportiva) e mental (intelectual e moral), sempre de acordo com a capacidade da  sua idade, evitando-se, pois, especulações, jargões, máximas e exercícios físicos que não estão ao seu alcance e que não têm utilidade alguma para ele (a). 

Ao se chegar ao livro III, Rousseau apresentará Emílio como um indivíduo que já atingiu a idade da razão. Isso permite ao educador evoluir para níveis mais abstratos e complexos tanto na dimensão da educação física quanto na dimensão da educação mental, o que deverá ajudar o educando a desenvolver-se cada vez mais física e mentalmente, seja aprendendo algum ofício manual, seja aprendendo a refletir sobre questões intelectuais, sociais e morais, desde que não se perca o fio condutor da utilidade. Desse modo, pode-se notar que a razão é uma outra categoria axiológica da qual Rousseau lança mão para prosseguir em sua teoria educacional e pedagógica, uma vez que é importante tanto para o educador quanto para o educando terem consciência de que são seres racionais e, como tais, devem enxergar a razão como uma faculdade extremamente útil ao ser humano, uma vez que constitui o denominador comum da humanidade, além do fato de que faz parte do projeto da natureza tornar o homem racional.   

No livro IV, Rousseau expõe Emílio também como um ser passional, uma vez que as paixões, ou seja, os desejos, as emoções ou os sentimentos, são elementos que fazem igualmente parte da condição humana, ao lado da razão. Desse modo, é preciso que se seja educado para se ter domínio sobre elas, uma vez que podem obscurecer e deturpar a razão de maneira a silenciá-la tão intensa e eficientemente que o indivíduo, uma vez à sua mercê, seja levado a pensar, a sentir e a agir muito mais passionalmente do que racionalmente, o que é extremamente danoso para ele. No entanto, atente-se para o fato de que as paixões não são, em si mesmas, boas ou más; elas podem seguir um caminho bom ou mau de acordo com a sua obediência ou desobediência em relação à razão, o que significa afirmar que é a razão que torna a paixão boa por dominá-la, do mesmo modo que, quando a razão não controla a paixão, esta se torna má. A paixão constitui, pois, uma categoria axiológica necessária à compreensão da teoria educacional e pedagógica rousseauniana, pois é por ela que Rousseau procura resgatar a dimensão emocional ou sentimental do ser humano, tão fortemente desvalorizada e recriminada numa época de extrema euforia e otimismo em relação à razão, que foi o século XVIII, a ponto de condenar tudo aquilo que não fosse, em si mesmo, racional.

Propondo a harmonização entre a paixão e a razão, Rousseau, ainda no livro IV, procurará direcionar tal harmonização para as questões religiosas e morais. É assim que ele espera responder aos problemas religiosos e morais de sua época argumentando que existe uma religião natural, da qual se pode extrair uma moralidade também natural, que dispensa o fanatismo e o pertencimento a determinada instituição religiosa, visto que as diversas religiões ou igrejas disputavam entre si a hegemonia, mergulhando a sociedade e a política num oceano turbulento de conflitos intermináveis, promovendo perseguições, torturas e mortes. Para remediar tais mazelas, Rousseau propõe que seu Emílio seja um homem equilibrado no sentido de respeitar as convicções religiosas e morais das pessoas sem, entretanto, deixar-se levar pela cegueira do fanatismo que nada tem a oferecer à humanidade a não ser a guerra, a destruição, a morte e todos e quaisquer tipos de males que venham a assolar a humanidade.

Partindo para a fase final de sua teoria educacional e pedagógica, no livro V do Emílio Rousseau apresentará a idade da sabedoria e do casamento proposta para o seu educando. Uma vez educado física e mentalmente para viver em uma sociedade má e corrompida, o homem bom e natural rousseauniano será inserido num meio social para servir-lhe de exemplo a ser seguido e imitado. Porém, é preciso escolher para ele uma companheira adequada e certa, que o compreenda e que o ame tal como é, e que, sobretudo, não ponha a perder a educação por ele recebida, razão pela qual tem de ser uma mulher educada segundo os mesmos princípios nos quais Emílio o fora. A mulher escolhida chama-se Sofia.

A escolha de Sofia como esposa exige que Emílio depare-se com um problema até então ausente de suas reflexões: trata-se do problema do relacionamento conjugal. Isso requer dele uma rigorosa disciplina em relação aos seus sentimentos para com Sofia, uma vez que os mesmos, se não forem racionalizados, podem fazer com que Emílio se esqueça de tudo aquilo para o qual fora educado. Assim, para que aprenda a dominar a sua paixão por Sofia, é preciso que dela se afaste por algum tempo, que viaje, a fim de averiguar se é realmente ela a eleita de seu coração.

Ao viajar, Emílio trava conhecimento de outros povos, com suas diferentes organizações políticas, econômicas, sociais e culturais. Ao contrário do conhecimento estritamente livresco, Emílio tem conhecimento por experiência própria, condição indispensável para se adquirir a sabedoria. O momento das viagens é o momento em que Emílio também se aperfeiçoa em seu conhecimento sobre política, indispensável ao cidadão bem educado. Assim, verifica-se, em Rousseau, a preocupação com a questão da cidadania de seu educando, que contempla o conhecimento teórico e prático tanto da estrutura quanto do funcionamento do Estado, bem como o conhecimento relativo ao governo e às leis, com seus princípios, limites, extensões e finalidades. Portanto, a cidadania é a categoria axiológica com a qual Rousseau vai encerrando suas considerações acerca de sua teoria educacional e pedagógica, pois o objetivo supremo e absoluto da educação é formar o homem em sua plenitude, não prescindindo de nada de que possa precisar para viver sabiamente.

Retornando das viagens, Emílio decide-se casar com Sofia; seus sentimentos em relação a ela já estão dominados e ele já está também pronto para assumir as suas funções de marido e de pai. Imbuído de imensa e de intensa gratidão em relação ao seu mestre Jean-Jacques, anuncia-lhe que está próximo de ser pai, pedindo-lhe que o auxilie a educar o seu filho da mesma forma que fora por ele educado, o que revela a importância dada por Rousseau à responsabilidade familiar e, principalmente, paterna, pela educação dos filhos. Desse modo, pode-se verificar que a família é, para Rousseau, a categoria axiológica que coroa suas considerações acerca de sua teoria educacional e pedagógica.

 

 

  Considerações Finais

 

Jean-Jacques Rousseau não teve tantas preocupações puramente teóricas como filósofo, uma vez que o seu pensamento tem caráter eminentemente prático, embora o seu Emílio seja uma obra muito mais especulativa em relação à problemática educacional e pedagógica. Todavia, é inegável o caráter essencialmente prático do Emílio, haja vista a aposta que com ele Rousseau faz no sentido de responder às necessidades de reestruturações educacionais e pedagógicas de sua época, o que inevitavelmente incide sobre as reflexões no tocante à formação do professor, elemento imprescindível no processo educacional e pedagógico.

Apesar de ser uma obra escrita muito mais a partir de elucubrações no tocante à bondade natural humana do que em experiências como educador, isso parece não ter tirado de Rousseau o mérito de ser considerado um dos fundadores da pedagogia moderna, que apresenta, em geral, uma perspectiva muito mais otimista em relação à condição humana, elevando-a a uma dignidade que, até então, estava intensamente obscurecida e esquecida pelas correntes pedagógicas tradicionais, que enxergavam o ser humano muito mais como uma criatura má, perversa e corrompida do que como um ser bom, nobre e generoso.

Rousseau chamou a atenção para o fato de que se deve levar em conta os diversos e diferentes estágios de desenvolvimento físico e mental do ser humano, lançando luzes para o fato de que cada indivíduo é singular e que, portanto, pode ter um ritmo próprio para ser educado, ritmo tal que o educador não deve ignorar sob pena de por a perder o seu trabalho.

As categorias axiológicas apresentadas neste estudo sobre o Emílio são elementos extraídos de uma leitura da referida obra com o intuito de oferecer uma orientação no tocante aos valores que nortearam a elaboração dos princípios, dos métodos e dos objetivos propugnados por Rousseau em defesa de sua teoria educacional e pedagógica, teoria essa proposta a partir de um horizonte axiológico que não só pode como deve ser contemplado para que se possa, neste nascente terceiro milênio da Era Cristã, armar-se teórica e praticamente para responder aos desafios educacionais e pedagógicos que ora se fazem presentes; Rousseau, certamente, apontará o seu Emílio para servir de orientação àqueles que querem, ainda para hoje, uma educação e uma pedagogia que faça do ser humano um ser pleno, na medida de suas possibilidades.   

 

 

   Referências Bibliográficas

 

1.   DENT, N. J. H. Dicionário Rousseau. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1996.  

2.  DEWEY, J. Democracia e Educação: introdução à filosofia da educação. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1979.

ROUSSEAU, J-J. Emílio ou da Educação. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

 

Notas

 

(1) À guisa de simplificação, doravante esta obra será mencionada com a designação Emílio.

(2) Livros I e II.

(3) Livro III.

(4) Livro IV.

(5) Livro V.

(6) Cf. DEWEY, J. Democracia e Educação: introdução à filosofia da educação. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1979.

(7) Tradução: A natureza não dá saltos”, princípio segundo o qual se deve compreender e respeitar o caminho seguido pelo processo natural das coisas, que se faz por fases rigorosamente percorridas e nunca omitidas. Tal aforismo encontra-se, embora com algumas variações, principalmente nas obras dos seguintes pensadores: Mestre Eckart (± 1260-1327), filósofo e teólogo germano; Carolus Linaeus – Lineu (1707-1778), naturalista (biólogo) sueco; Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716), filósofo, teólogo, matemático e jurista alemão; Charles Fourier (1772-1837), socialista utópico francês.

 

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