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Dissertação descreve técnica
eficaz para cirurgia nas mãos

RAQUEL DO CARMO SANTOS

O neurocirurgião Paulo Roland Kaleff: “Demonstramos que o procedimento pode ser feito com segurança” (Foto: Antoninho Perri)O neurocirurgião Paulo Roland Kaleff descreveu em sua dissertação de mestrado apresentada na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) uma técnica eficiente para corrigir os problemas decorrentes da síndrome do túnel do carpo, problema por meio do qual o paciente apresenta dores acompanhadas de formigamento na palma da mão, principalmente noturnos e, em casos mais graves, a atrofia e perda de movimento nas mãos. “Atualmente é uma das patologias mais comuns em nosso meio, mas a doença é antiga, sempre existiu. A partir da Segunda Guerra Mundial, no entanto, com a evolução das técnicas diagnósticas e um consenso sobre o que seria a doença o diagnóstico passou a ser mais preciso e a cirurgia indicada em casos de queixa persistente e atrofia da mão”, relata o médico que foi orientado pelo professor Donizete César Honorato.

Basicamente, o quadro se dá quando há a compressão do nervo mediano ao nível do punho, no túnel do carpo, estrutura osteoligamentar que contém porção do nervo mediano. Nos casos de doença, a pressão neste túnel está aumentada causando sofrimento do nervo. Em geral, é associada a esforços repetitivos, como digitação, serviços de manufatura ou costura. A fisioterapia e uma mudança na postura são suficientes para que as dores não sejam um empecilho para o paciente exercer suas atividades normais nos casos mais leves. Quando o estágio está avançado, a cirurgia é a terapia de escolha, no entanto, esbarra na validação da segurança que o procedimento cirúrgico oferece.

Segundo Kaleff existem várias técnicas usuais para a incisão. Na chamada clássica aberta, por exemplo, é feito um corte extenso na palma da mão para a descompressão do canal do carpo. Embora seja um procedimento relativamente simples, a questão é, justamente, as ocorrências possíveis no pós-operatório. Uma delas seria a limitação no movimento das mãos por cicatriz dolorosa ou fibrose exagerada. A técnica endoscópica consiste em uma das menos invasivas, porém, com custo elevado. “Só o kit instrumental descartável custa em média R$ 3 mil por cirurgia e, portanto, inviável para a cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo”.

A técnica descrita pelo médico e realizada em mais de 100 pacientes atendidos no Hospital Centro Médico de Campinas – para o estudo ele considerou apenas 30 casos –, além de contar com a simplicidade da cirurgia aberta clássica, também utiliza aspectos minimamente invasivos do método endoscópico. Nos dados obtidos se mostrou segura e efetiva na liberação do nervo mediano. “No estudo, descrevemos os parâmetros anatômicos e demonstramos a partir de referências topográficas as estrutura de interesse e a maneira como o procedimento pode ser feito com segurança”, explica Kaleff, que constatou uma melhora no quadro clínico de dor noturna em todos os pacientes estudados. (R.C.S.)

 


 
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