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O papel da governança nas
cooperativas de crédito
Perspectivas de desenvolvimento do setor são
promissoras, demonstra dissertação de mestrado do IE

MARIA ALICE DA CRUZ

As cooperativas de crédito ganharam impulso no Sistema Financeiro Nacional (SFN) a partir da década de 1990. No momento atual, as perspectivas de desenvolvimento do cooperativismo de crédito no Brasil são ainda mais promissoras, principalmente em ambientes em que a cultura e os instrumentos de governança corporativa são mais presentes, de acordo com o economista Ricardo Favalli. Em sua dissertação, ele observa que as cooperativas de crédito têm grandes possibilidades de se fortalecer por meio de estruturas de gestão e governança. Durante a pesquisa, Favalli testou o efeito da aplicação do modelo de boa governança na geração de resultados positivos observáveis na atuação das cooperativas de crédito.

O estudo permitiu verificar, empiricamente, premissas obtidas de teorias anteriores, nas quais o ambiente de governança se relaciona à qualidade observada nas decisões e nas ações efetivas dos conselhos de administração e fiscal, diretorias, assembleias de acionistas, cooperados, entre outros órgãos. “A possibilidade de sucesso das empresas ao longo do tempo se expande de forma sensível, se os organismos envolvidos no sistema de alta gestão contiverem algumas variáveis importantes, como a procura pela minimização de conflitos de interesse, por fluxos de informações direcionados a quem de direito, e pela existência de políticas de remuneração adequadas e de preparo técnico dos administradores”, acrescenta.

A pesquisa mostra que os grupos de maior governança, avaliada de forma qualitativa, operam de forma mais eficiente no sentido de geração de melhores resultados econômicos. Ele enfatiza que todas as regiões do país têm alavancado cooperativas fortes, mesmo com diferenças em seu modo de gestão. Mas há regiões mais suscetíveis ao sucesso do cooperativismo, como aquelas em que predominou a cultura dos imigrantes europeus, principalmente de origem alemã.

Como exemplos já palpáveis associados à expansão responsável do cooperativismo de crédito, o economista aponta: o avanço da educação financeira e cooperativista dos associados às cooperativas de crédito e o aumento da competitividade no sistema financeiro, este último fenômeno gerando melhores condições aos usuários de serviços bancários. De acordo com dados do Portal do Cooperativismo de Crédito, estão em atividade 1.370 cooperativas de crédito singulares, 38 centrais estaduais, quatro confederações e dois bancos cooperativos.

Submetidas à Supervisão do Banco Central do Brasil, as cooperativas de crédito – assemelhadas a pequenos bancos regionais ou setoriais – surgiram no Brasil por volta de 1900, na região Sul do país, por influência inicial dos imigrantes alemães. O segmento observou períodos de expansão e retração durante o século 20, no entanto, desde o início da década de 1990, ocorre um movimento de desenvolvimento do setor, reforçado por ações mais efetivas da esfera pública, de acordo com o economista.

A pesquisa de Favalli avança um passo além da contribuição oferecida pelo Projeto Governança Cooperativa do Banco Central do Brasil, desenvolvido entre 2006 e 2009, projeto que resultou no lançamento do livro Governança cooperativa: diretrizes e mecanismos para fortalecimento da governança em cooperativas de crédito. Um interesse mais abrangente da pesquisa, segundo o economista, é estimular o entendimento da necessidade de evolução do cooperativismo de crédito brasileiro. “O desenvolvimento esperado do setor deve resultar em ganhos importantes para a economia e a sociedade brasileiras”, pontua.

De acordo com o economista, as cooperativas vêm sendo objeto de análise mais criteriosa da regulação de instituições financeiras desde a constituição do referido projeto estratégico Governança Cooperativa, do BCB, em 2006. O projeto tinha como propósito inicial a construção de um referencial teórico que atrelasse os preceitos consagrados de governança corporativa à realidade mais específica do cooperativismo de crédito nacional. A partir do referencial construído, os especialistas realizaram um diagnóstico do sistema cooperativista de crédito com base em questionários respondidos por aproximadamente 90% do universo de cooperativas de crédito singulares em atividade no país, aproximadamente 1.100 instituições.

“As ‘diretrizes’ resultantes do projeto de 2006, se adotadas, devem resultar em ganhos a todos os envolvidos com aquelas entidades, os chamados stakeholders – partes interessadas no sucesso das corporações”, acrescenta o autor. A dissertação, orientada pelos professores José Maria da Silveira e Alexandre Gori Maia, recebeu apoio da equipe do Projeto Governança Cooperativa/BCB , coordenada por Elvira Ventura.

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■ Publicação

Dissertação: Governança Corporativa e Análise do Desempenho de Cooperativas de Crédito no Brasil
Autor: Ricardo Terranova Favalli
Orientação: Alexandre Gori Maia e José Maria da Silveira
Unidade: Instituto de Economia (IE)

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