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Estudo desvenda ação de proteína

Trabalho conduzido no Hemocentro investiga atuação de gene

Estudo  inédito  sobre a  atuação  da  proteína  ARHGAP21  em células  de  câncer  de próstata  e  endoteliais normais, realizado pela bióloga Mariana Lazarini,  apontou que  se  trata  de  uma  possível molécula  alvo  para  o  tratamento  de tumores,  cujo  crescimento  anormal, incontrolado e progressivo de tecido se dá por rápida proliferação celular.

A pesquisa  foi conduzida no Laboratório  de Bioquímica, Biologia Molecular  e Celular, pertencente  ao Hemocentro da Unicamp, sob a orientação da professora Sara Saad, diretora da Divisão de Hematologia e supervisora  do Laboratório. A  pesquisa resultou ainda na tese de doutorado de Lazarini, defendida na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp.

A pesquisadora esclareceu que o gene ARHGAP21  foi sequenciado e descrito pela primeira vez em 2002, por  outra  aluna  da  professora Sara Saad, Daniela Basseres. Já era previsto de que se tratava de um gene importante  porque  sua  sequência  contém regiões  de  regulação  sobre  outras proteínas  já muito  bem  estudadas  e importantes no âmbito do genoma. A partir do projeto Genoma do Câncer, explicou Lazarini, foram descritas pequenas sequências de genes expressos em  neoplasias,  porém  suas  funções ainda  não  eram  conhecidas.    “Ou seja, não se sabia qual a importância da proteína ARHGAP21 na célula. O objetivo do nosso estudo foi, então, estudar a função dessa proteína em dois diferentes modelos celulares”, contou a bióloga. Duas alunas anteriores do grupo da professora Sara  já haviam estudado  as  atuações  da  proteína em  células do  coração  e do  sistema nervoso,  e  estes  trabalhos  serviram de base para a pesquisa de Lazarini.

O trabalho constitui-se em um importante passo para a compreensão das funções  de ARHGAP21  em  células endoteliais  normais  e  de  carcinoma de próstata. A  escolha do  câncer de próstata,  explicou  a  bióloga,  recaiu sobre o  fato de  ser a  segunda causa de morte  por  câncer  entre  homens no Brasil, fcando  atrás  apenas  do câncer de pulmão. Ademais, a partir de dados obtidos previamente,  já se tinha conhecimento de que a proteína ARHGAP21 tem importantes funções em outros  tumores. Sendo  assim,  é possível que esse gene seja usado no futuro como alvo terapêutico, através da diminuição de sua expressão por terapia gênica ou agentes químicos.

Durante  cinco  anos, Lazarini  analisou  linhagens  celulares – que  são células  provenientes  de  pacientes do mundo  todo – adquiridas de um banco de células nos Estados Unidos. “Isso é interessante porque a mesma célula que eu utilizo, outros grupos do mundo  também  usam.  Podemos  comparar  resultados”,  avaliou. No  entanto,  a  pesquisadora  ressalta que é preciso, agora, partir para análises da proteína  em pacientes  e não  apenas  em  linhagens  celulares.

O próximo passo, segundo ela, é avaliar um grande número de portadores de câncer de próstata e  também um grande número de pacientes normais. Assim,  será  possível  ver  como  é  a expressão basal dessa proteína para saber se ela está alterada nos pacientes com  câncer.  “Poucos  estudos  foram realizados  com  o  intuito  de  descrever  a  função  dessa  nova  proteína, descrita em 2002”, afrmou Lazarini.

Três  aspectos  importantes  do câncer  são  a migração,  adesão  e proliferação celular,  que  se  encontram alterados em relação às células normais. Para a célula cancerígena se espalhar  e  entrar  em metástase,  ela precisa migrar e controlar o processo de adesão, soltando-se e aderindo em novos locais. Além disso, é muito importante verifcar o processo de proliferação celular, uma vez que as células cancerígenas  executam  esse  passo muito mais rapidamente que as células normais. O papel da ARHGAP21 em  todas  estas  fases  foi  investigado pela bióloga em  linhagens celulares, cujos resultados serão de grande impacto junto à comunidade acadêmica.

Na  outra  ponta,  com  relação  ao paciente, Lazarini disse que objetivos como os dela, de investigar a função de  uma  proteína  em  uma  doença,  é sempre  no  final  é  encontrar  novos tratamento que atuem especificamente sobre esta proteína.

Especificamente com relação ao câncer de próstata, a pesquisadora disse que regularmente o  problema  está  no  tratamento.  “O tratamento desse tipo de câncer muitas vezes é feito com terapia anti-androgênica, porque quanto mais hormônio, mais o tumor cresce. Só que existem muitos efeitos colaterais e ao longo do tempo. Muitos pacientes deixam de responder ao  tratamento”, observou.

Os  estudos  de migração  celular foram  conduzidos  por Lazarini  no King´s College London, em Londres (Inglaterra),  sob  supervisão  da  professora Anne Ridley, durante  seu estágio sanduíche de 6 meses, como parte de seu doutorado. Atualmente, refletiu a bióloga, uma das buscas da ciência  é  descobrir  quais  genes  são diferencialmente expressos ou ativos em determinados tipos de câncer para poder  fazer  um  diagnóstico  e  tratamento adequados. “Muita gente está trabalhando nisso”, concluiu.

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Publicação

Tese: “Investigação funcional da proteína ARH- GAP21 em células endoteliais e de adenocarcinoma de próstata”
Autora: Mariana Lazarini
Orientadora: Sara Olalla Saad
Unidade: Faculdade de Ciências Médicas (FCM)
Fonte de financiamento: Fapesp e CNPq
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