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Integrantes da equipe da Unicamp: veículo competitivo (Foto: Antonio Scarpinetti)Da prancheta
para as pistas

30/10/2009
– Um veículo concebido a partir de processos inovadores, como a prototipagem rápida, e que faz de 0 a 100 km/h em apenas 4 segundos. Estas são algumas das características do protótipo construído por uma equipe formada por 30 alunos da Faculdade de Engenheira Mecânica (FEM) e Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp para participar da sexta edição da Competição Fórmula SAE Brasil-Petrobras, que acontecerá entre os dias 6 e 8 de novembro, no campo de provas da Goodyear, em Americana, interior de São Paulo. O carro, desenvolvido ao longo do último ano e batizado de F-2009, foi apresentado na noite do último dia 29, em evento realizado na Casa do Lago. A prova faz parte de um calendário internacional da Fórmula SAE, denominado Fórmula SAE Series. Ao todo, 20 equipes participarão da parte brasileira da competição.

Esta será a terceira vez que a equipe da Unicamp disputará o certame. Em 2007, o grupo ficou na sexta colocação geral e ganhou o prêmio de melhor equipe estreante. Em 2008, os estudantes da Universidade destacaram-se nas provas estáticas, o que lhes valeu a vitória no quesito apresentação de projeto, além da quinta colocação geral. “Este ano pretendemos ir além. Nosso objetivo é ficar entre os três primeiros colocados. Se tudo correr bem, poderemos até mesmo brigar pelo título”, adianta o diretor de marketing da equipe, Pedro Moutinho. De acordo com ele, o terceiro protótipo desenvolvido pelo grupo apresenta evoluções em relação aos dois anteriores. O estudante explica que o projeto foi baseado em três conceitos: performance, confiabilidade e design funcional.

Para chegar a um veículo que se enquadrasse nesses parâmetros, os alunos da FEM e FEEC tiveram muito trabalho. “Para viabilizar o projeto nós tivemos que fazer uma série de pesquisas e testes. Além disso, tivemos que planejar a equipe como se ela fosse uma pequena empresa, uma vez que também precisamos buscar apoios e patrocínios. Partimos de algumas ideias e fomos obrigados a nos movimentar para viabilizá-las”, completa Moutinho. Segundo o capitão da equipe, Érico Ribeiro Fernandes, o protótipo construído pelo grupo tem tudo para ser competitivo. Ele explica que o carro foi desenvolvido com recursos e materiais de última geração.

Um exemplo foi o uso da técnica da prototipagem rápida. Dito de modo simplificado, o processo consiste na fabricação de peças e componentes por meio de informações geométricas fornecidas por um programa de computador, dispensado dessa forma o emprego de moldes e ferramentas. Também foram utilizados na montagem do F-2009 materiais compósitos, como fibras de carbono e vidro. “Penso que chegamos a um carro bastante interessante em termos de engenharia. Mas tão importante quanto esse resultado foi ter tido a oportunidade de colocar em prática o que aprendemos em sala de aula”, analisa Fernandes. Para o diretor da FEM, professor Anselmo Eduardo Diniz, atividades como a Fórmula SAE são muito importantes para o desenvolvimento dos estudantes de engenharia.

Ele destaca que além de colocarem em prática o que aprendem na teoria, os jovens também têm a chance de exercitar a criatividade, aprender a trabalhar em grupo e adquirir experiência em planejamento. “Tudo isso é muito importante para a formação dos alunos, pois essas competências serão exigidas deles no mercado de trabalho. Na sala de aula, o aprendizado é importantíssimo, mas é dirigido. As respostas podem ser encontradas nos livros. Mas numa montadora de automóvel, por exemplo, as soluções nem sempre podem ser encontradas prontas, como eles descobriram ao longo do projeto. Eu lamento não ter tido a oportunidade de participar desse tipo de atividade no meu tempo de estudante”, afirma. 

Orientador da equipe, o professor Kamal Abdel Radi Ismail diz que ficou muito satisfeito com o trabalho realizado pelos alunos. No seu entender, o F-2009 apresentou soluções extremamente interessantes. “Os estudantes fizeram um belo trabalho. Acho que o veículo é competitivo e vou torcer para que ele ganhe a disputa. Mas mesmo que isso não ocorra, esses jovens já são vitoriosos, pois demonstram não apenas criatividade, mas uma grande capacidade de trabalhar em grupo e de planejamento. Espero que a experiência deles sirva de incentivo para que mais alunos decidam participar das próximas edições da Fórmula SAE”

Das 20 equipes que participarão das provas entre os dias 6 e 8, 19 são brasileiras, originárias de seis estados do país, e uma venezuelana.  Em 2008, foram 15. Ao todo, 250 estudantes de engenharia estarão representados na competição. As equipes que alcançarem o primeiro e o segundo lugares ganharão a oportunidade de concorrer na etapa internacional da Fórmula SAE, que envolve equipes de todo o mundo e que será realizada nos Estados Unidos. De acordo com o capitão do grupo da Unicamp, a competição não se resume ao desempenho dos carros na pista. “Os organizadores também avaliam, entre outros, itens como segurança, custos e estratégia de marketing”, detalha Fernandes.

Para a SAE Brasil, entidade promotora da prova no país e que representa os engenheiros da mobilidade, o crescimento do número de equipes em 2009 é fruto da contribuição que o Projeto Fórmula SAE oferece ao complementar a formação acadêmica e aproximar os participantes do ambiente profissional, que é o mundo do automobilismo. “Exemplo disso é que já temos ex-participantes da competição atuando em equipes de F1, Stock Car e Porsche GT3 Cup Challenge Brasil, e a expectativa é que cada vez mais estudantes consigam atingir seus objetivos”, diz Leandro Siqueira, diretor geral do Comitê Organizador Fórmula SAE.

Siqueira destaca, ainda, o desempenho que as equipes brasileiras apresentam nas competições da SAE International. Este ano, a equipe do Centro Universitário da FEI, de São Bernardo do Campo, SP, conquistou a 10ª colocação na Fórmula SAE Michigan, nos EUA. Na competição, que reuniu 97 projetos de países como Japão, Canadá, Venezuela, Coréia do Sul, Singapura, Áustria e Estados Unidos, apenas 33 equipes conseguiram completar todas as provas, uma delas a da FEI.

(Manuel Alves Filho)

 
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