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NAS BANCAS

Emergências médicas em consultórios
odontológicos são tema de dissertação

 

RAQUEL DO CARMO SANTOS

Isamara Geandra Cavalcanti Caputo: "A intenção foi conhecer. Foto: DivulgaçãoEmergências médicas são passíveis de ocorrer em consultórios odontológicos durante o atendimento. Mas será que o cirurgião-dentista estaria preparado para uma eventual intervenção médica numa crise de hipertensão, parada cardíaca ou choque anafilático? Foi para responder a esta questão que Isamara Geandra Cavalcanti Caputo entrevistou, por meio de questionário, profissionais da área estabelecidos na cidade paulista de Ribeirão Preto.

Segundo ela, trata-se de um aspecto que mereceria mais atenção, uma vez que nos cursos de graduação em Odontologia não há na grade curricular ou disciplina específica sobre o assunto. Muitos profissionais precisam buscar formação para lidar com as situações de emergência. "A intenção foi conhecer as implicações éticas e legais e propor algumas ações e protocolos de como agir no caso de emergências, pois ninguém está livre de riscos no dia-a-dia", explica Isamara.

Na pesquisa, apresentada na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) para a obtenção de título de mestre em Odontologia Legal e Deontologia e orientada pelo professor Eduardo Daruge Junior, 63% dos entrevistados já passaram por situações de emergências. Mas apenas 56,60% que responderam aos questionários fizeram o curso de Suporte Básico de Vida, oferecido pelos hospitais ou Corpo de Bombeiros. A pesquisa apontou ainda que 61,50% deles não se sentem seguros para diagnosticar e prestar o atendimento no consultório, mesmo possuindo embasamento teórico para o socorro.

Isamara acredita que a falta de vivência na área faz com que a insegurança afete o profissional. "Em muitos casos, as emergências médicas estão ligadas ao estresse natural que uma visita ao dentista oferece. Se o paciente possui alguma doença sistêmica prévia, esse estresse pode desencadear uma sintomatologia indesejada levando a um episódio de emergência médica. Por isso, uma intervenção correta é essencial", esclarece.

Para Isamara, a importância de estar preparado para o atendimento emergencial está, justamente, no aumento do número de pacientes com necessidades especiais que estão buscando tratamento odontológico. Isto inclui, por exemplo, pacientes cardiopatas, diabéticos, transplantados etc. Há cerca de 50 anos, explica a cirurgiã, muitos indivíduos com doenças cardíacas, por exemplo, não freqüentavam os consultórios odontológicos. "Hoje em dia todo tipo de paciente passa pelo atendimento, inclusive aqueles que tiveram AVC, estão com marca-passo ou têm asma", alerta.

Outro aspecto observado na pesquisa foi a falta de equipamentos e medicamentos necessários para prestar os primeiros socorros. Os protocolos de atendimento prevêem condições mínimas para se conseguir salvar uma vida. Isamara lembra que a responsabilidade do cirurgião-dentista, por ser um profissional da Área da Saúde, é muito maior. Pela lei pode, inclusive, caracterizar a situação como omissão de socorro, agravado pela chamada relevância da omissão.


 
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