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Cuidados para o bebê nascer bem

Prevenção

Com o acesso facilitado ao feto, o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) da Unicamp começou a diagnosticar doenças intra-uterinas, incluindo as malformações congênitas, e ampliou as possibilidades na área de prevenção dos defeitos congênitos fetais. Entre as medidas preventivas que podem ser utilizadas no campo dos defeitos congênitos, merece destaque o ácido fólico. Segundo estudos encabeçados por especialistas ingleses e comprovados cientificamente na década de 90, essa vitamina do Grupo B reduz a incidência de um grupo de defeitos do sistema nervoso central. Esse sistema começa a se formar a partir do final da segunda semana de vida embrionária, quando uma camada de células na linha média do embrião - a placa neural - se dobra, formando o tubo neural, que se fecha completamente por volta do 28º dia de vida. Uma falha no fechamento desse tubo pode resultar no aparecimento de defeitos como a espinha bífida, a anencefalia ou a encefalocele.

O primeiro defeito ocorre quando a falha no fechamento do tubo neural se dá em algum ponto da futura coluna vertebral. Nesse defeito, medula e nervos podem ficar expostos ao líquido amniótico e sofrer lesões irreversíveis. A criança pode nascer com dificuldade de movimentação dos membros inferiores, dificuldades no controle dos esfíncteres e hidrocefalia – acúmulo exagerado de líquido cefalorraquidiano no interior do cérebro. A anencefalia corresponde à ausência do cérebro e da calota craniana e a encefalocele compreende a herniação do cérebro para fora da calota craniana.

Um dos principais estudos sobre a prevenção de defeitos de fechamento do tubo neural foi realizado na Inglaterra, a partir da avaliação de futuros bebês de casais que haviam tido previamente um filho com o problema. Publicado em maio de 1991 numa das mais respeitadas revistas médicas - The Lancet -, o estudo foi um marco, pois evidenciava de modo claro que o efeito protetor do ácido fólico contra a recorrência dos defeitos de fechamento de tubo neural era da ordem de 70%.
A partir de 91, alguns pesquisadores começaram a estudar o efeito protetor do ácido fólico na ocorrência desses defeitos. Até agora, tais estudos têm revelado que o ácido fólico tem efeito protetor maior (70%) quando se trata de prevenir a recorrência do que em casos de prevenção da ocorrência, quando o resultado positivo atinge 50%. Visto que mais de 60% das gestações não são planejadas, a maneira que os americanos encontraram para tentar prevenir a ocorrência foi introduzir o ácido fólico em produtos básicos de sua alimentação, como os cereais. Na América Latina, o Chile vem fortificando com ácido fólico, desde janeiro de 2000, a farinha de trigo produzida no país. Uma das derivações dessa pesquisa vai ser a avaliação do impacto da medida sobre a incidência de defeitos de fechamento do tubo neural – resultado muito esperado por geneticistas do país, por retratar uma realidade mais próxima da brasileira.

Além de estudar o efeito protetor do ácido fólico contra os defeitos de fechamento de tubo neural, vários pesquisadores têm investigado também a eficácia dessa vitamina na prevenção contra outros defeitos, como os cardíacos e da face (as fendas lábio-palatais).

Aconselhamento Genético




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