Trabalho realizado no Registro Hospitalar do Câncer (RHC) do Hospital de Clínicas (HC) readequou e ampliou a base de dados de pacientes com câncer atendidos no HC da Unicamp. O RHC foi instituído em 2000 pelo Ministério da Saúde e tem força Normativa de Lei. De acordo com a portaria, todos os Centros de Alta Complexidade e hospitais que atendem pacientes com câncer devem reportar os casos novos, bem como seu seguimento ao longo do tempo, à Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP).

De acordo com Regina Sagarra, que assumiu a supervisão do serviço há três anos, até 2005, o HC tinha apenas três mil casos registrados com cadastros ou seguimentos por vezes, inadequados, o que não representava, satisfatoriamente, um hospital de grande porte. Os casos registrados foram revistos e os novos casos, assim como seus seguimentos, também.

“Hoje, a nossa base de dados já conta com 9.500 casos cadastrados de pacientes atendidos nos ambulatórios do HC, no Hemocentro e no Gastrocentro”, explicou Regina.

Regina lembrou que o RHC é um cadastro de responsabilidade do hospital e não do serviço de oncologia. Entretanto, como o oncologista tem uma formação ampla, que o permite transitar por todas as áreas de diagnóstico e tratamento de pacientes com câncer com facilidade, à época julgou-se que a oncologia seria a especialidade que reuniria mais condições para organizar esta base de dados.

Para transformar uma base de dados insatisfatória em satisfatória a partir dos dados do RHC já disponíveis, Regina criou um modelo de linhas de tendências para determinar o número de casos novos e de seguimentos de pacientes que deveriam ser cadastrados no serviço por período de tempo.

O sucesso desse trabalho e o cumprimento das metas estabelecidas se devem, na opinião de Regina, ao trabalho das registradoras Ângela Santos e Stella Langone. Hoje, o sistema adotado no HC para o cadastro de pacientes com câncer é referência e modelo para outros hospitais da região de Campinas.

O sistema também serve de ferramenta para avaliar a qualidade do serviço público. Um dos campos obrigatórios a ser preenchido é a data em que o paciente foi atendido pela primeira vez na Unicamp devido ao câncer. E o segundo campo obrigatório é a data do diagnóstico do câncer.

“O intervalo estabelecido pelas duas datas é o tempo necessário para o diagnóstico do tumor. Em geral, quanto menor o tempo do diagnóstico, melhor a qualidade do serviço”, explicou Regina.

Os dados também constituem ferramentas auxiliares no gerenciamento dos gastos públicos em serviços variados de atendimento a pacientes oncológicos, ao identificar qual tipo de câncer predomina em cada um deles.

Regina recebeu a menção honrosa pelo trabalho “Importância do planejamento estratégico na viabilização do Registro Hospitalar de Câncer (RHC) no Hospital das Clínicas da Unicamp: do ruim ao bom”, apresentado durante o IV Encontro dos Registros Hospitalares de Câncer do Estado de São Paulo da Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP), ocorrido em 2007, na cidade de Santos, São Paulo.

“O trabalho desenvolvido pela Regina possibilitou a reestruturação do RHC do HC da Unicamp e o transformou em um serviço de referência para a região”, confirmou Carmen.

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