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Branford Marsalis
Uma ‘canja’ de primeira
Saxofonista norte-americano participa de workshop e conversa com alunos da Unicamp

MARIA ALICE DA CRUZ

Marsalis e Coletivo Orquestral, regidos por Mário Campos (Fotos: Antonio Scarpinetti)

Há momentos especiais na vida acadêmica de um aluno de música da Unicamp. Um que deverá ficar marcado é a conversa e o workshop realizados no último dia 19 com o saxofonista Branford Marsalis, no auditório da Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp). Antes do bate-papo, o instrumentista se apresentou com os músicos do Coletivo Orquestral, regidos pelo maestro e professor Mário Campos. O convite partiu do violinista, professor e chefe do Departamento de Música da Universidade, Esdras Rodrigues, que recentemente realizou um projeto de música erudita com o saxofonista nos Estados Unidos. Marsalis se apresentou no último dia 23, no Parque da Independência, em São Paulo.

O instrumentista Branford Marsalis: “É preciso prestar atenção em todos os detalhes”Marsalis, que teve sua origem no jazz e atuou também no funk e no pop, disse que atualmente prefere ouvir compositores de música clássica. Mas, diante de alunos-músicos ansiosos por informações, mostrou que pode brilhar em qualquer ritmo. Ao improvisar, ao lado de estudantes da Unicamp, a música Superstation, de Steve Wonder, este ouvinte de clássicos como Mahle, Wagner e Strauss calou a curiosidade de alguns alunos que arriscaram perguntar como ele buscava nuances no funk.

“Tanto jovens como velhos músicos não podem dizer que tem só uma maneira de tocar. É preciso aprender novas nuances”. Com seu jeito descontraído, o instrumentista permitiu que alguns mais curiosos entendessem na prática: “Alguém quer experimentar. Alguém quer tocar comigo?”.

“Tudo o precisam saber sobre jazz está nas gravações”. Este é um exercício importante apreendido de um mestre e transmitido aos estudantes por Marsalis durante o encontro.

O professor Esdras Rodrigues, responsável pela vinda de Branford, fala à platéia: projeto nos EUA (Foto: Antoninho Perri)A audição foi a prática pela qual desenvolveu sua capacidade de improvisação, acentuou. “Se você pegar cinco saxofonistas tocando ao mesmo tempo deverá aprender muita coisa. Se eles tocam num sistema de 12 notas, como fazem para soar diferente? São as nuances, como eu disse. É preciso prestar atenção em todos os detalhes”, acrescentou.
Marsalis reforçou a observação de seu irmão Wynton Marsalis sobre a falta de criatividade do jazz executado depois da década de 1960. “As gerações passadas dançavam com a música. Profissionais com Miles Davis tiveram a experiência da música de igreja, que era muito forte, mas, a partir de 1960, os músicos foram perdendo o contato com a igreja e isso fez com que faltasse o pulso da música”, explica. A partir daí, o que se tem, segundo Marsalis, é uma música a partir de escalas, acordes. “Uma música mais técnica.”

 

 
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