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Calendário é usado como ferramenta de ensino
Conceitos foram trabalhados em salas de aulas de séries iniciais

Em uma sala de aula do 5º ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal de Santa Bárbara d’Oeste, interior de São Paulo, o calendário não serviu apenas para medir o tempo, mas ele também foi utilizado como fi o da meada para trabalhar diversos conceitos da Física. “Não somente a Física foi contemplada, como também as Ciências Naturais, Artes, Matemática, Geografi a, História e Português. Ou seja, a proposta permitiu uma integração entre as áreas previstas para as séries iniciais”, destaca a educadora Simone Cristina de Freitas Mesquita, que aplicou o projeto “O calendário e a medida do tempo: ensino de ciências nos anos iniciais do ensino fundamental”, idealizado pelo professor do Instituto de Física “Gleb Wataghin” (IFGW) Fernando J. da Paixão.

O projeto consiste na aplicação de dinâmicas para abordar temas do cotidiano dos alunos e, assim, despertar a curiosidade deles e motivá-los na busca por mais conhecimento. Os resultados do estudo constam da dissertação de mestrado apresentada na Faculdade de Educação (FE), que contou com a orientação do professor Jorge Megid Neto e também de Fernando Paixão.

Professora há 22 anos, Simone Mesquita percebia a difi culdade de as crianças entenderem em profundidade alguns conteúdos relacionados ao movimento de rotação da Terra, clima e temperatura, mesmo fazendo parte do dia a dia das pessoas. “Além do mais, na minha prática pedagógica, observava o ensino de Ciências marcado pela fragmentação do conhecimento e a falta de contextualização. O aluno recebe conceitos totalmente desvinculados da realidade em que foram construídos”, analisa. Neste sentido, a educadora passou a aplicar dinâmicas em busca de uma renovação pedagógica e metodologias que proporcionassem ao aluno uma aprendizagem significativa.

Durante onze meses, ela trabalhou, com 28 crianças de nove a 12 anos, as anotações coletivas em um calendário fixado na sala de aula. Os alunos marcavam no início das aulas as informações sobre data, horário do nascer e do pôr-do-sol no dia anterior, a temperatura do dia obtida através de um termômetro e um pequeno desenho de como estava o tempo daquele dia. Outra ferramenta adotada pela educadora foi a produção de desenhos individuais alusivos ao clima e a posição do Sol, com um ponto de referência sempre no mesmo horário do dia. Nestas dinâmicas, a surpresa fi cou por conta das curiosidades despertadas ao longo dos meses. Simone conta que as crianças aprenderam e perceberam as diferenças de estações do ano, levantavam hipóteses e depois percebiam na prática os acertos e erros das discussões em sala de aula. “Desta forma, o conhecimento foi sendo passado de forma integrada e fazendo conexões e associações com as várias áreas. Sem fugir do conteúdo mínimo obrigatório”, explica.

Marcar os movimentos da sombra de um objeto fi xo, uma árvore no caso, foi outra tarefa das crianças ao longo do ano. Isto possibilitou perceber as diferenças da posição do Sol em relação à sombra no período trabalhado. Simone esclarece que um trabalho foi sendo introduzido e completando o outro de forma gradativa e explicativa. “Enquanto eles desenvolviam as tarefas e realizavam as discussões sobre os resultados, não se apresentava o conhecimento pronto. Esperava que eles observassem, levantassem hipóteses, analisassem as anotações, trocassem ideias e chegassem às conclusões mais acertadas em relação a suas hipóteses”, enfatiza.

Além das metodologias das anotações e desenhos, Simone Mesquita também introduziu um quadro de Van Gogh, denominado “O semeador”, e o poema “Primavera”, de Cecília Meireles, que despertaram ainda mais o interesse dos alunos. “As atividades experimentais e simples permitiram que os alunos tirassem suas conclusões a partir dos seus dados e produziram conhecimentos e vivências inesquecíveis”, concluiu a autora da pesquisa. (R.C.S.)

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■ Publicação

Dissertação: “O calendário e a tempo”, ensino de ciências nos anos iniciais do ensino funfamental”.
Autora: Simone Cristina de Freitas Mesquitaaria Ceília Enes Ribeiro
Orientadores: Jorge Megid Neto e Fernando J. da Paixão
Unidade: Faculdade de Educação (FE)



 
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