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Curso vai capacitar hospitais no
gerenciamento de equipamentos
Unicamp integra consórcio para treinar a distância 4.000 profissionais
de 1.270 unidades do País

apacitar perto de 4.000 profissionais de 1.270 hospitais brasileiros no gerenciamento de equipamentos médicos, com a utilização de múltiplos recursos de comunicação. Este é o objetivo do curso que um consórcio integrado por várias instituições vai ministrar nos próximos 15 meses, de acordo com projeto do Ministério da Saúde, estimulado pela Unesco e financiado pelo Banco Mundial.

O consórcio é formado pela Unicamp, Funcamp, Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e Lex Sistemas, uma empresa especializada em publicações e processos em informática. Este grupo foi o vencedor de concorrência internacional aberta para a implantação do curso a distância e que teve a participação de vários outros consórcios nacionais e estrangeiros.

“Será realmente um desafio, porque se trata de um curso a distância com estrutura descentralizada, o que é quase inédito no Brasil”, afirma Saide Jorge Calil, professor que há anos integra o grupo de engenharia biomédica da Unicamp e que, juntamente com outros pesquisadores da Universidade, participará do desenvolvimento do projeto.

O curso visa a capacitação dos profissionais que lidam diretamente com o gerenciamento dos equipamentos hospitalares. Em 120 horas de aulas, serão ministradas noções gerais de funcionamento e manutenção dos equipamentos mais utilizados (bisturi elétrico, incubadoras, raio-x, tomografia computadorizada, carro de anestesia e outros), segurança hospitalar e até de procedimentos que devem ser seguidos para aquisição em condições adequadas de um aparelho. “Às vezes um hospital encaminha um equipamento para manutenção ou reparo e não sabe, depois, se o serviço foi bem feito ou não”, observa Calil.

A capacitação dos profissionais, diz o especialista da Unicamp, é uma demanda gerada pelo programa do Ministério da Saúde que investiu cerca de US$ 600 milhões para equipar hospitais de todo o Brasil nos últimos dois anos. Os recursos são originários do Banco Mundial.

Peculiaridade - Uma das características peculiares do curso à distância, que começa a ser implementado no segundo semestre, será de fato a sua estrutura descentralizada, como destaca Marilda Sólon Teixeira Bottesi, integrante do grupo que participa do consórcio e uma das responsáveis pelo curso técnico em equipamentos médico-hospitalares do Colégio Técnico Universitário (Cotuca) da Unicamp.

Para a garantia de melhores resultados no curso, explica Marilda, o território brasileiro foi dividido em seis macrorregiões. Em cada macrorregião haverá um grupo de tutores, encarregado de acompanhar as aulas que serão ministradas a distância, via Internet e com a utilização de outros recursos de mídia, como vídeos, cartilhas e apostilas. A coordenação geral ficará a cargo da Unicamp.

A primeira etapa do curso, de cerca de três meses, será reservada a uma radiografia dos hospitais atingidos e ao contato com os profissionais a quem as aulas serão destinadas. A expectativa é de que cada hospital indique três profissionais. As aulas serão oferecidas durante um período de nove meses. Outros três meses estão reservados à avaliação do curso.

Tira-dúvidas – Haverá uma central de atendimento para tirar dúvidas dos alunos, a qualquer momento. A central vai funcionar com um 0800 e também pela Internet. Dois softwares especiais estão sendo desenvolvidos para utilização durante o curso.
A Unicamp participa do consórcio interinstitucional com um currículo significativo em termos de gerenciamento de equipamentos médico- hospitalares. Há anos a Universidade mantém um dos únicos cursos de especialização no Brasil em engenharia clínica. (JPM)

Uma equipe atende até 4.500 pessoas

 

O sistema de Atenção Básica à Saúde segue uma estrutura totalmente descentralizada, a partir de uma equipe constituída por um médico de famíllia, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e, em média, cinco ou seis agentes comunitários de saúde. Cada equipe se responsabiliza pelo acompanhamento de aproximadamente 1.000 famílias, o que representa entre 2.400 e 4.500 pessoas.

Aqueles que serão acompanhados pela equipe inicialmente são cadastrados. A partir daí, ocorre um monitoramento permanente das condições de saúde dos integrantes do grupo. É onde se torna fundamental a atuação dos agentes comunitários, que são capacitados para detectar de forma precoce os sinais de alguma patologia. Exames permanentes também são realizados, com o mesmo objetivo. Quando alguém apresenta algum sintoma, é imediatamente encaminhado ao médico de família.
“No lugar de intervenções curativas quando o problema já pode ser grave, o modelo de Atenção Básica abre portas para ações como caminhadas com pessoas idosas, prevenindo a pressão alta. É uma outra concepção, que privilegia a qualidade de vida integral da pessoa”, diz a médica Ana Maria Franklin de Oliveira.

A assessora da FCM lembra que o modelo de medicina familiar já vem sendo aplicado com sucesso, há anos, nos Estados Unidos, Canadá e países europeus. Nos EUA, o número de programas de residência médica na área de medicina da família aumentou de 164 em 1973 para 475 em 1998. No Canadá, onde esses programas de residência começaram na década de 1960, cerca de 50% dos médicos são clínicos gerais/médicos de família e 50%, especialistas. Na Espanha existem 6.000 residentes formando-se em medicina familiar e comunitária. Na Holanda, a atenção primária ocupa posição central no sistema de saúde: são 7 mil médicos de família, um terço de todo o corpo profissional do país.

Primeiros resultados – No Brasil, a Atenção Básica à Saúde fundamentada no Programa de Saúde da Família e no Programa de Agentes Comunitários da Saúde ainda é recente, se considerado o conjunto do país e a articulação entre as esferas federal, estadual e municipal. Entretanto, os primeiros resultados já são estimulantes para quem absorveu a nova forma de encarar a saúde.

A sensível diminuição dos custos praticados pelo sistema é uma das conseqüências, à medida que existe uma atenção prioritária à prevenção de doenças. Mas uma das grandes conquistas, na avaliação dos envolvidos, é o aumento acentuado da participação comunitária nos debates e na decisão sobre políticas globais de saúde, associadas a questões sociais, de saneamento básico, educação etc.
Atualmente o Programa de Saúde da Família envolve, em dimensão nacional, 11,7 mil equipes, abrangendo 3.200 municípios e 40 milhões de pessoas assistidas. A expectativa é a de que, até o final de 2002, o PSF envolva 20 mil equipes, cobrindo 4.000 cidades e contemplando 69 milhões de cidadãos.

Desafios do futuro – Os responsáveis na Unicamp pelo PSF admitem que persistem múltiplos desafios para o enraizamento dos novos paradigmas propostos pelo sistema de Atenção Básica à Saúde. “De forma geral os profissionais ainda são formados com base na especialização médica, para praticar uma medicina curativa”, constata Luiz Carlos Zeferino.

Ampliar a capacitação dos profissionais, na linha dos novos conceitos, torna-se portanto uma estratégia fundamental, e é nesta área que a Unicamp pretende intensificar sua atuação. Além de se preparar para a capacitação dos 1.800 profissionais da rede básica de saúde de Campinas, o grupo de trabalho da FCM está propondo e articulando outras iniciativas, como a especialização multiprofissional em saúde da família e o curso de residência multiprofissional em saúde da família, de acordo com projeto que deve ser patrocinado pelo Ministério da Saúde e Banco Interamericano de Desenvolvimento.

 

 

 

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