Fechamento de lacunas econômicas e tecnológicas é tema do simpósio do Insyspo

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pró-reitor fala em mesa de abertura do evento

Teve inicio, nessa quarta-feira (3), o Simpósio Internacional "Insyspo: os desafios do catching-up econômico e tecnológico em países emergentes" promovido pelo Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT), do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp e pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O evento marca o final de um ciclo de cinco anos de trabalho do InSySPo (sigla em inglês para  Sistemas de Inovação, Estratégias e Políticas), programa da São Paulo Excellence Chair (Spec), financiado pela Fapesp, cujo objetivo é propiciar a vinda de pesquisadores de ponta do exterior para criar núcleos de pesquisa em universidades paulistas. A abertura do evento aconteceu no auditório da DGA e contou com a presença do pró-reitor de Relações Internacionais, Mariano Laplane.

“A ideia do Spec é intensificar a abertura da Universidade para comunidade internacional, no caso do InSySPo, no campo da política científica e tecnológica. O que nós esperamos aqui,  além da discussão intelectual  nesses tópicos importantes,  é influenciar os tomadores de decisão”, afirmou Nicholas Vonortas, professor da George Washington University (EUA) e pesquisador responsável pelo InSySPo, na Unicamp. Segundo ele, o InSySPo envolveu um excelente grupo de pesquisadores e tornou-se referência internacional na área. “Sabem que estamos aqui, têm vontade de vir e nos pedem para participar nos projetos. Passei dois meses e meio, recentemente, na China, dando aula em Beijin, e todos lá já tinha ouvido falar no grupo de Campinas”, contou.

homem fala e mostra slide
Nicholas Vonortas,da George Washington University, afirma que InSySPo é referência internacional

Para Sérgio Salles, diretor do DPCT e um dos pesquisadores principais do INSySPo, o programa significou uma mudança de patamar, não apenas para o departamento, mas para várias outras instituições brasileiras envolvidas. “Nesses cinco anos, o projeto criou redes de colaboração com várias universidades e departamentos no país, na América Latina, na Europa, nos Estados Unidos e na Coreia. Foi criada uma rede, dentro do espírito do programa São Paulo Excelence Chair, de trazer pessoas ativas nas suas áreas de conhecimento e com muitas conexões internacionais para, justamente, dar esse salto”, afirmou.

O foco desta edição do evento é no fechamento das lacunas econômicas e tecnológicas, que separam países emergentes e países desenvolvidos. “Na verdade, esse é o tema original do nosso departamento.  O DPCT nasceu com esse tema, do desenvolvimento econômico, social e tecnológico latino-americano.  Agora, ele é retomado com outra perspectiva, envolvendo gente do mundo inteiro”, pontuou Salles.

homem de óculos
Para Sérgio Salles, o fechamento da lacuna está no horizonte brasileiro de longo prazo.

De acordo com Vonortas, o Brasil caminhou muito bem no fechamento de parte dessa lacuna, mas estagnou. “O Brasil é um dos países candidatos ao fechamento dessa lacuna, mas pode ter caído, nos últimos anos, nesse middle income trap (armadilha da renda média). Não está piorando, apenas parou de diminuir a lacuna. Infelizmente, não existem receitas nessa área”, pontuou. 

Para Salles, o salto necessário para o fechamento desta lacuna está no horizonte brasileiro de longo prazo. “Acho que ainda demora muito. Por trás disso, precisamos de um compromisso social de vários segmentos da sociedade, em estarmos de acordo que esse salto é necessário para o país.  Eu não tenho dúvidas de que é. Mas, entre falar e acontecer, há certa distância”, relativizou.

Na palestra de abertura, Keun Lee, professor da Universidade Nacional de Seoul, falou sobre a necessidade de um salto, a fim de transpor lacunas econômica e tecnológicas. “A ultrapassagem não pode ser alcançada pela imitação”, enfatizou, trazendo o exemplo coreano. Já para Tilman Altenburg, do Instituto Alemão para a Política de Desenvolvimento, seria necessário repensar o conceito de desenvolvimento econômico, tendo em vista a sustentabilidade do planeta. Confira a programação completa.

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Professor  Keun Lee, da Universidade Nacional de Seoul, trouxe elementos da experiência coreana

Próximos passos do InSySPo

De acordo com Vonortas, um projeto ainda maior foi submetido a Fapesp, a fim de dar continuidade ao InSySPo. Entre as novidades do novo projeto, o professor destacou um forte componente de big data (grandes volumes de dados digitais).  “Para o próximo período, pretendemos é olhar influência do big data na tomada de decisão política nessa área.  Então, teremos grandes bases de dados e pessoas que sabem como manipular dados,  estatísticas,  econometria”, relatou. Segundo ele, a USP deverá entrar como parceira nesta fase do projeto.

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Nicholas Vonortas,da George Washington University, afirma que InSySPo é referência internacional

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