Especialistas divergem sobre financiamento das universidades públicas

Participantes do debate promovido pela Folha de S. Paulo e Unip. Reprodução de vídeo
Participantes do debate promovido pela Folha de S. Paulo e Unip. Reprodução de vídeo


Com a crise financeira que atravessa o país, a necessidade de buscar recursos privados para bancar a manutenção e expandir as universidades públicas se tornou discussão importante entre gestores e economistas. nAs possíveis propostas, porém, dividiram opiniões na primeira mesa do seminário Desafios do Ensino Superior, realizado pela Folha com patrocínio da Unip nesta quarta-feira (26).

Aumentar impostos dos mais ricos foi uma das alternativas apontadas pelo reitor da Unicamp, Marcelo Knobel. Sérgio Firpo, professor titular da Cátedra Instituto Unibanco no Insper, discordou e defendeu a cobrança de mensalidades.

“Cobrar por serviço prestado é mais eficiente do que cobrar do cidadão um serviço que ele não necessariamente usou”, afirmou Firpo, comparando com a emissão de passaportes, também feita por órgão federal, mas cobrada pontualmente de quem utiliza.

Knobel argumentou que o pagamento de mensalidades não resolveria o problema. Mesmo em instituições caras, como o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, EUA), o dinheiro das mensalidades representa apenas 10% do orçamento, segundo o reitor.

“Em um momento de crise como este, qualquer ajuda seria válida, mesmo que não desse conta de financiar tudo”, contra-argumentou Firpo.

Para o professor do Insper, o país precisa romper com a tradição de não buscar recursos privados para o ensino superior público. Formado pela Unicamp, Firpo disse que, assim como outros colegas, poderia ter pago mensalidade na instituição.

Paulo Meyer Nascimento, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), concordou que o ensino superior poderia se beneficiar de qualquer recurso extra, mas não quis arriscar estimativas sobre o impacto da cobrança de mensalidades --seria um chute, disse.

“Mas que seja 10% do orçamento da universidade, já seria uma coisa fabulosa para o ensino. Não dá para contar somente com os recursos do orçamento público para expandir o ensino superior o tanto de que o Brasil precisa.”

O pesquisador do Ipea mencionou a existência de argumentos econômicos sólidos a favor da cobrança de mensalidades, mas apontou a necessidade de discutir alternativas ao financiamento tradicional, que endivida o profissional recém-formado.

Sua proposta é seguir modelos adotados em países como Austrália e Inglaterra, onde o pagamento é proporcional à renda do ex-aluno.

Knobel, da Unicamp, também defendeu mais discussão, levantando outro aspecto. A universidade pública, disse ele, não pode regida pelo “espírito mercantilista” e abrir mão de cursos importantes mas com baixa procura e pouco retorno imediato para o mercado, como física teórica e filosofia.

Além disso, as universidades não são caras quando se levam em conta os benefícios que trazem à sociedade, afirmou o reitor. A Unicamp, por exemplo, já deu origem a cerca de 450 empresas, que geram 28 mil empregos diretos e movimentam R$ 3 bilhões.
(Beatriz Maia, Folha de S. Paulo)

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Reitor Marcelo Knobel em debate promovido pela Folha de S. Paulo e Unip. Reprodução de vídeo

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