SNCT gera iniciativa entre cientistas e divulgadores que exploram as práticas matemáticas através do audiovisual

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No próximo mês de outubro, entre os dias 15 e 21, será realizada a 15ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, maior evento de popularização da ciência no país. Organizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o evento visa divulgar ciência a nível nacional, para além do período de realização da Semana. Em 2017, o tema da Semana foi “A Matemática está em tudo” e contou com eventos e iniciativas sobre o tema em todo o país. Na Unicamp, o grupo de estudos Phala (Educação, Linguagem e Práticas Culturais), da Faculdade de Educação (FE) da Universidade, realizou uma parceria com a consultoria de divulgação científica Conecta Ciência para criar uma série de 5 webvídeos sobre a matemática enquanto linguagem nas práticas sociais.

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Os vídeos foram concebidos sob a perspectiva do projeto MatemáticaS, iniciativa do Phala com o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor). A ideia foi contemplada com auxílio em edital de fomento da Semana. Para Jackeline Mendes, professora da FE e pesquisadora do Phala, a intenção dos vídeos era possibilitar diferentes formas de pensar sobre matemática, vinculando-se as questões da área de conhecimento com práticas sociais presentes em diversos contextos sociais. O formato pôde possibilitar dinâmicas de discussão em processos de formação no campo da Educação Matemática. “Uma integrante do grupo propôs a apresentação desse vídeos em um curso de Magistério Indígena, em Santa Catarina, para fomentar discussões em torno das questões apresentadas nos vídeos. Também docentes que atuam na formação inicial de professores de matemática indicaram a possibilidade de realização de trabalhos com os estudantes em formação inicial, a partir dos vídeos”, conta.

Confira os cinco vídeos na íntegra

Patrícia Santos, comunicadora científica  e co-fundadora da Conecta Ciência, conta que o processo de criação dos vídeos pela consultoria de mídia aconteceu lado a lado com os pesquisadores do Phala. Traçado o plano inicial e diagnosticados os objetivos dos pesquisadores, os roteiros foram elaborados e eram constantemente retornados para estes para sugestões de alterações e feedbacks.

Para a professora Jackeline, a maior dificuldade nesse processo de criação foi encontrar uma linguagem acessível ao público em geral das questões que são discutidas nas pesquisas desenvolvidas pelo grupo PHALA, como fundamentos conceituais que sustentam a forma que o grupo concebe questões em torno do conhecimento e das práticas humanas vinculadas a formas específicas de se entender matemática. “A opção pelo formato vídeo foi a melhor escolha no sentido de dar mais possibilidades de compreensão dessas práticas não de forma congelada ou estática como alguma representação visual poderia sugerir, mas como formas de ação no mundo”, reflete.

Com os conhecimentos científicos do Phala guiando a criação e a equipe de produção especializada em divulgação de ciência da Conecta, os roteiros ganharam vida através da interpretação de Murilo Amaral e Angélica Matos, atores do curso do Núcleo de Atores do SESI de Piracicaba, onde os vídeos também foram gravados. A gravação e edição levaram em torno de um mês cada.

O ator Murilo Amaral em um dos vídeos produzidos
O ator Murilo Amaral em um dos vídeos produzidos

A parceria é bom exemplo de como pesquisadores e divulgadores de ciência podem beneficiar-se mutuamente de iniciativas que unam linguagens aparentemente dissociadas - como a matemática e a visual - para divulgar conhecimento para o público não-especializado.

Patrícia conta, no  entanto, que o projeto não foi imune ao que descreve como “ a dificuldade geral da divulgação científica” - a inconstância de financiamento. Com o atraso do edital de fomento, o os vídeos não puderam ser lançados durante a Semana. Apesar disso, foram publicados com sucesso e os pesquisadores envolvidos, como Jackeline, avaliam positivamente a experiência. “O grupo ficou satisfeito e pretende dar sequência a propostas voltadas para a formação de professores tendo esse vídeos como recurso. Também pensa na possibilidade de produzir outros vídeos com esse enfoque nas práticas sociais e a matemática”.

Os vídeos foram publicados em abril com meta de 3 mil visualizações pela produtora. Só na página do projeto MatematicaS na plataforma de vídeos Youtube, já são somadas cerca de 2 mil visualizações. Patrícia e Ana Paula Zaguetto, também produtora e editora da Conecta Ciência, acompanham a continuidade da divulgação, os resultados e próximos passos - como legendagem e transcrição dos vídeos, que possibilitam expandir o alcance do conteúdo. Para Patrícia, editais como o da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia são fundamentais para possibilitar e fomentar iniciativas de divulgação científica como essas. Jackeline também defende  a importância desse formato de mobilização dos saberes matemáticos. “Acreditamos no potencial que os vídeos promovem no sentido de se pensar nos diferentes jogos de linguagem que compõem práticas que podem ser entendidas como práticas matemáticas. Nesse sentido a própria matemática escolar pode ser entendida também não apenas como uma questão de conteúdo, mas de linguagem”, finaliza.

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