Formação de professores é tema de três eventos conjuntos na Faculdade de Educação da Unicamp

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A professora Eliana Ayoub, uma das organizadoras de evento integrado na FE
A professora Eliana Ayoub, uma das organizadoras de evento integrado na Faculdade de Educação 

Intensificar discussões sobre a formação de professores na Unicamp envolvendo estudantes da graduação, docentes, supervisores e professores da rede pública que acolhem os alunos nas suas escolas. Esse é o objetivo principal de um grande evento conjunto que está sendo organizado na Faculdade de Educação (FE) e que congrega outros três: o II Encontro do Pibid Unicamp (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência), o II Seminário Experiências em Estágio Docente e o XIII Encontro de Estudantes de Graduação dos Cursos de Formação de Professores, que acontecem nos dias 22 a 24 de novembro, no salão nobre da faculdade. 

Os eventos são promovidos pela FE e pela Comissão Permanente de Formação de Professores (CPFP), ligada à Pró-Reitoria de Graduação (PRG) da Unicamp. Para tanto, está prevista a participação de cerca de 200 pessoas, que devem debater os rumos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência e a interlocução universidade-escola, com mesas-redondas, mostra de trabalhos, oficinas, palestras. Veja a programação.

Segundo a professora Eliana Ayoub, uma das organizadoras, o XIII Encontro de Estudantes de Graduação ocorre desde 2000 e envolve todos os estudantes da Unicamp dos cursos de graduação e de formação de professores. Na sua última edição, em 2015, foi feita uma composição com o evento do Pibid, que existe na Unicamp desde 2010 e pelo qual já passaram mais de 1.300 bolsistas. O diferencial é que nesse ano também foi agregado o II Seminário Experiências em Estágio Docente da Unicamp, o qual se reveste de especial significado pelo fato de estar em fase de conclusão de um ciclo do Pibid. Várias universidades no Brasil estão recebendo seminários e eventos do Pibid. “Nós aqui unimos forças e estamos fazendo isso de forma integrada com outros cursos”, contou Eliana.

O público-alvo são estudantes de graduação da Universidade e professores da rede pública. “No caso do II Seminário Experiências em Estágio Docente, abrimos a oportunidade para a região Sudeste, pois temos Pibid no Brasil inteiro. Estamos esperando participantes de outras universidades, mas mais voltados aos trabalhos do Pibid", afirmou ela.

A professora Eliana Ayoub (à esq.) e a professora Inês Petrucci
A professora Eliana Ayoub (à esq.) e a professora Inês Petrucci: lançamento de novo livro da Coleção Formação Docente em Diálogo

Eliana Ayoub também revelou que, desde 2014, o Pibid Unicamp publica a Coleção Formação Docente em Diálogo, que já reúne sete livros. Ela disse que, durante esse evento, será lançada a oitava obra, sobre os projetos do Pibid Unicamp. São 15 artigos que trazem um balanço geral desses projetos da Unicamp nos últimos quatro anos. A coleção está disponível no site da CPFP, que pode ser baixado em PDF e em versão e-Book.


Discussões
A professora Eliana explicou que as discussões acontecem em um momento grave no país para a formação de professores. Segundo ela, desde 2015, vem ocorrendo a tentativa de o Pibid ser extinto pela política nacional ou de ser desconfigurado. Mas algumas mobilizações têm sido feitas como, por exemplo, o Movimento "Fica, Pibid". Essas mobilizações serão tema de debate do II Seminário Experiências em Estágio Docente ​​​​​​.

A professora Inês Petrucci, vice-presidente da CPFP, comentou que os cursos de formação para professores começaram a ser instituídos nas universidades públicas na década de 1930. "Com certeza, o Pibid foi o melhor programa de formação institucionalizado pelo Ministério da Educação (MEC)", ressaltou. 

Ela também disse que a CPFP tem um trabalho muito importante na Universidade, desde 2004, quando foi instituído pelo Conselho Universitário (Consu), ao se articular com todas as coordenações de todos os cursos de formação de professores da Universidade. Então esse é um espaço institucional para pensar e debater políticas curriculares de formação de professores, para pensar políticas de melhoria de ações e para ser um espaço propositivo e deliberativo em relação a todos os assuntos sobre a formação de professores.

A professora Inês Petrucci diz que Pibid foi o melhor programa de formação institucionalizado
A professora Inês Petrucci diz que o Pibid foi o melhor programa de formação institucionalizado pelo MEC

“Nossos estudantes serão a próxima geração de professores. A inserção deles é fundamental para que entendam a causa, a luta e o valor de se ter formação de professores dentro das universidades, especialmente nas públicas”, opinou Inês. O principal obstáculo dos professores iniciais, acredita, é o reconhecimento da carreira. “Ser professor não é um ofício, mas sim uma profissão. Requer estudo, bons cursos, intercâmbios, experiência, dedicação, empenho, compromisso social, como qualquer outra profissão.”

Além do obstáculo do reconhecimento da carreira apontado por Inês, Eliana Ayoub ressaltou que também  as condições objetivas que o professor iniciante encontra hoje na rede pública de ensino são muito desfavoráveis. Algumas pessoas acabam culpabilizando as universidades pelos problemas da educação básica. "Esse discurso reforça que os professores em formação não aprendem a ensinar na universidade, como se esse ensino estivesse numa redoma de vidro, num aquário, num mundo ideal. Não é o que ocorre. Os professores estão sendo formados, estão adquirindo conhecimento científico especializado, pedagógico mas, ao chegar à escola, estão encontrando uma realidade na qual a formação por si não dará conta de resolver”, relatou Eliana. 

A seu ver, o que daria conta de resolver essa situação seriam políticas sérias que investissem nas condições materiais das escolas, na infraestrutura e na perenidade da equipe pedagógica. “Que as equipes pudessem formar coletivos dentro das escolas, que os professores não tivessem que assumir um número enorme de aulas durante a semana ou ter que trabalhar em mais de duas escolas. Que pudessem, em suas instituições, formar uma equipe com os demais colegas”, comentou ela. "Logo, esse discurso de atribuir culpa à universidade escamoteia a falta de investimento nas escolas. E esse tem sido um discurso conveniente, porém muito nocivo."

 

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