Muito além das medalhas

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A ação institucional da Unicamp em olimpíadas científicas, também chamadas olimpíadas do conhecimento, não é recente. Diversas iniciativas já estão na agenda da universidade ao longo do ano e, especialmente o mês de maio marca abertura de inscrições ou realização das primeiras etapas de provas. Nesta época, milhares de alunos de todo o país já estão concorrendo na Olimpíada Brasileira de Informática (OBI) e de História do Brasil (ONHB). Mas ainda dá tempo de alunos de ensino fundamental, médio e técnico fazerem inscrições na Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) e na Olimpíada de Matemática da Unicamp (OMU), essa última regional e dissociada das iniciativas nacionais. A coordenação da Olimpíada Brasileira de Geografia (OBG), a mais recente (com apenas dois anos), também é da Unicamp, com apoio de instituições parceiras. A competição está em fase de reestruturação para 2017.

Com ou sem apoios de editais públicos (geralmente, Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério da Educação), as olimpíadas agitam o cotidiano de escolas públicas e privadas de todo o Brasil desde 1978. Os modelos variam conforme as áreas do conhecimento, instituições realizadoras e objetivos, que passam pelo estímulo à aprendizagem por livre-escolha, identificação de jovens talentos, formação de professores de ensino básico e preparação de competidores em nível internacional. Para o professor Marcelo Firer, do Imecc (Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica), também especialista em olimpíadas científicas e membro da comissão da OMU, “os alunos aprendem de forma espontânea e por isso aprendem mais, assim como os professores, que têm a tarefa de ajudar os competidores na preparação”, destaca. De acordo com Roberto Greco, do Instituto de Geociências, é preciso cautela na dose de competição no Brasil. “As iniciativas europeias têm um estímulo menor à disputa se comparadas com as olimpíadas brasileiras. Aqui observo um apelo maior das escolas em utilizar as olimpíadas como treinos para o vestibular e até um interesse mercadológico”, observa o coordenador da Olimpíada de Geografia.

Olimpíada de História do Brasil forma professores
Lançada em 2009, a Olimpíada Nacional em História do Brasil inova no estudo da disciplina e forma professores ao longo dos quatro meses de seleção. São cinco fases online realizadas em equipes e que demandam estudo simultâneo à realização. As melhores notas são chamadas para um teste dissertativo presencial e, no dia seguinte, participam de uma cerimônia festiva de premiação. Na ocasião, geralmente em agosto, os professores que acompanham as equipes aproveitam para atualizar conhecimentos e utilizá-los em sala de aula. Já passaram por eles temas como História da África, História Indígena, Ditadura Militar, entre outros. A iniciativa envolve monitores universitários, docentes e “reflete uma aproximação crescente da Unicamp com a sociedade”, confirma a coordenadora Cristina Meneguello, que idealizou a ONHB na época que atuava na gestão do Museu Exploratório de Ciências Unicamp.

Alunos do Cotuca na Olimpíada de Robótica
IC e Cotuca na divulgação da Robótica

Com mais de dez anos de realização e gratuita, a OBR se divide em duas modalidades: prática e teórica, esta última coordenada atualmente pela professora Cintia Aihara, do Cotuca (Colégio Técnico da Unicamp). Em 2016, essa etapa teve mais de 110 mil participantes, atingindo mais de 50% dos municípios do Brasil. Já a modalidade prática consiste em um desafio em que os robôs, construídos pelos jovens, entram em cena para resolvê-lo. Na edição de 2017, há novidades, como criação de diário, blog ou página no Facebook para relatar e discutir projetos, além da integração com a Mostra Nacional de Robótica (MNR) em nível regional e estadual. O Instituto de Computação, representado pela professora Esther Colombini, que hoje faz parte do Conselho Superior da OBR, também marca presença no incentivo à robótica nos últimos anos. A olimpíada é, atualmente, considerada o maior evento da América Latina e classifica equipes para a RoboCup, referência mundial em robótica.

Matemática é  a primeira da Unicamp
Desprovida de financiamento externo, sem a pretensão de preparar alunos para medalhas mundiais, considerada de grau de dificuldade intermediário mas possível de ser realizada por todos os estudantes. Assim é a Olimpíada de Matemática da Unicamp (OMU), a mais antiga da universidade, criada em 1985 pelo professor Antônio Carlos do Patrocínio, do Departamento de Matemática.

VEJA VÍDEO DA TV UNICAMP QUE RESGATA A EDIÇÃO DE 1988

 De cunho regional (o nome original dela até 1995 era Olimpíada Regional de Matemática da Unicamp), a competição foca o desenvolvimento e formação matemática daqueles alunos que querem dedicar esforços em uma atividade que pode ser árdua mas recompensadora: resolver problemas desafiadores com técnica e criatividade. Organizada em dois níveis: Alfa, para alunos do 8º e 9º anos do ensino fundamental e Beta, para alunos do ensino médio, a prova é realizada na escola e corrigida pelo professor da turma, seguidas de duas fases presenciais, realizadas na Unicamp.

Marcelo Firer compõe a comissão realizada da OMU, formada por jovens egressos, alguns deles já medalhistas. “No caso da Matemática, apresentamos problemas e desafios e não exercícios com caminhos definidos e o resultado pode ser uma união de conhecimentos. Muitas vezes, o problema não tem solução, assim como na pesquisa”, explica o professor.

Arthur Pratti Dadaldo, aluno de Ciência da Computação; Ricardo Anido, coordenador geral da OBI, e Rodolfo Azevedo, diretor do IC
Informática foca em competições internacionais
Já a Olimpíada Brasileira de Informática nasceu como preparatória para a Olimpíada Internacional de Informática, a partir de um convite da Sociedade Brasileira de Computação em 1998. Com vistas a descobrir talentos na área, alguns com apenas 11 anos de idade, e divulgar conteúdos que raramente estão nos currículos oficiais das escolas, a OBI cresce de 10% a 20% anualmente. Em 2016, foram 45 mil inscritos.

As provas diferem de acordo com a faixa etária e nível de conhecimento dos alunos. Os mais novos respondem conceitos de lógica, enquanto os mais experientes são desafiados na modelagem e resolução de problemas a partir de conhecimentos de programação. Ao final, os que se destacam ganham curso específico no Instituto de Computação por uma semana. “É uma excelente oportunidade de divulgar ciência e apresentar a Computação da Unicamp”, concordam Ricardo Anido, coordenador geral da OBI, e Rodolfo Azevedo, diretor do IC.

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Arthur Pratti Dadaldo, aluno de Ciência da Computação da Unicamp

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