Grupo de Pesquisa em Ginástica da FEF avança nas relações internacionais

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Professor Marco Bortoleto, da FEF
Professor Marco Bortoleto, da FEF

O Grupo de Pesquisa em Ginástica e o projeto Grupo Ginástico Unicamp (GGU) da Faculdade de Educação Física (FEF) têm alçado voos cada vez mais audaciosos internacionalmente. Esse trabalho não começou da noite para o dia e nem foi fruto do mero acaso. São mais de 20 anos de dedicação ao tema no país para depois alcançar uma boa projeção fora.

Um dos eventos de maior visibilidade internacional, as Olimpíadas Rio 2016, contou com a participação de professores e alunos do Grupo de Pesquisa da Unicamp na organização das competições de ginástica. Foram meses cansativos, mas de grande crescimento, garantiu Marco Bortoleto, professor da FEF e um dos coordenadores do Grupo de Pesquisa em Ginástica e responsável pelo Grupo Ginástico, ao lado das professoras Laurita Schiavon (FEF) e Eliana de Toledo, docente da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA).

Segundo Bortoleto, esse grupo de pesquisa tem conseguido destaque graças a uma produção acadêmico-científica bem-consolidada. "Com certeza é a maior do Brasil", defendeu. Só para ter uma ideia, o professor relatou que ultimamente o grupo de pesquisa participou de um colóquio realizado na Estônia, na Europa, e um evento na Inglaterra, uma aluna de pós-graduação acaba de iniciar um doutorado sanduíche na Inglaterra e outros dois alunos foram trabalhar no exterior, fruto do conhecimento obtido na Unicamp.

O Grupo Ginástico, frisou, é um dos expoentes na área e prepara-se agora para uma turnê que deve ocorrer no mês de outubro com 22 componentes. Os alunos vão se apresentar na Argentina e no Uruguai, além de visitar uma série de universidades, onde levarão uma parte da sua produção. "Este grupo tem atualmente 40 componentes, que partem da graduação, da pós-graduação e de outros institutos."

Outra iniciativa relacionada aos dois grupos é que desde 2005 existe uma colaboração com a Confederação Brasileira de Ginástica que resultou no ingresso de várias pessoas no Comitê da Confederação Brasileira de Ginástica.

Em 2012, Bortoleto foi eleito por um comitê da Federação Internacional de Ginástica (FIG). Foi a primeira vez que um latino-americano integrou esse comitê e agora em 2016 ele foi reeleito, o que gerou novas oportunidades internacionais, já que a FIG está presente em 120 países.

Professores do Grupo de Pesquisa em Ginástica e Grupo Ginástico
Professores do Grupo de Pesquisa em Ginástica e Grupo Ginástico

Em fevereiro deste ano, Bortoleto também foi nomeado pelo presidente da FIG para ser membro do Comitê de Educação. A Federação é responsável pela formação de treinadores do mundo inteiro. "É um privilégio para mim e, ao mesmo tempo, resulta do trabalho coletivo de todos os docentes que colaboraram para isso. Agora poderemos, de forma mais enfática, levar um pouco da nossa produção também para a formação de treinadores pelo mundo afora", salientou.

Está agendado, para os dias 13 a 16 de junho, uma reunião em Lausanne, sede da Federação na Suíça, para discutir sobre o curso FIG Academy, que visa à formação de treinadores. Esse curso já soma mais de dez anos e sua intenção é formar melhor professores e treinadores de ginástica ao redor do mundo. Com isso, há várias atividades em andamento, que conectam o Grupo de Pesquisa em Ginástica e o Grupo Ginástico com o mundo.

Uma das linhas centrais do Grupo de Pesquisa em Ginástica é a área pedagógica. "Iremos comemorar 25 anos. É o mais antigo grupo do país em atividade e também o que mais produz teses e artigos. São mais de 40 publicações de mestrado e doutorado. Inclusive uma tese de mestrado da Faculdade de Educação (FE) deve ser defendida nesse ano abordando a atuação do Grupo de Pesquisa e do Grupo Ginástico", contou Bortoleto.
 

Atividades de extensão na FEF
Atividades de extensão na FEF

A professora Laurita informou que o Grupo de Pesquisa em Ginástica firmou recentemente uma parceria com a Federação Britânica de Ginástica, que nasceu de contatos mais estreitos com a FIG. Numa dessas aproximações, o professor Patrick Bonner, da Federação Britânica de Ginástica, esteve no Brasil para o Fórum Internacional de Ginástica para Todos, organizado a cada dois anos em parceria com o Sesc. Especialista em ginástica para deficientes e responsável por esse comitê na Federação Britânica, Patrick fez uma conferência e ministrou cursos e workshops na ocasião.  

Retribuindo visita, o Grupo de Pesquisa em Ginástica participou de um curso de ginástica para deficientes oferecido pela Federação Britânica, para formação de seus treinadores, realizado no mês de março. Representaram o grupo da FEF as professoras Laurita e Eliana, mais as pós-graduandas Daniela Soares (doutoranda) e Fernanda Menegaldo (mestranda). Essa relação abriu uma nova frente de pesquisa para a Unicamp, pois tradicionalmente na FEF não são desenvolvidas pesquisas nessa área. Mesmo no Brasil, essa participação é ainda muito tímida. A doutoranda Daniela Soares estará indo ao Reino Unido em breve com bolsa sanduíche, graças a essa iniciativa.

A professora da FEF Laurita Schiavon
A professora da FEF Laurita Schiavon

Lembranças
A professora Eliana comentou que o percurso histórico da internacionalização na FEF ultrapassa duas décadas. "Desde 1996, tivemos a primeira parceria internacional com a Isca (International Sport and Culture Association), cuja primeira representante foi a professora Elizabeth Paoliello. Agora sou a representante na Unicamp. Por meio desse intercâmbio de relação internacional, já enviamos mais de 70 alunos para a Dinamarca. É um número expressivo e que talvez a própria Unicamp o desconheça", afirmou.

Já são mais de 100 alunos de pós-graduação e de graduação desse e de outros intercâmbios envolvendo o Grupo de Pesquisa em Ginástica e o Grupo Ginástico. Através do Grupo Ginástico, por exemplo, foram abertas muitas outras portas para estudantes terem uma experiência internacional em companhias como o Cirque du Soleil. Somente o Grupo Ginástico já participou de mais de 20 eventos internacionais em diferentes países. Nas últimas olimpíadas, no Rio de Janeiro, fez apresentação em pelo menos 12 arenas.

Em 2007, o Grupo de Pesquisa em Ginástica organizou o primeiro Study Tour internacional para quatro países europeus, tanto para fazer pesquisas e observar o que vem sendo feito em outros países. "Visitamos diferentes eventos, palestras e cursos com o foco em pesquisa. Tudo isso nos ajudou a desbravar essa rede que se formou tanto de convites como de participação em eventos de pesquisa. Temos esse polo de ginástica hoje na FEF, com o apoio da FCA, justamente por causa de um passado muito sólido, que desvelou um network internacional com mais de 20 países", frisou a professora Eliana.
 

A professora da FCA Eliana de Toledo
A professora da FCA Eliana de Toledo

Essa longa trajetória permitiu esses resultados. Hoje há professores da USP, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), da Unifesp, da Unesp e de outras instituições que saíram do grupo de pesquisa em ginástica da FEF da Unicamp que conseguiram se destacar em suas universidades, ocupando cargos de projeção. Em outubro, haverá um seminário internacional na Ufes, organizado por um ex-aluno da FEF que integrou o Grupo Ginástico, com suporte da FEF da Unicamp. 

Na opinião de Bortoleto, essa fórmula tem dado certo por conta da sua regularidade. "A pesquisa toma tempo e a consolidação de uma área de pesquisa, como é a de ginástica, também demanda tempo. O nosso grupo está na ativa ininterruptamente há 25 anos e o Grupo Ginástico há 28", acentuou. "O nosso diferencial é uma estreita conexão entre o ensino, a extensão e a pesquisa. Temos muitos monitores dos projetos de extensão que depois fazem mestrado e doutorado na área. Isso colabora para firmar o grupo de pesquisa. Arrisco dizer que isso não existe em nenhum outro lugar do mundo – essa conexão com um grupo tão grande."

O Grupo de Pesquisa em Ginástica também desenvolve trabalhos sociais, desde a formação de professores da rede pública até visitas a ONGs, linhas de pesquisa e convênios. "Há os projetos de extensão oferecidos à comunidade, que são muito disputados. Em cinco minutos de abertura de inscrição on-line, elas simplesmente esgotam", contou Laurita.

Outro diferencial, acredita, é o espírito de coletividade que o Grupo Ginástico e o Grupo de Pesquisa em Ginástica têm. Trata-se de uma construção coletiva. "Esse espírito de cumplicidade nas ações faz com que eles durem até hoje e impressiona os estrangeiros que nos visitam", segundo Laurita. "Em breve, nosso grupo de pesquisa estará lançando o livro Ginástica para Todos: Encontro com a Coletividade, pela Editora da Unicamp. É organizado por professores da Unicamp e alguns capítulos têm a colaboração de professores da Alemanha, Portugal, Japão. A obra faz parte das comemorações dos 50 anos da Unicamp – 50 livros", acrescentou Bortoleto.
 

Atividades de extensão na FEF
Atividades de extensão na FEF

 

 

Performance do Grupo Ginástico da Unicamp
Performance do Grupo Ginástico da Unicamp

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