Violoncelos sem fronteiras

04/11/2016 - 15:20

Rio International Cello Encounter na Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro
Foi com muita dedicação que 12 alunos (e ex-alunos) do Instituto de Artes (IA) da Unicamp juntaram esforços com o professor Lars Andreas Hoefs para dar à luz o primeiro CD do conjunto de violoncelos Unicamp Cello Ensemble. O CD, com cerca de uma hora de duração e chamado “Violoncelos sem fronteiras”, será lançado na sexta-feira (11), às 20 horas, no anfiteatro do IA, onde ele poderá ser adquirido. Tem direção musical do professor Lars, que idealizou o projeto, e produção de Dimas Roberto Novaes D’Amico. O trabalho é resultado de um convênio entre a Unicamp, a Funcamp e a Secretaria de Cultura do Estado de SP (Proac).

O CD possui três faixas inéditas para conjunto de violoncelos. São elas Divertimento pour ensemble de violoncelles, do compositor Lalo Schifrin, que sintetiza a música clássica, jazz e música de cinema, autor da música Mission: impossible, do filme que leva o mesmo nome; Bach a la baiao, de David Ashbridge, que mistura elementos de Bach com ritmos brasileiros; e “Maracaibo”, de Eugene Friesen, que se inspira no jazz e ritmos da Venezuela. O CD também inclui duas faixas de bônus.



O grupo inicia, em breve, turnê em nove cidades do interior paulista, entre elas Campinas, Jaguariúna e Tatuí, e na Capital, mostrando jazz, música latino-americana popular e tradições clássicas para conjunto de cellos, com ênfase no compositor Villa-Lobos. Os concertos têm entrada franca.

De acordo com o professor norte-americano Lars, o grupo foi formado em 2013, mas se tornou mais ativo em 2015. Desde a sua criação, já se apresentou em diversas instituições e festivais, como o  Rio International Cello Encounter e o Festival Inverno de Campos do Jordão. “Mas, no começo, focamos mais no desenvolvimento individual dos alunos e, aos poucos, o grupo atingiu excelência. O CD será bom para o currículo deles. Além do mais, eles aprenderam a gravar com tempo limitado, com microfone e a ensaiar o ano todo”, comentou. "Ainda falta ao Brasil tocar mais com a formação de conjunto. No exterior, isso acontece com maior frequência. Vejo que é preciso dar mais atenção para grupos menores, camerísticos."

A expectativa de Lars é que essa iniciativa sirva de estímulo a outras formações instrumentais e que outros CDs sejam gravados, para trazer aos alunos uma maior dimensão do que é um trabalho profissional. O professor Lars contou que veio ao Brasil primeiramente após participar de um festival de cello no Rio de Janeiro. Acabou gostando do país e tocou um ano na Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro. Retornou à Califórnia, entretanto soube de um concurso da Unicamp. Prestou e passou. Ficou com a vaga. Leciona atualmente Violoncelo, Música de Câmera e História da Música.