Empresa parceira da Unicamp visita
e inaugura projetos de produção de petróleo

23/09/2016 - 15:30

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Descerramento da placa

Descerramento da placa

Austrheim, Rosângela Moreno, Martin Tygel e Eugênio Rosa

Austrheim, Rosângela Moreno, Martin Tygel e Eugênio Rosa

Professora Rosângela

Professora Rosângela

Com pesquisadores do Labore

Com pesquisadores do Labore

No Labpetro Austrheim e o pesquisador Biazussi

No Labpetro Austrheim e o pesquisador Biazussi

Bombas em teste no Labpetro

Bombas em teste no Labpetro

A sede do Laboratório de Reservatórios de Petróleo (Labore), da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM), vinculado ao Centro de Estudos de Petróleo (Cepetro), foi inaugurada nesta quinta-feira (22) com a presença de representantes da empresa Statoil, de origem norueguesa, que tem projetos de pesquisa em conjunto e investiu em equipamentos necessários, entre eles um tomógrafo médico usado para o estudo dinâmico dos processos. A placa de inauguração das instalações foi descerrada pela coordenadora do laboratório, professora Rosângela Zanoni Moreno e pelo vice-presidente de Instalações de Tecnologia da empresa, Trond Austrheim.

Austrheim e pesquisadores da Statoil também visitaram, em seguida, outro projeto em parceria com a Unicamp, desenvolvido no Laboratório Experimental de Petróleo "Kelsen Valente" – (Labpetro). O objetivo foi inaugurar de maneira simbólica um circuito de testes para bombas centrífugas de petróleo operando com emulsões. Na prática o circuito já está em atividade, porém, foi a primeira visita por parte da empresa.

Com o Labore a parceria com a empresa começou em 2013 com dois projetos: “Métodos de recuperação de campos em águas profundas - Injeção de Polímero” e “Modelagem de Reservatório para Injeção de Polímeros - Simulação de Pequena Escala”. O primeiro projeto teve como objetivo a representação dos fenômenos físicos associados à produção de petróleo no reservatório, por injeção de polímeros, através de experimentos de laboratório, enquanto que o segundo projeto possibilitou a inclusão destes mecanismos em modelos de simulação de reservatórios.

A inauguração marca o início dos experimentos feitos na sede do laboratório. Até então os pesquisadores utilizaram dependências da divisão de Engenharia de Petróleo, do Departamento de Energia da FEM. “A empresa financiou toda a infraestrutura necessária aos projetos e agora estamos transferindo as bancadas experimentais para as novas instalações”, comentou a professora Rosângela.

Ela explicou que a injeção de polímero deixa mais viscosa a água que é injetada na produção de petróleo, facilitando a retirada do óleo da rocha. “As vantagens são antecipar a produção, fazendo com que a gente recupere aquele óleo injetando menos e produzindo menos água. Isso é muito importante para o gerenciamento de água que é um problema em campos afastados da costa”, salientou. Em relação à colaboração da empresa, a professora afirmou que há uma troca de experiências. “O fomento na pesquisa e compra de equipamentos fazem com que a gente possa caminhar mais rápido e desenvolver respostas de maneira a contribuir um pouco com o processo da própria empresa e com a formação de profissionais, que depois serão inseridos no mercado de trabalho”.

O coordenador local de Projetos da Statoil, Thiago Alvim Dutra, ressaltou que a empresa de energia é operadora de um campo de óleo pesado, ou seja, muito viscoso e difícil de ser retirado. “A gente vem buscando técnicas que facilitem ou melhorem a produção desse óleo. Uma delas é misturar polímero na água injetada no reservatório para facilitar o escoamento do óleo”. A visita dos representantes da empresa foi com o objetivo de celebrar os três anos de colaboração, segundo ele.

Labpetro

A colaboração entre a empresa Statoil e o Labpetro também começou em 2013.  O projeto de pesquisa “Desempenho de Bombas Centrífugas de Múltiplos Estágios Operando com Misturas óleo-água e óleo-água-gás” tem cinco anos de vigência. “O objetivo do projeto é investigar em laboratório o desempenho de uma bomba centrífuga de oito estágios, operando com misturas óleo-água e óleo-água-gás e várias composições”, explicou o pesquisador do laboratório, Jorge Luiz Biazussi, que mostrou o aparato experimental montado no Labpetro. As pesquisas são coordenadas pelo professor Antonio Carlos Bannwart.

O estudo também prevê, de acordo com Biazussi, a investigação dos efeitos da presença de gás livre, juntamente com a dispersão, e a construção de um aparato de menor escala, para visualização do escoamento no interior da bomba centrífuga, através de uma câmera de alta velocidade. O investimento ao final do projeto será de cerca de 4,5 milhões de reais. A maior parte dos recursos vai para infraestrutura. O foco da pesquisa é também a produção de petróleo viscoso no mar brasileiro.

A Statoil Brasil, opera um campo no mar brasileiro chamada de Peregrino que opera com petróleo viscoso e enfrenta atualmente problemas na produção e bombeamento do petróleo com água, que gera emulsões que prejudica o desempenho da bomba, destacou. Os pesquisadores enxergam a colaboração da empresa com o grupo uma evidência de que que o Brasil consegue ser competitivo no desenvolvimento de tecnologia para produção de petróleo. “Nosso grupo está muito motivado e extremamente focado para atender as expectativas da empresa e auxiliá-los a tornar os processos de produção otimizados, sempre observando a segurança operacional e o respeito ao meio ambiente”, ressaltou Biazussi.