Objetos que compõem o acervo pessoal do professor de matemática, engenheiro e escritor Julio Cesar de Mello e Souza, mais conhecido pelo pseudônimo de Malba Tahan, poderão ser vistos até a próxima sexta-feira (6) na exposição “As várias facetas de um precursor da Educação Matemática”, montada no saguão da biblioteca da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp. A organização da mostra é do Centro de Memória da Educação (CME) da FE e do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Matemática nos/dos Anos Iniciais (Gepemai). A entrada é franca.

A exposição, aberta das 9h às 22h, reúne elementos como cadernos, livros e fotos. Uma mostra digital com documentário e entrevista sobre a vida de Malba Tahan também compõe a exposição. O objetivo da iniciativa, conforme o professor Sergio Lorenzato, curador da mostra, é divulgar a obra do precursor da educação matemática no Brasil e marcar o Dia Nacional da Matemática, comemorado em 6 de maio, data de nascimento do homenageado.

Segundo Lorenzato, Malba Tahan, do qual foi aluno, foi um homem brilhante. “Ele ensinava matemática de maneira lúdica, seduzindo as pessoas com a forma como transmitia conceitos. Além disso, também foi ótimo escritor e engenheiro”, afirma. Na sexta-feira, às 10h, dia de encerramento da mostra, o docente ministrará a palestra “Histórias do Homem que Calculava”, no Salão Nobre da FE, numa referência ao título do livro mais conhecido de Malba Tahan.

Personagem

Júlio César de Melo e Sousa nasceu em 6 de maio de 1895, no Rio de Janeiro. Viveu parte da infância na cidade paulista de Queluz, mas retornou à cidade natal, onde estudou no Colégio Pedro II e na Faculdade de Engenharia da Escola Politécnica. Escreveu mais de 100 livros, entre eles “O homem que calculava”, sua obra mais famosa. Por acreditar que um autor brasileiro não teria o trabalho reconhecido em âmbito internacional, Melo e Souza criou o personagem Malba Tahan, com o qual passou a assinar suas criações.

Nascido na Arábia Saudita em 1885, Malba Tahan, conforme seu criador, fora nomeado pelo emir prefeito de El Medina, ainda muito jovem. Estudou em Istambul e Cairo e, aos 27 anos, após receber grande herança do pai, decidiu viajar pelo mundo. As aventuras vividas pelo personagem são retratadas nos livros de Melo e Souza, tendo sempre algum engenhoso problema matemático a ser resolvido. “A criatividade dele era tão grande, que para dar ainda mais credibilidade às suas histórias, Melo e Souza criou um tradutor fictício para seus livros, o professor Breno Alencar Bianco”, conta o professor Lorenzato.