As professoras Dirce Djanira Pacheco e Zan e Débora Mazza assumiram na tarde desta segunda-feira (2), respectivamente, a diretoria e a diretoria associada da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, para o cumprimento de um mandato de quatro anos. Elas substituem os professores Luiz Carlos de Freitas e Ana Luiza Bustamante Smolka. É a primeira vez que duas mulheres ocupam as funções de forma simultânea naquela unidade de ensino e pesquisa. A cerimônia de posse, presidida pelo reitor José Tadeu Jorge, ocorreu no Salão Nobre da FE e foi acompanhada por professores, funcionários, estudantes e convidados.

Ao fazer seu pronunciamento de despedida, o professor Freitas preferiu não falar das realizações da sua gestão, mas sobre os projetos que não conseguiu executar. Segundo ele, a próxima diretoria da FE terá alguns desafios pela frente, entre eles buscar uma alternativa para a estrutura organizacional da Faculdade que não seja o atual modelo departamental. “Os departamentos representaram um avanço no passado, mas agora eles constituem um entrave ao aperfeiçoamento das atividades acadêmicas e administrativas”, considerou.

Freitas também chamou a atenção para a necessidade de a FE empreender esforços para atender às demandas da sociedade no que se refere à formação de professores. Ele observou que durante a sua gestão a Faculdade fez tratativas junto à Secretaria do Estado da Educação para a implantação do Centro de Referência de Formação de Professores, mas por problemas burocráticos e políticos o projeto não prosperou. “É preciso continuar perseguindo esse objetivo”, disse.

Por último, o docente destacou a necessidade de a FE e a Unicamp resistirem aos projetos de privatização da educação que estão em curso no país, seguindo a cartilha neoliberal. “À FE caberá cumprir o papel de denunciar e enfrentar as políticas públicas elaboradas com esse propósito”, defendeu. A nova diretora da FE afirmou que assume a função preocupada com a instabilidade política do país, mas com entusiasmo.

De acordo com Dirce, a sociedade precisa estar atenta aos ataques à universidade pública. Ela lembrou que a FE tem longa tradição na formação e professores e declarou que a instalação do Centro de Referência está entre os projetos que sua gestão pretende realizar. “Vamos lutar para defender os interesses da Faculdade da Educação e concretizar os projetos já aprovados, sempre com muita disposição para o diálogo”, declarou.

O reitor Tadeu Jorge agradeceu o trabalho desenvolvido pelo professor Freitas à frente da FE, bem como nas instâncias colegiadas da Universidade. “O professor Freitas cumpriu o objetivo a que se propôs. Hoje, a Faculdade de Educação é melhor do que era no início da sua gestão. Agora, a unidade também está em ótimas mãos. Tenho certeza que daqui a quatro anos ela estará ainda melhor”, inferiu.

Tadeu Jorge disse ser pessoalmente favorável ao fim da departamentalização, lembrando que existem alternativas que podem responder de forma mais efetiva às necessidades da FE. “Quero manifestar o apoio e solidariedade da Reitoria aos projetos de interesse da Faculdade de Educação, visto que tais interesses também atendem aos anseios da Unicamp”.

O reitor se colocou à disposição para contribuir para a concretização do Centro de Referência de Formação de Professores, que considerou importante. Também sugeriu que a Faculdade promova um debate e formalize um documento acerca da necessidade da defesa da educação como um bem público. “Seria interessante apresentarmos esse posicionamento na Conferência Regional de Educação Superior (CRES), que será realizada em 2018 na Argentina”, ponderou.