A Escola de Educação Corporativa (Educorp), inovando nas ações visando à qualificação de servidores técnicos administrativos e pesquisadores, anunciou um remodelado Programa de Desenvolvimento Gerencial (PDG) e lançou o Programa de Desenvolvimento de Liderança (PDL), este em parceria com a Diretoria Geral de Recursos Humanos (DGRH). Na cerimônia da tarde de segunda-feira, que atraiu mais de 200 pessoas ao Centro de Convenções, foi anunciada ainda a abertura de mais de 1.000 vagas em cinco cursos da Trilha Fundamentos Administrativos. A aula inaugural dos Programas de Desenvolvimento foi ministrada pelo professor Joel Dutra, docente da USP e principal nome em gestão de recursos humanos no país, sobre o tema “Papel da universidade no cenário nacional, internacional e tendências”. 

A Educorp surgiu do redimensionamento da Agência para a Formação Profissional da Unicamp (AFPU), vinculada ao Gabinete do Reitor. Seu diretor executivo, Maurício Calixto de Andrade, explicou que a Escola oferece cursos sequenciais e complementares denominados “Trilhas de Qualificação”. “São caminhos predefinidos para que o funcionário ou pesquisador possa se qualificar continuamente durante sua trajetória na Unicamp – e a qualificação dos quadros é importante para que a Universidade atinja seus objetivos estratégicos.” 

Segundo o diretor da Educorp, estão sendo oferecidas 180 vagas para o PDG e o PDL; em Fundamentos Administrativos, são 300 vagas para “redação administrativa”, 300 para “técnicas de atendimento”, 300 para “técnicas de negociação”, 90 para “como falar em público” e 120 para “Word intermediário”. “As trilhas de qualificação abarcam todas as grandes áreas funcionais, como liderança, gestão, administração básica e sustentabilidade. O conceito de trilha é bastante importante à medida que permite ao profissional pensar sua carreira com maior autonomia e em consonância com o planejamento estratégico da Universidade.” 

O reitor José Tadeu Jorge disse que este era o primeiro grande evento da Educorp do qual participava desde que a AFPU se transformou em escola. “Muitas vezes não temos a real dimensão das coisas: a Educorp é sem dúvida a maior escola dentro da Unicamp, porque nenhuma outra faculdade ou instituto tem oito mil alunos. Para dar conta dessa ambiciosa ideia, os programas precisam ser grandiosos e as mais de mil vagas na trilha de Fundamentos Administrativos mostram isso, sendo que a Escola propicia vários outros programas aos funcionários. O parâmetro mais significativo é que todos tenham a oportunidade de frequentar pelo menos um dos cursos por ano. Não erro ao dizer que os funcionários são privilegiados por ganhar mais conhecimento enquanto trabalham e por poderem trabalhar numa Universidade como a nossa.” 

O professor Alvaro Crósta, coordenador geral da Unicamp, saudou o lançamento do Programa de Desenvolvimento de Liderança, lembrando que líderes não nascem líderes. “Líderes se formam e é nesse sentido que queremos investir. Temos visto gestores reclamando do momento econômico, da queda de receita, mas são esses os momentos para investir na formação de pessoas e conseguir superar os desafios colocados pela em época de economia em baixa.” Já o professor Luís Alberto Magna, pró-reitor de Graduação, levou seu testemunho do interesse despertado pelos programas da Educorp, enfatizando a proposta de que todas as unidades da Unicamp sejam contempladas. “O grande interesse pelos programas revela a qualidade do trabalho desenvolvido pela Educorp, Cecom, DGRH e GGBS – conhecidos como G-4 – e a pertinência dos temas, ligados diretamente à nossa atividade do dia a dia.” 

Antes de ministrar a aula magna, Joel Dutra, professor da Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP, adiantou que exporia os desafios atuais para a liderança principalmente na gestão pública, trazendo alguns conceitos em termos de desenvolvimento da pessoa e a questão da carreira como técnico que depois se tornar um gestor e líder dentro da organização. “A universidade possui peculiaridades, como a de dois conjuntos de profissionais com papéis muito distintos: os docentes e os técnicos administrativos. O docente, quando assume uma posição de gestão, se mantém com a identidade de docente – ele ‘está’ gestor; enquanto que o técnico administrativo, ao assumir esta posição de gestor, está mudando de carreira, de posição, e a tendência é de que permaneça nessa trajetória.”