Seminário de
Educação a
Distância traz
inovações em
ensino superior

17/03/2016 - 16:50

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Seminário foi transmitido para várias universidades

Seminário foi transmitido para várias universidades

Autoridades na cerimônia de abertura

Autoridades na cerimônia de abertura

Gilberto Oliani, organizador do evento de dois dias

Gilberto Oliani, organizador do evento de dois dias

Transmissão teve tradução para Libras

Transmissão teve tradução para Libras

Foi aberto na manhã de quinta-feira o Seminário Internacional de Educação a Distância: Inovações à Educação Superior por meio das Tecnologias Educacionais na Cultura Digital, que prossegue nesta sexta, na Faculdade de Educação (FE), com um total de 16 mesas-redondas. A proposta do evento é levar ao conhecimento de docentes, alunos e funcionários da Unicamp e de outras instituições de ensino superior nacionais e internacionais, as potencialidades das tecnologias educacionais para propiciar formas inovadoras de ensinar e de aprender, com o oferecimento de cursos para a formação e formação continuada nas modalidades presencial, semipresencial e a distância. 

O engenheiro Gilberto Oliani, diretor de Educação a Distância da FE e organizador do evento, afirma que atualmente é possível gerar uma aula na Unicamp e transmiti-la para dez ou vinte universidades em tempo real, assegurando a interação entre os participantes. “Temos na Faculdade de Educação, hoje, o primeiro doutorado stricto sensu do Brasil, que é interdisciplinar, interinstitucional (também participam a USP e a Unesp) e também internacional. Todas as aulas são em inglês, para alunos do Brasil, Argentina, Peru, Portugal e Irã – algumas ministradas por professores da Irlanda, Holanda e Dinamarca. O curso contribui para a elevação da classificação das universidades nos rankings internacionais.” 

Segundo Oliani, o evento está sendo transmitido para dez universidades brasileiras e três portuguesas (Minho, Coimbra e Aberta de Portugal), mostrando aos participantes como é possível utilizar as tecnologias educacionais. “Os temas foram escolhidos com a ideia de integrar tecnologia, currículo, educação superior e educação a distância. Além disso, o seminário está sendo gravado e disponibilizado para a Univesp [Universidade Virtual do Estado de São Paulo], que editará e transmitirá vídeos de algumas mesas em seus canais a cabo e por satélite. Vídeos também estarão disponíveis na RNP (Rede Nacional de Pesquisa) e no site de educação a distância da FE. 

Um dos convidados para a cerimônia de abertura foi o professor Fredric Michael Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), que chamou atenção para o patamar atingido em EaD no Brasil. “Resultados do Enade [Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes], de 2007 até hoje, mostram que quem estudou a distância tem média de notas melhores do que aquele que estudou presencialmente. De 2013 para 2014, o aumento de matrículas no ensino presencial foi de 3% e, em educação a distância, de 12%. Isso significa que existe qualidade. Segundo a FGV [Fundação Getúlio Vargas], os empregadores estão dando preferência para quem estudou a distância por julgá-los mais proativos.” 

O professor Luiz Carlos de Freitas, diretor da FE, observou que em uma área como da educação, sem tecnologia, não se faz extensão em larga escala. “Também é importante uma extensão mais próxima, presencial, mas quando se tem uma rede de 250 mil professores como a do estado de São Paulo, não se pode pensar em oferecer algum diferencial com um curso que traga 30 de cada vez para Unicamp. Para isso, temos outras formas de conexão. Neste momento acontece o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), programa antes oferecido no âmbito da Pró-Reitoria de Graduação e que veio para a FE, que hoje abrange 120 municípios paulistas, sendo que trabalhamos presencialmente com 700 professores, tendo o apoio da tecnologia de informação.” 

Pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, o professor João Frederico Meyer disse que viajaria hoje para um grande evento do Coursera, plataforma que abriga cursos abertos de massa online (Moocs), da qual a Unicamp é integrante e que atinge mais de 600 mil alunos. “Lançamos nossos cursos no Coursera há menos de um ano e já temos quatro deles entre os dez top do Brasil. Os três primeiros cursos tiveram, respectivamente, 6.600, 9.300 e 8.000 inscritos. Nesta Universidade, tecnologia e educação a distância andam de mãos dadas há 42 anos.” 

O professor Luís Alberto Magna, pró-reitor de Graduação, considera que o conteúdo discutido no seminário internacional tem estreita ligação com atividades abrangidas pela PRG. “A Faculdade de Educação é parceira em muitas atividades, como no Espaço de Apoio ao Ensino e Aprendizagem, onde dá suporte à avaliação de desempenho no ensino de graduação e na qualificação de docentes recém-admitidos. De nossa parte, estamos colaborando neste evento com a tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).” 

Já a professora Gláucia Pastore, pró-reitora de Pesquisa e representando o reitor José Tadeu Jorge, fez a saudação final aos participantes do evento atentando para uma situação peculiar no ensino e aprendizagem neste século 21. “Quando você não ausculta o futuro, a contemporaneidade o atropela. Os alunos prestam cada vez menos atenção no que eu digo nas aulas. Há alguns anos, tomei a inciativa de buscar uma mídia eletrônica sobre ensino de bioquímica para aplicá-las aos alunos. Eles adoraram, levaram cópias em CD para casa e assimilaram tudo sobre a geração de energia a partir da glicose. Um instrumental como de ensino a distância é fundamental para promover a inclusão, frente a todos os problemas vividos num país onde ainda não existe um senso crítico desenvolvido.” 

A primeira mesa-redonda do Seminário Internacional de Educação a Distância, mediada pelo professor José Armando Valente (do Grupo Gestor de Tecnologias Educacionais, GGTE da Unicamp) tratou de dois temas: “A elaboração de conteúdo pedagógico para cursos de especialização em educação na cultura digital”, com a professora Maria Lucia Santaella Braga, da PUC de São Paulo; e “Como se constitui e se caracteriza a docência virtual na contemporaneidade”, com o professor Daniel Ribeiro Silva Mill, da UFSCar.