“Cafianos”
reforçam
ação
contra o
Aedes aegypti

05/02/2016 - 10:44

Depois de um mês de atividades que envolveram desde a participação em palestras até a realização de experimentos em laboratório, 18 estudantes de escolas públicas de ensino médio localizadas na região de Campinas realizaram na tarde desta quinta-feira (4) o último trabalho relacionado ao programa Ciência & Arte nas Férias (CAF), no Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp. Eles construíram uma armadilha com garrafa pet para capturar larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika Vírus e febre Chikungunya. O CAF é uma iniciativa da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) da Universidade. Em 2016, o programa contou com a participação total de 226 estudantes de 63 escolas.

De acordo com a pesquisadora Marili Villa Nova Rodrigues, este ano o CPQBA participou com oito projetos no CAF. Ao longo de 30 dias, os estudantes de ensino médio tiveram a oportunidade de assistir a palestras, mas também de participar de atividades práticas, dentro dos laboratórios. “Foi um período muito enriquecedor, tanto para eles quanto para nós. Foi incrível ver como esses adolescentes se dedicaram aos trabalhos propostos, sempre com muita curiosidade”, revelou.

A atividade final do programa consistiu na construção de uma armadilha para capturar larvas do Aedes aegypti. Além de simples e econômica, a mosquiteira também é ecológica, pois aproveita garrafas pet que seriam normalmente jogadas no lixo. “Com uma garrafa, uma tesoura, um pedaço de fita isolante, uma lixa e 5 centímetros de tecido microtule, é possível confeccionar a armadilha”, explicou Marili aos estudantes. Esclarecimentos feitos, a garotada não levou mais que 20 minutos para construir os artefatos.

Devido à sua estrutura, a armadilha armazena inicialmente os ovos do Aedes aegypti, que, em contato posterior com a água, eclodem em larvas. Estas não podem escapar por causa da barreira imposta pelo microtule. “Para saber se as larvas são mesmo do Aedes, basta lançar, com o auxílio de uma lanterna, um foco de luz na direção delas. Se as larvas fugirem, é porque são do mosquito transmissor da dengue. Nesse caso, é sinal de que existe algum criadouro por perto. O melhor a fazer é procurar por esse criadouro e eliminá-lo”, recomendou a pesquisadora do CPQBA.

“Valeu a pena”

Wallace Amos Mariano Ribeiro, de 15 anos, aluno do colégio Guido Segalho, em Campinas, foi um dos 18 estudantes que participaram das atividades oferecidas pelo CPQBA no contexto do CAF. Ele considerou o programa muito interessante. “Achei a experiência legal e inovadora. Na escola, a gente tem muita teoria. Aqui, pudemos aprender muitas coisas na prática”, analisou.

Ao longo do mês de janeiro, Wallace realizou diferentes experimentos na área de microbiologia. “Eu preparei placas e analisei micro-organismos como fungos, bactérias e leveduras. Na minha escola, eu nunca tinha feito isso. Valeu a pena trocar os programas tradicionais das férias pelo CAF. Aprendi muita coisa e ainda fiz novos amigos”, comemorou.

 

Avaliação semelhante foi feita por Luana Rodrigues Moreira, de 17 anos, aluna da escola Cyro de Barros Rezende, de Campinas. “Eu queria participar de atividades na área da Educação, mas acabei vindo para o CPQBA. No início, eu estranhei e achei que não iria gostar. Depois de alguns dias, porém, já estava totalmente ambientada. Gostei muito de todas as atividades oferecidas”, contou.

Um dos trabalhos que Luana mais gostou foi a análise de solo, para identificar a presença de agrotóxico nas amostras. “O método é muito interessante, e os professores são muito legais. Também gostei muito da convivência com os outros estudantes. Foi legal fazer novos amigos”, afirmou.