Em sua primeira participação no Programa Ciência & Arte nas Férias (CAF), a Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) está oferecendo, às quartas-feiras, duas oficinas que vêm despertando a vocação científica de um grupo de aproximadamente 220 estudantes de escolas públicas do ensino médio de Campinas e região. Durante as aulas, os participantes aprendem a desenvolver aplicativos (Apps) para dispositivos móveis, na primeira oficina na área de computação; e como montar equipamentos e circuítos eletrônicos, na segunda, no campo da eletrônica. A FEEC desenvolveu um site, com diversos materiais didáticos para auxiliar os estudantes. 

“Eu estou amando. Está sendo muito bom e não é nem um pouco cansativo. Quando chega ao final do dia, eu falo: ‘mas acabou?’ Nós montamos muitas coisas legais na oficina de eletrônica e aprendemos, por exemplo, porque uma lâmpada acende”, resume Pietra Assato Rolandi, estudante da 2ª série do ensino médio da Escola Técnica Estadual (ETEC) Trajano Camargo, de Limeira (SP). 

“Ao propor a oficina, nós pensamos em oferecer aos alunos uma compreensão de hardware e de software, que seriam, grosso modo, os dois ‘mundos’ relacionados ao engenheiro de computação e engenheiro eletricista. E eles estão fascinados com as oficinas, a receptividade tem sido surpreendente”, avalia a professora Letícia Rittner, que coordena o CAF na FEEC.

Além de Letícia, o Programa Ciência & Arte envolve, na Unidade, a participação dos professores Tiago Fernandes Tavares e Paula Dornhofer Paro Costa, responsáveis, respectivamente, pelas oficinas de montagem de equipamentos e circuitos eletrônicos e de desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis. Também participam, como monitores, estudantes de graduação e pós. 

“O nosso tema é: ‘Não é mágica, é ciência’. A proposta é levar estes jovens a compreenderem a ciência que está por trás da tecnologia. Muitas vezes eles estão tão acostumados com a tecnologia no dia a dia e acabam não se perguntado sobre o funcionamento dela. Portanto, gostaríamos de mostrar como esta tecnologia, tão presente em nossas vidas, é construída. Além disso, temos ressaltado que eles podem ser empreendedores nesta área”, ressalta a professora Paula Dornhofer Paro Costa.

Este parece ser o caso do aluno Caio Andrade, que também estuda na ETEC Trajano Camargo, em Limeira (SP). “Durante a oficina eu desenvolvi um aplicativo que ‘prevê’ o futuro. Ele já tem funções pré-programadas e simula, com base em uma pergunta, uma previsão para o futuro. Eu já conhecia a plataforma do aplicativo e tenho uma noção de robótica. Quero seguir minha carreira exatamente na área da oficina”, afirma o jovem. 

Caio utilizou, na oficina, uma ferramenta de programação chamada MIT App Inventor, criada pela Google em parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT). Baseada em blocos e interfaces "drag-and-drop" (arrastar e largar), a ferramenta permite a quem nunca programou construir aplicativos para dispositivos Android. 

Já as oficinas de eletroeletrônica fazem uso de um kit educacional chamado Snap Circuits. Por meio dele é possível entender o funcionamento de circuitos simples, contendo resistores, capacitores, motores e até circuitos integrados (CIs). O objetivo é levar o estudante a decifrar um esquema elétrico e montar seu próprio circuito. 

As professoras Letícia e Paula explicam que o objetivo, em longo prazo, é utilizar a experiência com as oficinas do Ciência & Arte nas Férias para um projeto mais amplo, envolvendo, por exemplo, a replicação de oficinas em escolas públicas espalhadas pelo país. “O próximo passo é tentar multiplicar estas oficinas pelo país, oferecendo know how para que professores de escolas possam ministrá-las também. A nossa ideia é disponibilizar um material de como fazer uma oficina em sua escola. O canal para a disponibilização e o primeiro passo nesta direção é o nosso site, ainda piloto e específico para o Ciência & Arte nas Férias”, revela Paula Dornhofer.