Aluna da FEF assume Conselho
de Dança da Unesco em Campinas

26/11/2015 - 23:35

Ser uma bailarina de seu tempo é mais que manter formas padronizadas, ser a primeira de um corpo de profissionais de sua área e brilhar nos principais palcos do mundo. Ser uma bailarina de seu tempo é perceber a importância de continuar dançando ainda que alguns padrões insistam em alguns “nãos”. É dizer sim ao abraço com outros corpos, novas e diferentes histórias. Diferentes. Ser um profissional de seu tempo é ver que as diferenças se abraçam, rodopiam, movem-se intensa e moderadamente, alegram-se, dançam juntas, num mesmo palco, com ou sem ribalta.

É como uma bailarina de seu tempo que Keyla Ferrari Lopes assume a presidência da sessão do Conselho Internacional da Dança (CID) da Unesco em Campinas, a ser lançada nesta sexta-feira (27), às 19h30, na Sala do Júri do Liceu Salesiano de Campinas. “Obrigada pela confiança em nosso trabalho. A nossa linda equipe, gratidão. Vamos trabalhar pela arte, pela inclusão, pela paz por um mundo melhor! Dia 27, teremos um momento especial, o primeiro de muitos que virão”, alegra-se a bailarina e educadora.

Keyla, terceira da esquerda para a direita
Foi assim, como uma bailarina de seu tempo, que esta aluna de doutorado da Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp, em nome de seus alunos – com ou sem síndrome de down, sobre cadeira de rodas ou não –, chamou a atenção da Unesco e aceitou o convite para apresentar em Athenas (Grécia) o projeto da Escola de Dança, desenvolvido no CIS Guanabara com apoio da Pró-Reitoria de Extensão da Unicamp em outubro. A escola de dança faz parte da A Cia. de Dança Humaniza, projeto de inclusão social por meio da dança e do circo, formada por pessoas com e sem deficiência e mães bailarinas, idealizado e coordenado por Vicente Pironti. A Cia. foi indicada ao Prêmio Ações Inclusivas para Pessoas com Deficiência em 2013.

O voo de Keyla atravessou continente porque ser uma boa bailarina de seu tempo é receber um convite para a Grécia e ver que sua humildade e ao mesmo tempo ousadia em pedir ajuda de custo pode melhorar a vida, o corpo, o sorriso e o sentimento do outro.

Ah, o tempo. Este senhor não para quando ser bailarina é uma entrega. Daí o brilho nos olhos e o sorriso quase ininterrupto no rosto de Keyla, dizendo a todos: “continuarei a incluir”. E, por incluir, recebeu um vídeo do padrinho da Humaniza, Carlinhos de Jesus, pela conquista de posto a ser assumido dia 27.

As manhãs de sábado têm, segundo a bailarina e educadora, sido agraciadas com as atividades de dança desde que, preocupada em continuar as atividades, procurou o coordenador do CIS Guanabara, Odair Marques, que a ofereceu uma das salas da antiga Estação da Companhia Mojiana. “Sejam bem vindos... Acredito na união, no grupo como a força transformadora com todos os desafios das relações humanas. Buscamos ardentemente amar. Gratidão, queridos amigos de sempre, aos parceiros, aos alunos e aos membros do CID”, comemora Keyla.

Um Encontro pela dança
Keyla acaba de lançar o livro Um Encontro pela Dança: Trajetórias e Conquistas, em coautoria com seu orientador de doutorado, professor Paulo Ferreira de Araújo, da Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp, e Rosângela Bernabé.  A publicação foi entregue ao presidente da Unesco, Alkis Raftis, e será traduzido para o  inglês e divulgado no portal da Unesco.