Slaca da Unicamp discutirá o tema
qualidade de vida e envelhecimento

05/11/2015 - 15:56

Para discutir e apresentar tendências sobre a alimentação saudável e a melhoria da saúde, pesquisadores de mais de 45 países estarão em Campinas discutindo na 11ª edição do Simpósio Latino Americano de Ciência de Alimentos (Slaca) - Ciência de Alimentos: Qualidade de Vida e Envelhecimento Saudável- de 8 a 11 de novembro, no Centro de Convenções da Unicamp. Saiba mais.

“O envelhecimento acentuado exige fornecimento de alimentos com biocomponentes para uma qualidade de vida cada vez maior, e o diferencial do 11º Slaca está em discutir mecanismos moleculares capazes de agir em desgastes físicos, doenças inflamatórias e crônicas”, explica a professora Gláucia Pastore, presidente do Slaca e pró-reitora de Pesquisa da Unicamp.

O tema nutrigenômica - nutrientes e compostos bioativos de alimentos e o genoma humano - estará presente em várias palestras. “Trata-se de estudos sobre dietas especiais baseadas nas informações contidas no genoma e que serão fundamentais para diminuir o risco de doenças crônicas como as cardiovasculares, a asma, a obesidade, o diabetes tipo 2, a desnutrição, através de dietas personalizadas”, esclarece Pastore, que completa: “Quando iniciamos o 1º Slaca, esse termo sequer existia, por isso a importância de um simpósio como esse.”

Comemorando 20 anos de sua criação, o Slaca reunirá cerca de 1.500 participantes, entre estudantes, cientistas, palestrantes e profissionais do setor.

Os participantes acompanharão estudos inéditos sobre metabolismo energético (ação mitocôndrias); benefícios das frutas como kiwi no combate ao câncer; processamento de alimentos; substâncias biotivas; antioxidantes em sucos de frutas; segurança alimentar na produção de refeições; impressões digitais de alimentos por espectrometria de massas: comprovação de contaminação alimentar por imagem; contribuição do leite materno para a flora intestinal; relação de frutas cítricas - polifenois e saúde vascular; bioativos de frutas tropicais (araticum - fruto do cerrado); dieta amazônica no aumento da longevidade do homem da floresta; alvos moleculares de fitoquímicos dietéticos para a prevenção do câncer; regulamentos nutricionais de metabolismo do corpo inteiro e homeostase energética; sementes de alto valor proteico obtidas por biotecnologia avançada; enzimas para melhorar a qualidade dos alimentos; pesquisa voltada ao microambiente da próstata; entre outros.

"Reuniremos aqui especialistas para discutir como proporcionar alimentos nutritivos que ofereçam saúde ao consumidor. O envelhecimento acentuado exige fornecimento de alimentos com biocomponentes para uma qualidade de vida cada vez maior”, explica Gláucia Pastore.

Serão 115 palestras com a participação de 90 palestrantes, 40% deles estrangeiros. Estarão presentes instituições como a Cornell University (EUA), United States Department of Agriculture (USDA), University of California (EUA), University of Illinois (EUA), University of Florida (EUA), Universität Hannover (Alemanha), Universidad de Zaragoza (Espanha), University of Auckland (Nova Zelândia), Wageningen University (Holanda), University of Tsukuba (Japan), University of Buenos Aires (Argentina), University of Santa (Peru), University de Vigo (Espanha), University del Bío-Bío (Chile), entre outras.

Envelhecimento mundial - De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), nas próximas décadas a população mundial com mais de 60 anos chegará a dois bilhões até 2050. O mundo está envelhecendo rapidamente e nos próximos 40 anos a tendência é de que a população com mais de 60 anos irá triplicar. O alerta, porém, é sobre a crescente carga de doenças crônicas que afetará muito a qualidade de vida dos idosos, que podem ser amenizadas com alimentos à base da nutrigenômica.

Alimentos no mundo - Dados da FAO indicam que a produção mundial de alimentos que para alimentar a crescente população mundial, será necessário um enorme aumento de 50 por cento na produção de alimentos até 2050. Ainda segundo a FAO, as colheitas cobrem 1.3 bilhão de hectares (ou cerca de 12 por cento da superfície livre do planeta), enquanto pastos cobrem outros 3,38 bilhões de hectares (ou 26 por cento). A América do Norte e a Europa devotam cerca de apenas 40% de suas colheitas à produção direta de alimentos, enquanto que esta alocação na África e Ásia é tipicamente de 80%. A expectativa dos pesquisadores de todo mundo é de que até 2020 cerca de 80% dos alimentos industrializados tenham princípios funcionais e naturais voltados à saúde.