Reunindo trabalhos da comunidade universitária formada por alunos, docentes e funcionários, a II Mostra Unicamp de Fotografia foi aberta oficialmente a partir da última quinta-feira (8), no Espaço Caso do Lago, no campus da Unicamp, em Campinas. Ao todo, a edição conta com 18 projetos expositivos, espalhados também pelo campus de Piracicaba, Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) e Centro Cultural de Inclusão e Integração Social (CIS-Guanabara). A visitação acontecerá até 30 de outubro e é gratuita.

Além das exposições, a II Mostra Unicamp de Fotografia conta também com oficinas práticas e teóricas e caminhada fotográfica. Todas as atividades são gratuitas. Para participar das oficinas é preciso providenciar inscrição antecipada.

De acordo com o pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da Unicamp, João Frederico da Costa Azevedo Meyer, eventos de extensão como a II Mostra Unicamp de Fotografia colocam a produção universitária em contato com a sociedade e a natureza. “Sou amante da fotografia. Fico muito contente de manter esse espaço vivo, com os diferentes modos que a gente tem de olhar o mundo. Esse tipo de evento mantém viva a tradição da Unicamp”, destacou.

O fotógrafo e especialista em artes visuais Celso Palermo, do Instituto de Artes da Unicamp, é um dos organizadores do evento e fala sobre o potencial social e transformador da fotografia. “A fotografia não irá morrer, ela vai sempre se reinventar. A digitalização da imagem permitiu que todas as pessoas pudessem se transformar em fotógrafo, desencadeando um processo de auto representação. É uma manifestação política. As pessoas encontraram um meio de se autoafirmar enquanto indivíduos”, disse.

O funcionário Davi William Amâncio, da Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural, participa da mostra com a série intitulada “A cada manhã, ontem (insinuações sobre a espera)”, em exposição na Odontologia do Centro de Saúde da Comunidade da Unicamp (Cecom). “Meu trabalho fala sobre a espera. Pessoas, coisas ou objetos que imaginaram que a espera seria breve e que alguém viria buscá-las logo em seguida”, explicou.

Francisco de Assis trabalha no Departamento de Meio Ambiente da Prefeitura da Unicamp e concilia seu trabalho diário com a paixão pela fotografia. Participando pela segunda vez da Mostra Unicamp de Fotografia, ele tem o seu trabalho exposto no CPQBA. “Fiz as maioria das fotos no próprio campus da Unicamp. Meu trabalho fala sobre estrelas, então todas as fotos foram pensadas dentro desse tema”, disse.

A série fotográfica produzida pelo funcionário da CDC Fábio Cerqueira explora as diversas nuances da temporalidade, a partir da passagem do tempo em diferentes superfícies. A casa de um artista plástico foi o cenário do seu trabalho. De lá, ele registrou a própria pele do artista, as paredes da residência e algumas de suas obras. “A proposta é mostrar a passagem do tempo a partir desses três aspectos da vida desse artista plástico: o corpo, a casa e a obra”, explicou.

Em uma performance silenciosa, o estudante do 3º ano de Artes Visuais da Unicamp Rafael Ghiraldelli refletiu sobre a efemeridade da função social dos espaços ocupados, marcando no chão com areia, a palavra “Efêmero”. “Historicamente, os espaços da Unicamp estão associados ao movimento estudantil e ao próprio corpo discente. São espaços de vivência que diminuíram em quantidade, em decorrência de mudanças no cenário político-social. A proposta é discutir como essas mudanças sociais interferem na função social do lugar”, comentou.

A II Mostra Unicamp de Fotografia é realizado pelo Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS)  e Coordenadoria de Cultura (CDC) da Unicamp, e recebe o apoio do Espaço Casa do Lago, IA e Festival Hércules Florence. A Comissão Executiva é formada por Celso Palermo (Instituto de Artes), Antônio Scarpinetti (Assessoria de Comunicação e Imprensa), Danilo Negreti (Coordenadoria de Desenvolvimento Cultura), Fabio Cerqueira (CDC), Carmen Lúcia Rodrigues [Malu] Arruda (CDC) e Maria Alice da Cruz Paula (Grupo Gestor de Benefícios Sociais).