Elenco e convidados participam do
pré-lançamento de ‘O Crime da Cabra’

09/10/2015 - 08:40

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O crime da cabra é uma obra da Renata Pallottini

O crime da cabra é uma obra da Renata Pallottini

Matheus Braga e o reitor Tadeu Jorge

Matheus Braga e o reitor Tadeu Jorge

Elenco do filme

Elenco do filme

Nesta quarta-feira (7), a noite foi de cinema para a organização do Unicamp 50 anos, convidados e personalidades da Unicamp e da cultura nacional, mas principalmente para o elenco do filme O crime da cabra, de Ariane Porto e Teresa Aguiar. Muitos pela primeira vez experimentaram a condição de espectador da própria arte e se divertiram com suas atuações tanto quanto durante a interpretação do texto adaptado de Renata Palottino nos sets de filmagem. 

Formado por alunos, funcionários, docentes, atores de Campinas e nomes conhecidos da dramaturgia brasileira, o elenco se misturou aos convidados em uma das salas de exibição do Cinemark, em Campinas, para pré-lançamento da obra. “O filme teve apoio amplo do Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS) e da Reitoria da Unicamp, que reuniu todas as pró-reitorias no projeto”, disse Ariane Porto, que se refere ao coordenador do GGBS, Edison Lins, como o pai da Cabra, personagem central do roteiro. 

O crime da cabra é uma obra da Renata Pallottini, adaptada para o cinema, que com alguns incrementos, se tornou uma homenagem ao circo, à cultura caipira do interior paulista, na figura de Amazio Mazzaropi. “Fazemos homenagem a ele, a Inezita Barroso e também a Ariano Suassuna”, explica Ariane. 

“Em Portugal, onde a comédia cênica foi apresentada muitas vezes, o público adora o conflito de vendeu, não vendeu, comprou, não comprou”, declara Renata Palottino, autora dos originais, do texto teatral e agora coautora do roteiro ao lado de Ariane. Tudo começou com a leitura de uma notícia de um jornal do interior do Brasil, que virou conto nas mãos de Renata na década de 1960. “Vamos ver o resultado agora. O filme tem uma força muito boa de um elenco primeira categoria, secundado por atores gente da terra (Campinas), fortes, porém nem sempre conhecidos, mas mantiveram nível até o fim da produção. Esperamos que seja o que falta na comédia brasileira: uma comédia de costumes, mas que mantenha nível de alegria e festa, baseada na vivência do povo do interior, e não de complicações sexuais”, finaliza.

A atriz Laura Cardoso elogiou a produção em todos os aspectos, mas fez questão de lembrar a amizade com Ariano Suassuna (1927-2014), um dos homenageados. “Amei, amo, amarei até o fim dos tempos este escritor, que foi embora ano passado. Sou fã número um do Ariano. Eu o conheci Ariano. Gostava demais da Inteligência dele”, manifesta. O prazer de trabalhar com atores iniciantes no filme escola também foi uma das manifestações da atriz. “Tenho sobrinha que é professora na Unicamp, que tem fama de ser muito boa. Também tenho sobrinhos que estudaram na instituição e posso dizer que ela é uma referência de qualidade no Brasil.” Laura não deixou de expressar a admiração por Teresa, a qual conheceu no teatro, e Ariane, com quem teve contato durante a produção do filme. “Gostei de Ariane. Muito inteligente.”

Pronto para ver o resultado da produção, o ator brasileiro Lima Duarte foi econômico nas palavras, pois chegava das gravações do folhetim da Rede Globo I love Paraisópolis. Mesmo assim, encontrou tempo para manifestar sua satisfação em participar de um filme escola, pois está vendo as pessoas se inserirem em sua área de atuação. “Muito bom, estamos aprendendo, cada um é um ator, alguns melhores. É o segundo filme que participo com eles e gostei muito. Cinema é essa coisa alegre. Muito bom, para eles, boa maneira de começar, estar junto com a prática”, declara.

Matheus Braga, 13 anos, ainda se encanta ao olhar para Mazzaropi, personagem que interpreta na produção. “Quando soube que iria interpretá-lo, comecei a assistir às suas produções. Gostei muito de participar porque Mazzaropi é muito legal, é ator, cantor e suas artes circenses têm muito a ver com o filme.” Mateus atua em vários musicais em São Paulo, entre eles O Rei Leão. Atualmente, atua em Memórias de um Gigolô. 

Interpretar Romilda, a mulher do dono da cabra, faz Valéria Monteiro tecer sua história com a Unicamp. Segundo a atriz e jornalista, a oportunidade de participar de uma produção como O crime da cabra e saber que isso se insere na programação de comemorações dos 50 anos da Unicamp, instituição na qual iniciou o curso de ciências sociais, é juntar entrelaçar algumas linhas. 

“Eu também tenho 50 anos. É uma comemoração múltipla: poder participar do filme escola produzido por funcionários, alunos e docentes da Universidade em seus 50 anos. Eu tinha um sonho de infância de estudar na Unicamp, pois a presença da Universidade em Campinas sempre foi muito forte, mas assim que entrei, comecei a trabalhar na área de jornalismo e tive de trancar matrícula. Tentei voltar, mas não pude convalidar.” 

O reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, agradeceu a Laura Cardoso e Lima Duarte pela presença no lançamento e pela contribuição no filme produzido pela Unicamp. O reitor ressaltou o envolvimento de alunos no projeto. “Este é o papel de uma Universidade como a Unicamp”, declarou. A professora Ítala, coordenadora do Unicamp Ano 50, também agradeceu às cineastas pela ideia de produzir o primeiro filme escola da Universidade.

O crime
De acordo com Ariane, a ideia é uma grande brincadeira.  “A produção do filme foi um grande desafio onde conseguimos reunir alunos, funcionários, docentes da Unicamp em torno de um filme escola e grandes nomes da cultura nacional, como Lima, Arlete Sales, Laura Cardoso, Claude Troigros, José Possi Neto. Queria mostra que era possível. Acho que a gente está conseguindo mostrar que é possível e este é o primeiro passo. Espero que a gente consiga elaborar outros projetos em conjunto com a finalidade de tornar a Unicamp cada vez mais um polo de inovação na área de cultura”, declara.

Sobre o envolvimento de todas as categorias da Unicamp no projeto, Ariane ressalta: “Uma delícia poder inserir os funcionários. Para mim, é óbvio: a Universidade é um todo. Não tem essa de docente e não docente. Por que não, funcionário? Para mim não faz sentido nenhum. E o que começou como uma oficina para os funcionários participarem se transformou no grupo Arte Única, que hoje se apresenta em hospitais e fora da Unicamp.”

A analista de sistemas da Diretoria Geral de Recursos Humanos Carmen Freitas é um exemplo de funcionária que levou a sério a oportunidade de teatralizar. “Comecei a participar no curso da escola de Teresa. Participei da encenação e agora da adaptação para cinema. Para nós, é uma experiência única porque não somos formados. Pudemos acompanhar todo o processo desde ensaios, sets de filmagem, com grandes atores. Toda ansiedade de ter de chegar mais cedo, se maquiar, mesmo que seja para aparecer somente um pouquinho não inibiu a preocupação de figurino, por exemplo.”