Congresso de Extensão da
AUGM chega a 1.000 inscritos

30/09/2015 - 09:17

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 Sandro Tonso: surpresa positiva nos projetos

Sandro Tonso: surpresa positiva nos projetos

Maria Ehrhardt: presença da Unicamp em destaque

Maria Ehrhardt: presença da Unicamp em destaque

O 2º Congresso de Extensão da Associação das Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM), que a Unicamp organiza e sedia de 9 a 12 de outubro, atingiu a marca de 1.000 inscrições, com participantes de diversos países, sobretudo da América Latina. O primeiro evento acadêmico de porte dentro das comemorações dos 50 Anos da Unicamp tem como tema principal a “Indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão”, com a proposta de colocar as atividades de extensão universitária em evidência e promovendo reflexões e trocas de experiências entre instituições brasileiras e latino-americanas. As atividades serão divididas entre o Centro de Convenções, o Ciclo Básico II e a Casa do Lago. Todas as informações estão no site

Segundo os professores Sandro Tonso e Maria Aparecida Ehrhardt, assessores da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac) e coordenadores do Comitê Organizador na Unicamp, a programação traz conferências, mesas-redondas e apresentações orais e sessão de pôsteres dos trabalhos selecionados, além de várias atrações artísticas. São três eixos temáticos: “Direitos, responsabilidades e expressões para o exercício da cidadania”, sobre comunicação, cultura, direitos humanos, educação, serviço alternativo e voluntariado; “Os valores para teorias e práticas vitais”, sobre meio ambiente, saúde e esportes; e “Novas tecnologias: perspectivas e desafios”, sobre tecnologia e produção, trabalho, geração de renda e tecnologia social. 

De aproximadamente 1.000 trabalhos inscritos, 584 foram selecionados, destacando-se a participação de autores da própria Unicamp, com 150 inscrições e 100 projetos escolhidos. “Os trabalhos passaram por um conjunto grande de avaliadores e foi marcante a presença efetiva do tema definido para o congresso”, observa Sandro Tonso. “Se a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão é um desejo nosso, os projetos mostram que já se pratica esta indissociabilidade na iniciação científica, em linhas de pesquisa e na formação profissional, através do diálogo da universidade com a comunidade. Foi uma surpresa positiva.” 

Maria Aparecida Ehrhardt informa que estão representadas no 2º Congresso de Extensão todas as 31 universidades filiadas à AUGM, com destaque para a Argentina, devido à proximidade e afinidade. “Vale ressaltar que vários países fora do âmbito da AUGM estão mandando equipes e projetos, como Panamá e Cuba. Da mesma forma, há onze instituições brasileiras filiadas, mas recebemos muitos trabalhos do Nordeste, por exemplo – o evento foi divulgado no último Fórum de Pró-Reitores de Extensão (Forproex), em Gramado (RS), e várias universidades abriram editais para participação de seus alunos. A expectativa é mostrar a cara da extensão brasileira para a América Latina e vice-versa.” 

Na opinião da professora, também merece destaque o interesse demonstrado pelos estudantes da Unicamp em um evento sobre extensão universitária, o que julga importante por enriquecer o processo de formação. “Existe agora uma lei determinando que as universidades federais tenham no currículo da graduação pelo menos 10% de créditos com disciplinas de extensão. Nós, das estaduais, ainda não temos essa obrigação, mas estamos pensando em como implementar algo semelhante, e o Congresso é um marco inicial para chamada dos alunos. Teremos, por exemplo, 48 bolsistas no apoio logístico, atuando como monitores; nas fichas de triagem para justificar o interesse em colaborar com o evento, muitos alegaram o contato com atividades extensionistas. É uma nova geração que já entra na universidade com esse espírito, o que acho muito bom.” 

Merece igual destaque, na opinião de Maria Aparecida Ehrhardt, o envio de projetos enviados por funcionários da Universidade, graças ao apoio do Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS) e da Agência para a Formação Profissão da Unicamp (AFPU). “Um exemplo de como funcionários também podem desenvolver atividades de extensão é o ‘vestibulinho’ criado por técnicos da área administrativa para os colégios técnicos (ensino médio) da Unicamp. O curso é ministrado por nossos bolsistas da graduação e aprovou quase 90% dos alunos, algo realmente maravilhoso.” 

Nesse sentido, Sandro Tonso lembra a intenção da Preac de defender o fim da obrigatoriedade existente na Unicamp de que os projetos de extensão sejam coordenados por docentes. “Estamos no momento de votar o Estatuto da Universidade e vamos defender no Conselho Universitário a proposta de que todo servidor também possa desenvolver atividades de extensão. Este Congresso é um bom exemplo de que possuímos bons projetos que não vêm apenas de docentes, mas de coordenadores de áreas técnicas, administrativas e laboratoriais.” 

Tonso acredita que a importância da indissociabilidade, tema do Congresso, está em requalificar o ensino e a pesquisa dentro da universidade, a fim de que estejam cada vez mais enraizados na comunidade. “Há falta de conhecimento e preconceitos de todos os tipos nas unidades. Desde que a extensão é uma atividade feita apenas junto aos excluídos, até uma alternativa de convênios com grandes empresas para complementar verbas orçamentárias. O papel da Preac é mostrar que extensão pode ser tudo isso que será apresentado no Congresso. É um modo de fazer ensino e pesquisa, como por exemplo, quando trazemos o problema de uma comunidade para a universidade, desenvolvemos uma metodologia ou tecnologia e levamos de volta a solução".