A Unicamp recebe pela primeira vez, para uma série de atividades, o escultor Donato Sartori e a arquiteta Paola Piizzi, do Centro Maschere e Strutture Gestuali, grupo de pesquisa interdisciplinar de Pádua, na Itália, que estuda os vários aspectos da máscara teatral. Donato Sartori é filho e herdeiro da tradição iniciada por Amleto Sartori, reconhecido escultor e estudioso das máscaras da commedia dell'arte - forma de teatro popular que aparece no século XV, na Itália, e se desenvolve posteriormente na França. Os Sartori são considerados referência mundial na criação e desenvolvimento de técnicas de modelagem de máscaras entre elas a máscara de couro com molde de madeira e a chamada “máscara neutra” criada a pedido do mímico e professor Jacques Lecoq, usada para a preparação do ator.

As atividades, incluindo um seminário e uma oficina de máscaras, foram patrocinadas pela Vice-Reitoria de Assuntos Internacionais (Vreri) da Unicamp, e coordenadas pela professora do Instituto de Artes (IA), Heloísa de Carvalho. Sartori e Paola estão em turnê pelo Brasil neste ano quando se comemora o centenário de Amleto Sartori. Eles procuram trocar experiências sobre máscaras teatrais e divulgar o curso que oferecem na Itália, que já teve vários alunos da Unicamp, inclusive a docente Heloísa. “Quando a gente vai para lá fica mergulhado um mês só fazendo a máscara. Depois temos aulas com atores sobre utilização. Trazer isso para cá é uma oportunidade”.

Desde 1980 surgiram vários pesquisadores do tema máscaras, comenta Heloísa. “A máscara é uma ferramenta para o ator, e pode servir para a limpeza gestual, como a máscara neutra,  porque quando o ator começa a usá-la é como se ele fosse deixando os vícios do corpo para depois assumir personagens”. A atriz Luciana Mizutani, explica que “a máscara teatral é uma das coisas que permitem ao ator ser absolutamente diferente, é artifício, permite que uma mulher jovem e pequena interprete um velho, homem”.

Donato Sartori afirmou que está buscando no Brasil, país que já visitou diversas vezes, a troca de conhecimentos, seja relacionada ao teatro, à cultura popular, “tudo que tem relação com máscaras”. O escultor considera o Brasil “um terreno muito disponível e fértil para quem trabalha com máscaras e com o teatro”. Ele afirmou que pretende, com a visita, colaborar com a profissionalização do trabalho com máscaras. A arquiteta Paola Piizzi salientou que existe uma grande curiosidade no Brasil em relação à máscara e a máscara teatral e ainda, sobre a família Sartori. “Muitos brasileiros participam do curso que promovemos já há 30 anos”.

O seminário "Máscara: Donato Sartori e Paola Piizzi na Unicamp" vai até sexta-feira, 25, no barracão do departamento de Artes Cênicas, na Unicamp, no período da tarde. Nesta quinta-feira, 24, a programação prevê a presença dos palhaços que fazem o Doutores da Alegria