Ada Yonath:
Prêmio Nobel de
Química de 2009
é a convidada
do XII Caeb

26/05/2015 - 10:00

Reunião na PRP para discutir apoio ao Caeb

 Ada E. Yonath, prêmio Nobel de Química de 2009O XII Caeb (Congresso Aberto de Estudantes de Biologia), promovido por alunos de graduação e de pós-graduação do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, terá como uma das grandes atrações, nos dias 20 a 24 de julho, duas palestras da pesquisadora israelense Ada  E. Yonath. Ela vem para fazer uma aula inaugural na qual abordará a sua trajetória profissional até receber o Prêmio Nobel. Essa palestra, que acontecerá às 14 horas no Centro de Convenções da Universidade, será aberta ao público. No segundo dia, ela falará a respeito da cristalografia de proteínas apenas para os participantes do congresso. Ada E. Yonath já esteve na Unicamp em 2011.

As palestras e os minicursos, divididos em cinco grandes áreas (educação, extensão, molecular, ambiental e saúde), ocorrerão nos Ciclos Básicos I e II, no Centro de Convenções e no IB para os 814 inscritos. Serão apresentados 170 trabalhos nesse evento, um dos melhor reputados da área de Biologia do país. Segundo o aluno João Vitones, serão efetuados minicursos de comportamentos de animais marinhos, de desenvolvimento de material para alunos cegos, entre outras abordagens. Veja a programação do Caeb

O pós-graduando Vitor Amâncio conta que o Caeb tem como objetivo promover a integração entre estudantes, professores, profissionais da área e de outras áreas que também tenham como tema as Ciências Biológicas, mas que não necessariamente façam parte do currículo de formação de um biólogo. “Então há temas da biologia que em geral são discutidos fora da sala de aula, como por exemplo uma mesa-redonda que debaterá o uso dos transgênicos na indústria agrária”, relata Vitor. Serão convidados pesquisadores favoráveis e contra a confecção e o uso dos transgênicos. "Não temos muitas pesquisas comprovando que os transgênicos não são viáveis. É isso justamente vamos discutir." 

Conforme o professor Marcelo Brocchi, diretor-associado do IB, esse é um evento já tradicional e histórico no calendário do IB, que ocorre a cada dois anos. Trata-se de um congresso de grande envergadura no Brasil, promovido por agências de fomento, sociedades científicas e apoiado pela Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) e Pró-Reitoria de Graduação (PRG) da Unicamp. "Além de ser um evento histórico, amplo e que permite uma troca de ideias e discussões relevantes, ele é organizado pelos nossos alunos. Inclusive num levantamento do Caeb, esse congresso tem a participação de alunos de 21 Estados brasileiros. É um encontro nacional portanto", afirma. 

Na opinião da pró-reitora de Pesquisa, professora Gláucia Pastore, esse evento é importante sobretudo por dois motivos: pela participação de alunos na sua organização, que conseguiram tornar esse evento de grande magnitude; e por terem sido muito felizes na escolha do nome de Ada Yonath, que vem exercendo um trabalho que é um marco na história da pesquisa em Biologia. O convite a aproxima dos docentes e alunos da Unicamp, para entenderem a concepção do que é ser um prêmio Nobel”, ressalta a pró-reitora. 

De acordo com Gláucia Pastore, as pessoas acreditam que é muito remota a possibilidade de se tornar um Prêmio Nobel. “Achamos que nunca chegará essa hora para o Brasil, mas, na verdade, é importante notar que a maioria dos trabalhos que levam à obtenção de um prêmio desses são investigações de pesquisadores altamente gabaritados, que conseguem enxergar explicações para a ciência que muitos outros não vislumbraram. A propósito, esse é um ponto marcante nas trajetórias dos prêmios Nobel”, acentua. 

Prêmio Nobel
Ada  E. Yonath recebeu o Prêmio Nobel em 2009 ao descobrir a estrutura e a função do ribossomo. Ela foi a quarta mulher a receber o Nobel de Química e a primeira desde 1964. Ela atua hoje na Universidade de Tel Aviv, Israel. Ada e outros dois cientistas distinguidos com o prêmio Nobel – Venkatraman Ramakrishnan e Thomas A. Steitz – foram descritos como "guerreiros na luta contra o crescente número de infecções bacterianas incuráveis". 

Membro da Academia Nacional de Ciências, da Academia de Ciências e Humanidades de Israel e da Organização Europeia de Biologia Molecular, Ada E. Yonath tem um currículo repleto de distinções, como o prêmio Unesco-L`Oréal para mulheres na ciência, atribuído em 2008, e o prêmio Erice pela Paz, atribuído pelo Vaticano em 2009. O prêmio Nobel foi criado em 1901, reconhece o trabalho de especialistas em várias áreas do conhecimento e é considerado o mais importante do mundo da ciência. 

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