A educação do corpo é tema
de fórum organizado pela FEF

14/05/2015 - 14:53

/
O bom público do fórum sobre educação do corpo

O bom público do fórum sobre educação do corpo

Edivaldo Góis Junior, organizador do evento

Edivaldo Góis Junior, organizador do evento

Carmen Lúcia Soares, professora da FE

Carmen Lúcia Soares, professora da FE

Mesa: “A história cultural e a educação do corpo

Mesa: “A história cultural e a educação do corpo"

A educação do corpo sob a ótica das ciências humanas e das práticas pedagógicas foi o tema do Fórum Permanente de Educação e Desafios do Magistério, em edição organizada pela Faculdade de Educação Física (FEF), no Centro de Convenções. Os Fóruns Permanentes da Unicamp são uma iniciativa da Coordenadoria Geral da Universidade (CGU). O encontro teve como objetivo analisar as manifestações que envolvem a educação do corpo, relacionadas não apenas à educação física, mas também a cultura material, sociabilidades, artes e expressão. 

Edivaldo Góis Junior, professor da FEF e organizador do fórum, afirmou que vinga atualmente um debate sobre a educação em tempo integral e as práticas que ocupariam o espaço decorrente da ampliação da jornada. “Toda vez que se fala em ampliar a jornada, as questões artísticas, culturais e ligadas à educação do corpo são pautadas. Por isso, fomentamos o debate a partir de um olhar das ciências humanas – e não da área biológica – para tentar entender qual espaço a educação do corpo pode ocupar no projeto pedagógico da escola”. 

Segundo Góis, há muito discurso e pouca prática em relação à questão da ampliação da jornada escolar. “É um debate que parece novo, mas observando a história da educação no Brasil, desde Anísio Teixeira já se falava numa escola que tivesse como meta a educação integral (não no sentido de tempo integral). Na década de 1980, vimos no Rio de Janeiro a experiência dos Cieps [Centros Integrados de Educação Pública, no governo Brizola] e agora volta à baila esta discussão sobre a necessidade de ampliação da jornada. Contudo, devido à limitação dos recursos públicos para a educação, poucas iniciativas vêm se efetivando nesse sentido.” 

O professor da Unicamp observa apenas iniciativas isoladas, que visam tirar a criança da rua e colocá-la na escola, mas sem a orientação de um projeto pedagógico mais amplo. “O Governo Federal lançou o programa Segundo Tempo, de esportes, desenvolvido em comunidades carentes, que merece maior articulação. Mas os monitores não possuem formação específica nas áreas de artes ou de educação física e são remunerados de maneira bastante restrita, através de bolsas. Embora exista um princípio pedagógico, no cotidiano percebemos um grande distanciamento entre o que foi projetado para o programa e o que é realizado nas escolas.” 

A primeira mesa do fórum teve como tema “A história cultural e a educação do corpo”, com a participação da professora Carmen Lúcia Soares, da Faculdade de Educação (FE), e do professor Pedro Paulo Funari, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), ambos da Unicamp. “Trabalhamos com a ideia de que o corpo é educado por múltiplas formas, não apenas com intervenções e práticas escolares, mas por um conjunto de processos culturais – as roupas, a arquitetura, tudo o que está no nosso entorno”, disse a docente da FE. “O corpo é um tema que está na moda. Falamos dele nem sempre com a profundidade, amplitude e recortes científicos necessários, mas o fato de estar sendo problematizado, tanto na área da educação física como das ciências humanas, já indica a importância desta discussão.”

 

Comentários

parabéns pelo evento ! admiro-os muitíssimo ! pena que não soube antes ! um forte abraço e muito sucesso ! caso publiquem, me inscrevo na lista ! ana arantes

Email: 
anacris.arantes@ig.com.br