Comissão
da Verdade
da Unicamp
apresenta
relatório final

27/03/2015 - 16:34

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Primeira audiência pública, em março de 2014

Primeira audiência pública, em março de 2014

Caio Navarro de Toledo, membro titular da CVM

Caio Navarro de Toledo, membro titular da CVM

Resultados e recomendações, no dia 1º de abril

Resultados e recomendações, no dia 1º de abril

A Comissão da Verdade e Memória “Octávio Ianni”, criada em outubro de 2013 para investigar eventuais arbítrios e violações de direitos humanos praticados contra docentes, alunos e funcionários da Unicamp durante a ditadura militar, apresenta os resultados (e recomendações) deste trabalho no dia 1º de abril, no Centro de Convenções. A abertura da solenidade será às 9 horas, em mesa composta pelo reitor José Tadeu Jorge, o coordenador-geral da Universidade Alvaro Crósta e a professora Maria Lygia Quartim de Moraes, presidente da CVM. 

Neste período de ano e meio, foram recolhidos documentos e informações junto aos órgãos da Unicamp, além de depoimentos de membros da comunidade que tenham vivenciado situações específicas de violações de seus direitos civis. São membros titulares da CVM os professores Wilson Cano (IE), Yaro Burian Júnior (FEEC), Ângela Maria Carneiro (IFCH), Caio Navarro de Toledo e o advogado Eduardo Garcia de Lima. Como suplentes, a doutoranda em sociologia Danielle Tega (IFCH) e a advogada Fernanda Cristina Covolan. 

O professor Caio Navarro de Toledo é autor da carta aberta decisiva para a criação da Comissão, quando defendeu a necessidade de se investigar atos de arbitrariedade cometidos durante a ditadura e a importância de se eliminar os resquícios do AI-5 ainda presentes nas normas da Universidade. “Procuramos fazer pesquisas sobre os efeitos da ditadura na comunidade acadêmica, concentrados em buscar pessoas que dela foram vítimas ou que esclarecessem fatos daquele período. Ao mesmo tempo, três estagiários trabalharam junto a arquivos como do Siarq (Arquivo Central da Unicamp) e do Dops”, explica o docente. 

Segundo Toledo, alguns dos depoimentos foram concedidos na audiência pública realizada pela CVM Octávio Ianni em março do ano passado, quando houve uma exposição sobre as atividades então em curso e uma explanação a respeito do sistema repressivo e da perseguição ao movimento estudantil. “Colhemos depoimentos como dos professores Rogério Cerqueira Leite, Rubens Murillo Marques, José Ellis Ripper Filho, Rodolfo Caniato e Bernardo Boris Vargaftig; e ainda do ex-aluno Ronaldo Simões e de Anamaria Tambellini, que foi esposa de Sérgio Arouca e relatou o expurgo na Medicina.” 

A palestra de abertura do evento do dia 1º de abril será proferida por Renan Quinalha, advogado da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”. Na sequência, a professora Maria Lygia Quartim de Moraes apresenta os resultados e recomendações da Comissão da Verdade da Unicamp, reservando espaço para o debate. A solenidade ocorre em parceria com o Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” (Histedbr, da Faculdade de Educação), que na parte da tarde promove um colóquio sobre a ditadura militar, com a mesa-redonda “Brasil, golpe nunca mais?” e a apresentação de cena da peça “Outra vez, Nunca Mais!”.