Workshop no IFCH aborda
escrita de textos acadêmicos

10/03/2015 - 15:44

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Professora Anna Bentes

Professora Anna Bentes

Professora Vivian Rio

Professora Vivian Rio

Workshop no IFCH

Workshop no IFCH

Cintia Valim, do Espaço da Escrita

Cintia Valim, do Espaço da Escrita

Oitenta e cinco pessoas, entre estudantes de pós-graduação e docentes, participaram do Workshop A Escrita de Textos Acadêmicos: Contexto de Produção e Características Formais nesta terça-feira (10), no auditório 2 do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp. O evento é promovido pelo Espaço da Escrita, órgão ligado à Coordenadoria Geral da Universidade. Esse workshop resume em duas horas o conteúdo do curso de extensão que vem sendo oferecido aos sábados pelo Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) há mais de três anos, diz Cíntia Valim, do Espaço da Escrita.

De acordo com a professora Vivian Cristina Rio Stella, que ajudou a conceber o curso, o desafio da escrita acadêmica consiste em superar as deficiências, colocando em prática a linguagem. “É que a produção de texto tem suas particularidades e, quanto mais lidarem com ele, melhor ficará o conteúdo e a tarefa de escrevê-lo”, garante ela. “Em nosso curso não estamos buscando um conjunto de dicas e sim ajudando como chegar a uma produção empregando os recursos textuais disponíveis.” 

Vivian Rio comenta que tudo começa com a pesquisa científica, acompanhada do rigor metodológico, necessário neste tipo de texto. “Mas também é preciso levar em consideração a clareza no percurso de um trabalho, seja ele um artigo ou uma tese, pois as dificuldades de expressão se refletem no texto. Se não deixarem-no claro, como o leitor poderá contrapor as ideias ali delineadas ou replicar seu método?”, problematiza. "O texto não é escrito para você e nem para o seu orientador. Ele é escrito para o leitor." 

Um aspecto relevante lembrado por Vivian Rio é que os textos acadêmicos necessitam seguir princípios e normas. “Mas não basta compreender as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), já que cada área tem suas práticas específicas para escrever e suas normas vigentes”, situa. 

A professora do IEL Anna Bentes salienta que o curso de extensão que ela e Vivian ofertam baseia-se na reflexão. “O que fazemos é abordar algumas categorias e instigar a reflexividade sobre algumas questões. Não raro procedemos à leitura de alguns textos acadêmicos que a princípio são árduos e que no entanto se tornam mais fáceis ao longo do curso. Isso porque os participantes passam a fazer uma releitura da realidade e têm melhores condições inclusive de criticar outros textos já publicados. Logo, pretendemos desenvolver o espírito reflexivo, e não o normativo”. 

Vivian Rio explica que os trabalhos que em geral não são aceitos em algum periódico é porque não cumprem os princípios e normas estipulados pelo órgão publicador. Outro aspecto  mencionado por ela é que o texto acadêmico é transitório e que os resultados podem estar sujeitos a modificações. Ela sugere que essa transitoriedade faz parte da área acadêmica e que escrever de uma forma totalmente assertiva é o que as pessoas mais esperam, muito embora o ideal nem sempre ocorra. "Por isso da importância de ter cuidado com a linguagem", expressa.

A professora Anna Bentes afirma que, no curso de extensão do IEL, as turmas normalmente não ultrapassam 50 alunos, para que haja maior aproveitamento. Ela conta que este curso está passando por uma reformulação e que agora deve ter seis meses de duração (anteriormente durava três meses). Uma meta do Espaço da Escrita é descentralizar os eventos e levá-los para outras unidades da Unicamp. Em agosto, esse curso ocorrerá na Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), em Limeira. “A redação científica é uma questão do momento e está presente na vida das pessoas que têm uma história acadêmica, da relação do sujeito com a escrita, cujo foco é o textual. Em nosso curso não tratamentos de metodologia do trabalho científico. Tratamos de ações de textualização dos diferentes gêneros acadêmicos”, informa. “Futuramente pretendemos publicar um livro sobre a nossa rica experiência”, sinaliza Anna Bentes.