Cecom prepara medidas
contra a dengue no campus

04/03/2015 - 10:30

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Armadilha para mosquito da dengue no campus

Armadilha para mosquito da dengue no campus

Rôse Trevisane e Patrícia Leme, do Cecom

Rôse Trevisane e Patrícia Leme, do Cecom

O Centro de Saúde da Comunidade (Cecom) prepara uma série de medidas de controle para enfrentar a dengue no campus. Rôse Trevisane, coordenadora adjunta do Cecom e responsável pelo Grupo de Trabalho (GT) da Dengue da Universidade, explica que, normalmente, os picos de casos de dengue começam em março, se acentuam em abril e vão até maio, mas neste ano começaram já em janeiro. "O cenário se repete em todo o município de Campinas e indica que a epidemia está se antecipando, preocupando os profissionais da saúde".

Rôse considera grande a chance de uma epidemia como a de 2014, embora o vírus seja do mesmo tipo, como apontaram os testes feitos nos casos que chegaram ao Cecom. "Estamos programando uma série de ações a partir de março, com base na mobilização do ano passado: vamos repetir o mutirão na Moradia Estudantil, que se localiza em um dos bairros mais afetados da região, completando o telamento de mais de 500 caixas d'água (70% já foram protegidas) e com nova vistoria nas casas. Para isso, contaremos com a ajuda de alunos treinados e a parceria da Prefeitura de Campinas e do Centro de Saúde de Barão Geraldo."

Segundo a responsável pelo GT da Dengue, até o final desta quinzena haverá uma reunião com todos os assistentes técnicos de diretoria (ATD's) e de unidades (ATU's) para explicar como cada unidade e órgão deve se organizar para realizar a vistoria dentro e fora dos prédios. "Identificado um criadouro de Aedes aegypti, o funcionário deve saber a quem recorrer, por exemplo, para coleta de larvas. Vamos promover 'o dia da dengue' ou mesmo 'a semana da dengue' para que as unidades façam esta vistoria. E nós do GT estamos nos organizando para solucionar todo problema que surgir em decorrência desta mobilização."

A exemplo do que ocorreu no ano passado, várias ações estarão voltadas à educação, com informações sobre a dengue nos sites do Cecom e de comunicação da Unicamp, e sobre ações corretivas no campus, através de treinamento de cipeiros e do pessoal de empresas terceirizadas em canteiros de obras. "Também vamos retomar a Vigilância Entomológica da Dengue (VED), ou seja, ativando as armadilhas para o controle do mosquito transmissor, pelo grupo de alunos coordenado pelo professor Carlos Fernando Andrade, do Instituto de Biologia. É preciso identificar as larvas, que não são todas de Aedes; se positivo, o diretor da unidade será notificado para que organize um grupo de busca de criadouros."

Cecom cria força-tarefa
Patrícia Leme, coordenadora do Cecom, observa que a antecipação da epidemia de dengue não significa, necessariamente, que ela será pior que a de 2014, quando se registraram 612 casos no campus. De qualquer forma, o Centro organizou um fluxo de atendimento diferenciado para dar conta de um aumento na incidência. "Estamos preparados para dar a melhor assistência possível, envolvendo todas as áreas do Cecom, desde a recepção: identificado um possível doente, ele contará com uma agenda específica, sendo atendido pela enfermagem, realizando os exames, recebendo toda a medicação, e o melhor, com todos os retornos necessários. A preocupação com a dengue não está no diagnóstico, mas na evolução ao longo dos dias, quando pode haver uma complicação. O doente terá todo o acompanhamento recomendado pelo Ministério da Saúde, do diagnóstico até a alta."

De acordo com Patrícia, a dengue é uma doença de fácil diagnóstico, tendo como sintomas febre alta, dores de cabeça, no corpo e atrás dos globos oculares, manchas vermelhas na pele e prostração. "Esperemos que a epidemia não venha com tanta força como no ano passado. Como o vírus é o mesmo, espera-se, teoricamente, que quem já teve dengue não volte a adoecer. Preocupa, também, a grande incidência nos municípios do entorno de Campinas e o vai-e-vem intenso de pessoas na Unicamp. O fato é que a responsabilidade pelo combate à dengue é de todos, não podemos monitorar cada metro quadrado do campus."