Unicamp e
Delft fazem
balanço
sobre curso
a distância

13/02/2015 - 15:11

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Reunião para debater balanço do curso

Reunião para debater balanço do curso

Professor Ernest fala sobre o curso

Professor Ernest fala sobre o curso

Equipe avalia resultados

Equipe avalia resultados

Balanço do MOOC

Balanço do MOOC

A Unicamp, através da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac), e por meio de uma parceria firmada com a Universidade de Delft, da Holanda, produziu vídeos para o curso de extensão Tecnologia para Produtos com Base Biológica (Technology for Biobased Products), disponibilizados na plataforma EdX, de ensino a distância. O curso, promovido pela universidade holandesa, teve a participação de professores da Unicamp. Esses vídeos integram os cursos massivos abertos a distância - Massive Open Online Courses (MOOC). Todos os envolvidos no processo avaliaram a iniciativa como positiva. 

Segundo Ernest-JAN, gerente do projeto pela Universidade de Delft, esse curso começou com cerca de oito mil alunos de 156 países e durou sete semanas entre outubro e dezembro de 2014. Do total de inscritos, 300 eram brasileiros. A maior procura pelo curso veio dos Estados Unidos, Índia, Holanda, Espanha e Brasil. Os cursos foram ministrados em inglês, com um roteiro disponível para download na mesma língua, para atender alunos de todo o mundo. A Unicamp contribuiu com três vídeos produzidos pela RTV: história do Bioetanol, ministrada pelo vice-reitor Executivo de Relações Internacionais (Vreri), Luis Augusto Barbosa Cortez; sustentabilidade do bioetanol no caso do Brasil, por Arnaldo Walter, da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM); e usina da primeira geração, que mostrou como o Brasil produz o próprio bioetanol, com Joaquim Seabra, da FEM. As outras 60 aulas foram produzidas nos Estados Unidos e Holanda, totalizando quase 9 horas de material gravado on line na EdX.

O curso, que é gratuito, teve uma carga média de 8 horas por semana, contando o tempo para assistir os vídeos, para fazer as atividades que os professores disponibilizavam, discutir nos fóruns e tirar dúvidas. No final do MOOC, os alunos receberam uma nota. Para obter o certificado de participação, deveriam alcançar no mínimo 5,5. “Esse curso foi um grande sucesso, do ponto de vista da Delft. Temos a intenção de repeti-lo em 2015, a partir do mês de setembro. Será usado o mesmo material, de forma lapidada”, avaliou Ernest.

O pró-reitor de extensão, João Meyer, comentou que esses cursos são uma sala de aula virtual que inclui pessoas de diversos países. “O aluno do curso tradicional, na sala de aula, escuta passivamente o professor. Na aula on line, é ele quem decide – o horário que vai estudar, as dúvidas que deve enviar. Ele age como sujeito do processo. Isso muda a responsabilidade de quem assiste esses cursos”, afirma. 

O pró-reitor, que avaliou positivamente a participação da Unicamp no MOOC, lembra que em 1974 havia uma delimitação tecnológica, mas que a Unicamp resolveu inovar - criou um curso em que se usava a televisão. “A aula tinha duração de duas horas. Eram 20 minutos de vídeo gravado. No restante do tempo a aula era feita por um monitor, que tirava dúvidas e propunha exercícios”, disse. Segundo o professor, a novidade fez com que a disciplina, que tinha grande índice de reprovação, passasse a ter mais de 80% de aprovação.  No caso da MOOC, o pró-reitor afirmou que as aulas são fundamentais para o aprendizado profissional. “A Unicamp tem sido pioneira em vários setores, mas internamente, nós aprendemos a colocar outras tecnologias em jogo. Temos o desafio, por exemplo, de usar softwares ou páginas on line usando dados em tempo real. Não são exercícios teóricos, mas maneiras de aprender a ver o mundo”, explica. 

O vice-reitor executivo, Luis Cortez, falou sobre a importância dos MOOCS na internacionalização da instituição. Disse que a Unicamp tem feito parcerias com diversas universidades e plataformas de ensino a distância cujo interesse é viabilizar a construção dessa operação, usando áreas em que a Universidade tem notória competência. “Há esse aspecto estratégico da Unicamp de participar de cursos a distância como parte do seu processo de internacionalização. Isso se torna viável graças a essas parcerias, como a da Delft”, disse. 

O diretor da RTV Unicamp, Samuel de Oliveira, falou sobre a participação do órgão na produção dos vídeos e sobre a importância desse tipo de conteúdo. “As ferramentas e a estratégia de pensar os MOOCS influenciam a maneira como vários cursos e disciplinas têm sido oferecidos, aproveitando a aula reversa, em que o aluno assiste a aula magna gravada e vem para a aula para entrar em detalhes que dependem da própria turma. A aula já é iniciada com discussões avançadas”, ponderou. De um modo geral, todos os envolvidos aprovaram o curso e já pensam em novas oportunidades de vídeos para os MOOCs.