A ciência sob o
olhar dos 'cafianos'

21/01/2015 - 15:55

Apesar da pouca idade, a maioria sabe o que quer e tem uma compreensão clara sobre a ciência e o seu papel. Pâmela Machado, de 17 anos, exemplifica: “Com a ciência eu vou poder descobrir uma vacina que ainda não existe, por exemplo. E poder ajudar as pessoas mais carentes. Existem países ricos que não têm interesse em pesquisar vacinas e medicamentos para determinadas doenças que atingem a população dos países mais pobres. Acredito que o cientista tem liberdade para fazer descobertas e deve pensar sobre essas coisas.” 
A jovem Pâmela MachadoO sonho de Rhuan Daniel, de 16 anos, é tornar-se um cientista da Unicamp na área de química. “Eu quero estar aqui no futuro, dentro do Instituto de Química. Ciência é uma palavra muito forte. Ela está em todo lugar, suas aplicações estão no nosso cotidiano. Desde a engenharia até a sociologia, tudo está relacionado à ciência”, define o jovem, que participa ao lado da colega Pâmela de uma oficina sobre cerâmica coordenada pela professora Marília Machado Brandão Curi, do Instituto de Artes (IA) da Unicamp. 

Os estudantes Rhuan Daniel e Marina CruzA atividade integra o Programa Ciência e Arte nas Férias (CAF), promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP). Ao todo, 169 ‘cafianos’, como são conhecidos os participantes do programa, vivenciam na teoria e na prática atividades ligadas às grandes áreas do conhecimento - Artes, Ciências Humanas, Ciências Exatas e da Terra, Ciências Biológicas e da Saúde e Tecnologia. Estes jovens do ensino médio de escolas públicas de Campinas e região desenvolvem atividades supervisionadas por docentes e pesquisadores nos laboratórios da Universidade durante as férias escolares.  Além das oficinas, são oferecidos estágios individuais em laboratórios. Ao final dos 30 dias, os participantes apresentam um projeto científico, na forma de pôster, e recebem um certificado.
Oficina de cerâmica oferecida no IA
Marina Cruz de Albuquerque, de 16 anos, descreve o CAF como “uma experiência única”. “Mesmo você participando de um Unicamp de Portas Abertas [UPA], por exemplo, o que dá uma ideia do que são os Institutos e Faculdades, no Ciência e Arte, é você atuando dentro destas unidades. Estou descobrindo que aqui na Unicamp tudo é muito multidisciplinar. Estou desenvolvendo atividades num laboratório onde tem engenheiro mecânico, engenheiro mecatrônico, químico, físico. Estamos em contato constante com a busca pelo conhecimento.”
Débora na oficina de animação
O monitor Filipe Miranda, estudante de Artes Visuais, explica a concepção da oficina sobre animação, coordenada pelo professor Wilson Lazaretti, do IA. “A ideia é que neste período, os estudantes produzam um pequeno filme. O objetivo é que eles entendam como funciona a técnica de animação. São trabalhadas quatro técnicas diferentes: desenho animado; sombra chinesa, que são recortes; técnica com bonecos; e pixelation, que é uma animação feita com as próprias pessoas. Eles também desenvolvem os efeitos sonoros do filme.”  Para a estudante Débora Cristina Magalhães Rosa, que participa da oficina, o programa da Unicamp é tão bom que deveria ser expandido. “É um tipo de atividade que dá muita noção daquilo que você pode investir no seu futuro”, resume. 

O monitor Filipe MirandaIniciado em 2003 com 33 alunos, o Programa Ciência e Arte nas Férias está em sua 13ª edição. Neste ano as atividades acontecem até o dia 6 de fevereiro. O Programa é financiado pela Unicamp e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Outras informações estão disponíveis no endereço.
 Emanuela e Clara, também na oficina de animação