Ex-aluno recebe prêmio
de atleta do ano de rugby

18/12/2014 - 11:26

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Troféu recebido há dias

Troféu recebido há dias

O atleta fala dos próximos desafios

O atleta fala dos próximos desafios

Paulo César Montagner, Taniguchi e Gorla

Paulo César Montagner, Taniguchi e Gorla

O ex-aluno da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Unicamp Alexandre Keiji Taniguchi, atleta da Associação de Esportes Adaptados de Campinas (Adeacamp), acaba de receber o prêmio de atleta do ano de rugby em cadeira de rodas no Prêmio Brasil, organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Das quatro edições deste prêmio, ele se destacou como melhor atleta três vezes. Na manhã desta quinta-feira (18), ele fez uma rápida aparição no ginásio da Faculdade de Educação Física (FEF) para se encontrar com o chefe de Gabinete da Unicamp, Paulo César Montagner, que é professor da FEF e um dos incentivadores do esporte adaptado, e com o coordenador do projeto Esporte Adaptado da Universidade, professor José Irineu Gorla. Foi na FEF que Alexandre começou a trilhar os primeiros passos no rugby, convidado por Irineu Gorla.  

O atleta sofreu um acidente em 2006, durante um mergulho. Teve uma tetraparesia, ou seja, uma perda parcial das funções motoras dos membros inferiores e superiores. Conseguiu recuperar alguns movimentos, mas ficou com algumas sequelas e teve que se submeter a uma intensa reabilitação. Antes do acidente, os seus esportes eram a natação e o handebol.

Tendo ingressado no projeto da FEF, encontrou-se no rugby, e não tardaram aparecer os primeiros bons resultados. Ele passou a integrar a equipe da Adeacamp (Associação de Esportes Adaptados de Campinas) e, no mesmo ano que começaram os treinos na FEF, foi convocado para jogar na Seleção Brasileira. Já no primeiro Campeonato Brasileiro, em 2008, a equipe da Adeacamp ficou em segundo lugar. Nos três campeonatos seguintes, a equipe, composta por 14 atletas, ficou com o primeiro lugar.

No currículo esportivo de Alexandre, constam os títulos de campeão da Internacional Big Maximus (em que garantiu vaga para modalidade no Parapan-Americano em 2015, em Toronto), campeão do Aberto de Minas Gerais e do Aberto de Brasília, vice-campeão do VII Campeonato Brasileiro de Rugby em Cadeira de Rodas, e melhor jogador do Aberto de Brasília e melhor jogador do Torneio de Tampa em Lakeshore/USA. Ele também jogou duas temporadas em um clube do Alabama, Estados Unidos, e já está com os olhos nos próximos três desafios: os Jogos Parapan-Americanos, em Toronto, Canadá; o Campeonato Brasileiro; e as Paralimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Para isso, o atleta está realizando treinos três vezes por semana em quadra e na academia, onde realiza treino funcional. "O esporte faz parte da minha vida. Não me enxergo mais sem praticá-lo", salienta Taniguchi. Seu treinador é o professor Luís Gustavo Pena, orientando de Gorla e atual técnico da Seleção Brasileira de rugby.

“O Alexandre é sempre o primeiro a ser convocado no ranking da seleção paralímpica, numa lista em que figuram grandes atletas. É um orgulho para nós”, afirma Gorla, ao falar do atleta. “Ele é o Guga do rugby. Eu não consigo conceber esse esporte sem o Alexandre”, comenta emocionado, relatando que a FEF é uma das poucas faculdades que propiciam acessibilidade aos seus atletas. 

Rugby em cadeira de rodas (RCR)
O rugby é um esporte paralímpico que foi criado no Canadá nos anos de 1970, como alternativa de prática para pessoas com tetraplegia. Inicialmente, o esporte era uma alternativa para aqueles atletas com limitações de força nos membros superiores que não tinham espaço de prática no basquete em cadeira de rodas. O RCR é jogado por dois times de quatro jogadores cada (e quatro reservas adicionais) em uma quadra com as mesmas dimensões da quadra de basquetebol (28 x 15 metros). Os gols são anotados quando os atletas ultrapassam o gol na linha de fundo adversária carregando a bola (espaço de oito metros demarcado no centro das linhas de fundo por dois cones). Atualmente, conforme dados da Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas (ABRC, 2019), o rugby está presente em 32 países. No Brasil, a modalidade é praticada desde 2005.