Formação de professores
é tema de evento na FE

11/12/2014 - 13:50

As professoras Ana Archangelo e Eliana Ayoub

Um encontro na Faculdade de Educação (FE) da Unicamp reunirá coordenadores de programas que atuam na formação de professores. O evento, intitulado Formação de professores e programas institucionais: políticas públicas em contexto, acontece no próximo dia 16 (terça-feira), das 9h00 às 17h30, no salão nobre da FE. Busca refletir sobre a formação docente na universidade e sobre os programas institucionais no cenário das políticas educacionais em vigor. Também busca partilhar a produção dos projetos em andamento. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no endereço da FE.
 
Organizado pela Comissão Permanente de Formação de Professores da Unicamp (CPFP), ligada à Pró-Reitoria de Graduação (PRG), o encontro reúne uma série de programas institucionais que a Unicamp vem desenvolvendo na área da educação, entre eles o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), o Programa das Licenciaturas Internacionais (PLI), os Laboratórios Interdisciplinares de Formação de Educadores (Life), o Pacto Ensino Médio, o Prodocência e o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic). Participam das atividades professores universitários envolvidos com a licenciatura, estudantes dos cursos de formação de professores, profissionais da rede e interessados.

De acordo com as organizadoras, as professoras da FE Ana Archangelo, presidente da Comissão Permanente, e Eliana Ayoub, vice-presidente, a expectativa é atingir 100 participações. "Faremos uma avaliação dos pontos em comum das políticas educacionais nacionais com a política de formação de professores na Unicamp. Será uma grande discussão”, considera Ana Archangelo. Segundo ela, a importância desses programas é que eles valorizam a reflexão sobre a prática voltada à formação de professores. “Falamos tanto que no Brasil precisamos de uma educação de qualidade, mas não fazemos uma educação de qualidade sem bons professores”, defende. “A Unicamp tem estado envolvida nessa luta da formação de professores de qualidade e temos vários cursos de licenciatura que concretizam essa nossa preocupação – de formar bem os docentes.”

Esses programas, lembra Ana Archangelo, vêm incrementar tal formação. Por outro lado, ela salienta que é preciso avaliá-los criticamente, por serem programas especiais, e não programas que atendem todos alunos em formação. “Mesmo assim, teremos que fazer essa avaliação. Este é o momento”, pontua.

Conforme Eliana Ayoub um aspecto importante desses programas é a relação da universidade com a escola básica. “Todos eles têm esse olhar, numa relação de parceria: não da universidade para a escola, mas com a escola”, ressalta. Além disso, esses programas também trazem subsídios para o ensino e a pesquisa da Universidade.

O Pibid, por exemplo, colabora mensalmente com uma destinação significativa de bolsas para docentes da Universidade, que são os coordenadores; para supervisores das escolas (que são os professores das escolas) e para os graduandos (que são os bolsistas ID), para custear atividades. O PLI, que atua como se fosse um programa Ciência sem Fronteiras da formação de professores, ofertou recentemente bolsa a sete estudantes para fazerem a graduação na Universidade de Coimbra, Portugal, onde permaneceram dois anos fazendo o seu curso de licenciatura – uma graduação-sanduíche.

O Life destinou cerca de R$ 200 mil para a Unicamp montar três laboratórios. O Pacto Ensino Médio e o Pnaic também mobilizaram uma boa verba para os docentes da Universidade, que coordenam; para os supervisores, que são pessoas que atuam na rede fazendo essa interface; e para as orientadoras de estudo, que são as pessoas da rede que vêm para a Unicamp fazer a sua formação e depois compartilhar esse conhecimento. “É uma ideia de rede mesmo”, qualifica Eliana.

Atualmente, a Unicamp possui 24 cursos de formação de professores. “Estamos passando por um processo amplo de discussão desses cursos e dos seus currículos, tendo em vista uma formação mais qualificada. Temos sentido ainda impactos de legislações sobre os nossos cursos”, revela Eliana.

A formação de professores passa por um momento de mudanças. “Tem havido uma discussão mais sistemática na instituição. Temos um fórum permanente de reflexão sobre esses cursos. Isso é muito importante e vem valorizando a formação dos professores. Já o processo de mudança de legislação tem exigido de nós uma reflexão sobre que tipo de formação queremos oferecer e como é que essa formação dialoga, ou não, com algumas exigências legais”, comenta Ana.

Programa
O evento prevê uma mesa-redonda com os coordenadores dos seis programas. Também está prevista uma palestra, que será proferida pela professora Luiza Helena da Silva Christov, da Unesp-SP. A convidada tem vasta experiência na formação de professores na universidade e uma ampla atuação na avaliação de projetos institucionais pela Fundação Carlos Chagas. “Ela tem um trânsito nessa discussão das políticas educacionais e vem para dar uma palestra sobre o Pibid, de quem foi coordenadora, nessa relação com as políticas existentes”, conta Ana.

Na sequência, acontece o lançamento de três livros do Pibid, da coleção Formação Docente em Diálogo, organizada pela coordenação institucional e publicada em 2014. São suas temáticas “Criando uma nova cultura nos cursos de formação de professores” (volume 1), "Construindo parcerias entre a universidade e a escola pública" (volume 2) e "Ampliando horizontes" (volume 3).

Após o lançamento dos livros, serão inaugurados dois laboratórios do programa Life na FE. Um deles é o Laboratório Interdisciplinar de Estágios Curriculares, localizado no prédio central da FE. O outro é o Laboratório Interdisciplinar de Atividades Corporais e Artísticas, situado num prédio anexo à FE. Em outubro, foi inaugurado no Instituto de Química (IQ) o Life Ciências. “São espaços que têm como objetivo o trabalho com a formação de professores na relação universidade-escola e que foram equipados com verba federal”, informa Ana.

Na programação, ainda haverá uma oficina de música. O evento deve articular todos esses projetos de formação de professores. “Essa é uma oportunidade de ampliar as discussões para além do nosso círculo. Os debates que estão havendo são amplos, sistemáticos e importantes”, na opinião de Ana. “É fundamental que os cursos de graduação da Unicamp como um todo, não somente os da área de formação, saibam que nesse contexto é produzido conhecimento. Os programas trazem recursos para a universidade e estão em consonância com o ensino, a pesquisa e a extensão, de forma rica e intensa”, acrescenta Eliana.