Unicamp nos sets de filmagem
para desvendar crime da cabra

24/11/2014 - 14:00

A professora Ariane Porto

A professora Ariane Porto

Teresa Aguiar, uma das diretoras do filme

Teresa Aguiar, uma das diretoras do filme

Teresa, Ariane e Edison Lins (apoio do GGBS)

Teresa, Ariane e Edison Lins (apoio do GGBS)

Um longa-metragem que retrata a cidade de Campinas terá a participação de alunos, funcionários e professores da Unicamp. Este é o novo projeto da professora Ariane Porto, docente do Instituto de Artes (IA). O roteiro foi escrito por ela e Ricardo Grynszpan, uma adaptação da peça teatral O crime da cabra, de Renata Palottini. O trabalho conta com a direção de Teresa Aguiar e Pedro Molfi. Até o momento, metade do filme já foi rodado. A previsão de término é dezembro e o lançamento deve ocorrer no primeiro semestre de 2015, próximo às férias de inverno.

O longa é uma comédia de costumes que procura fazer uma homenagem ao circo e a Mazzaropi (1912-1981), ator e cineasta de renome. “O filme parte de uma criação lúdica envolvendo o menino Mazzaropi, ao descobrir o mundo do circo. Desvenda o imaginário ingênuo do interior, para contar a estória de uma cabra esperta que come dinheiro e provoca situações hilárias como por exemplo uma disputa para ver quem ficaria com o animal. Quem quer saber com quem fica a cabra? Assista ao filme”, convida Ariane.

Segundo a docente, esse é um filme-escola que assumiu a linguagem do cinema. “O trabalho está ficando muito interessante”, garante a professora. Ela conta que a diretora Teresa Aguiar é uma profissional cuja característica tem sido a de descobrir novos talentos. Foi ela quem revelou, à época, nomes como Regina Duarte e Ney Latorraca. Para Teresa, essa é uma chance que a Unicamp tem de se integrar melhor a Campinas, pois a ideia que se tem é de que a Universidade é uma esfera à parte da vida de Campinas, localizada em outra cidade - a Cidade Universitária. “Campinas vai ganhar com isso na medida em que seus participantes vão conhecê-la melhor: as suas nuances, os seus problemas. E os alunos, em particular, vão exercer o que aprenderam na instituição”, comenta.

Edison Lins, coordenador do GGBS, um dos apoiadores do filme, relata que a participação sobretudo dos funcionários da Unicamp é uma oportunidade histórica. Ele relembrou que Teresa marcou época no teatro de Campinas, que foi, no passado, reduto do teatro estudantil e uma referência nacional. "A ideia é inclusive recuperar esse passado. Os novos jovens estão tendo a oportunidade de saber o que passamos. Era uma época muito criativa", ressalta.

Ariane informa que primeiramente foi montada uma oficina na Unicamp e depois um grupo de teatro chamado Arte Única. Teresa Aguiar e Pedro Molfi realizaram a preparação do elenco, e o projeto ganhou evidência, dando origem a uma coprodução, da qual participam os veteranos Lima Duarte, Arlete Salles e Laura Cardoso, que ajudaram a criar o filme-escola. “A comunidade universitária terá a oportunidade de atuar lado a lado com esses artistas consagrados. Estarão com eles nos sets de filmagem”, detalha Ariane, que é professora de Produção. “Eles estão atuando e nós descobrindo talentos. O grupo de teatro já está escolhendo a próxima peça teatral para encenar. Esse trabalho já foi feito em Paulínia”, diz Ariane.

"A intenção é integrar Campinas e a Unicamp entre si, enquanto comunidade e como cidade. Pretendemos ter um produto cultural apto a ser lançado não apenas no cinema, mas também na TV. Até aqui, as filmagens envolveram mais de 80 pessoas e aconteceram em diferentes lugares da cidade e da zona rural: na Praça Carlos Gomes, no Solar das Andorinhas, no Parque Ecológico, em Sousas, em Joaquim Egídio e em diversas cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC). A direção de fotografia ficou sob a responsabilidade de Carlos Ebert. “Quem assistir ao filme, terá grandes surpresas, inclusive no elenco”, afirma Ariane.

O funcionário do GGBS Ricardo Trainotti relata que a captação de financiamento para o filme será feita de modo coletivo e espontâneo no site do crowdfunding do GGBS. "A partir da doação de R$ 15,00, o doador terá seu nome incluído nos créditos do filme e, a partir de R$ 30,00, a pessoa recebe uma cópia do filme em DVD", realça. Patrocinam o filme, além do GGBS, o IA e órgãos como a Prefeitura de Campinas, e hotéis e restaurantes da cidade. "É um espetáculo da família, uma estória bem-feita e limpa. E as pessoas que não veem Campinas como uma cidade turística, vão constatar justamente o contrário."