Evento discute o arquivamento
de documentos em nuvem

30/10/2014 - 14:24

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Neire do Rossio Martins

Neire do Rossio Martins

Cláudia Lacombe

Cláudia Lacombe

José Raimundo Oliveira

José Raimundo Oliveira

A preocupação com a preservação de documentos arquivísticos digitais deve começar no momento em que estes são gerados. O formato utilizado, por exemplo, pode facilitar ou dificultar a guarda. A afirmação foi feita na manhã desta quinta-feira (30) por Neire do Rossio Martins, coordenadora do Sistema de Arquivos da Unicamp (Siarq), durante a abertura de mais uma edição dos Fóruns Permanentes, que teve como tema “Arquivamento de documentos em nuvem”. Segundo ela, guardar os documentos produzidos por uma instituição pública, especialmente na internet, requer uma série de cuidados.

Neire lembrou que o desafio da preservação também envolve a decisão sobre quais documentos guardar e por qual prazo. “Obviamente, não se trata somente de preservar, mas também de assegurar a autenticidade, a confiabilidade e a acessibilidade a esses documentos”. Na mesma linha, Cláudia Lacombe, presidente da Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos do Conselho Nacional de Arquivos, afirmou que o repositório escolhido para deter a documentação precisa ser igualmente confiável.

De acordo com ela, o Brasil, bem como o restante do mundo, está engatinhando em relação ao uso da computação em nuvem para essa finalidade. “Ainda estamos analisando as questões envolvidas no uso dessa tecnologia, como as vantagens e riscos. O que nos parece claro, porém, é que não podemos prescindir desse tipo de recurso”. Chamado a falar sobre os aspectos técnicos relacionados à computação em nuvem, o professor José Raimundo Oliveira, coordenador de Tecnologia de Informação e Comunicação da Unicamp, concordou que a preservação de documentos na nuvem é um desafio.

Em sua intervenção, o docente destacou que o principal objetivo da computação em nuvem é reduzir os custos associados ao gerenciamento dos recursos de hardware e software. “Existem quatro modelos de implantação: nuvens públicas, privadas, híbridas e comunitárias. Entre os benefícios que elas podem proporcionar estão a centralização da infraestrutura computacional, economia de energia e agilidade na alocação dos recursos computacionais”, elencou.

Conforme Claudia Lacombe, um ponto que sempre deve ser levando em consideração é a segurança proporcionada pelo repositório. “Cada modelo se presta a uma aplicação. A nuvem pública, por exemplo, não é a mais indicada para preservar documentos sigilosos ou que contenham dados privativos sobre os cidadãos”, considerou.

O professor José Marcos da Cunha, assessor da Coordenadoria Geral da Universidade (CGU), promotora dos Fóruns, destacou que o tema abordado no evento é central nos dias que correm. Segundo ele, o arquivamento de dados tem de ser feito de modo a oferecer credibilidade e acessibilidade, além de contribuir para a preservação da memória.