A participação da Unicamp
no Inglês sem Fronteiras

28/10/2014 - 15:38

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Matilde Scaramucci, coordenadora do IsF na Unicamp

Matilde Scaramucci, coordenadora do IsF na Unicamp

Edmundo Capelas de Oliveira, da Comvest

Edmundo Capelas de Oliveira, da Comvest

A Unicamp participou pela primeira vez do Inglês sem Fronteiras (IsF), programa criado pelo governo federal para suprir demandas do Ciência sem Fronteiras (CsF) e de outros programas de intercâmbio governamentais. A Universidade ofereceu 5.050 vagas para que seus alunos de graduação e de pós-graduação pudessem realizar o exame TOEFL ITP, que avalia compreensão oral e escrita, além de expressão escrita. Para isso, foram disponibilizados vários locais em dias e horários diferentes durante o mês de setembro. A aplicação demandou um grande esquema de preparação e logística, que contou com a participação de funcionários da Vice-Reitoria Executiva de Relações Internacionais (Vreri) e da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (RPG), num primeiro momento, e também da Diretoria Acadêmica (DAC). A logística da aplicação ficou a cargo da Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest). 

O Inglês sem Fronteiras é uma iniciativa conjunta do Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Superior (SESu) e Coordenação da Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Ao incentivar o aprendizado do idioma inglês, visa a facilitar o acesso de graduandos e pós-graduandos, através do CsF, a universidades de países onde as aulas são conduzidas total ou parcialmente na língua inglesa. As ações incluem, além disso, a oferta de cursos presenciais em universidades federais e um módulo de autoinstrução chamado My English Online (MEO), elaborado pela National Geographic Learning, contendo materiais que o aluno pode acessar e estudar sozinho. 

A professora Matilde Virginia Ricardi Scaramucci, diretora do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) e coordenadora do IsF na Unicamp, adianta que a sigla do programa governamental logo vai significar Idiomas sem Fronteira, com a inclusão de programas também para o espanhol, francês, italiano e português para falantes de outras línguas. “Um dos maiores problemas do CsF é, sem dúvida alguma, os baixos níveis de proficiência em línguas estrangeiras e especialmente em inglês dos alunos brasileiros”. 

Segundo Matilde Scaramucci, o programa começou pelas universidades federais, sendo que a Unicamp entrou somente agora no sistema de avaliação dos candidatos, na Demanda 5, referente ao segundo semestre deste ano. “Aplicamos o teste TOEFL ITP, que nos foi cedido gratuitamente para que nossos alunos pudessem não apenas ter um diagnóstico de seu nível de proficiência, mas também concorrer a vagas em algumas universidades americanas onde esse exame é aceito. Apesar do teste gratuito, todas as despesas de aplicação, envolvendo o pagamento de fiscais e aplicadores, ficaram por conta da Universidade, enquanto que nas federais são, em grande parte, custeadas pelo programa.” 

A diretora do IEL explica que as instituições participantes deveriam informar quantas vagas poderiam disponibilizar para os testes, com os alunos se inscrevendo diretamente no portal do IsF. “Para que pudéssemos dimensionar quantos seriam os possíveis candidatos, solicitamos à Comvest a realização de uma consulta prévia, que foi feita através de sua página durante os meses de julho e agosto. Diante de 4.965 alunos que demonstraram interesse, abrimos 5.050 vagas e fizemos um levantamento dos locais disponíveis nas unidades. Conseguimos 22 salas para aplicação do teste nas manhãs e tardes, dando a oportunidade de escolha de dias e horários. É importante salientar que não apenas esses alunos que demonstraram interesse puderam se inscrever, mas todos aqueles que estão regularmente matriculados na Universidade, uma vez que a lista com todos os alunos e seus CPFs foi enviada ao IsF pela DAC.” 

O ponto negativo apontado pelo professor Edmundo Capelas de Oliveira, coordenador da Comvest, foi a quantidade de alunos que se inscreveu, mas não compareceu, em detrimento da montagem de todo um aparato envolvendo salas, equipamentos, fiscais, aplicadores de testes e funcionários da Universidade. “Dos quase cinco mil inscritos para a aplicação, 1.324 simplesmente não apareceram. Considerando o aparato complexo que tivemos de montar, com custos para a Universidade, precisamos pensar em estabelecer um compromisso do aluno, como por exemplo, uma taxa de inscrição, ainda que passível de devolução.” 

Outra questão, observada pela professora Matilde Scaramucci, é que o teste de proficiência do IsF segue o protocolo de aplicação internacional, estabelecendo, entre outras normas, que haja um fiscal para cada 25 alunos e a distância mínima de 1,5m entre as carteiras, assim como um aplicador devidamente treinado pela Mastertest, empresa responsável pelo envio  e  correção dos testes e disponibilização dos resultados. “Em auditórios como do IEL, com capacidade para 110 pessoas, pudemos colocar apenas 55 candidatos. Seria muito importante se pudéssemos ter alguma compensação por esse esforço, como as universidades federais, que recebem recursos para cursos presenciais e até mesmo para implantação de laboratórios de línguas.” 

Avanço na internacionalização 

O professor Luís Alberto Magna, pró-reitor de Graduação, é de opinião que a realização dos testes do IsF pela primeira vez na Unicamp permitiu avançar na agilidade da certificação dos alunos que pretendem realizar intercâmbio e, com isso, otimizar o processo de mobilidade estudantil. “É importante notar que o programa IsF abarcará outros idiomas, tais como francês e espanhol, além do português (para certificação dos alunos que virão à Unicamp). É preciso reconhecer que se trata de um avanço na internacionalização da nossa Universidade, conduzido muito bem e seguramente pela professora Matilde Scaramucci e o professor Edmundo Capelas de Oliveira, com infraestrutura própria fornecida pela Comvest.”