A Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp atinge no próximo dia 24 de outubro a marca de mil teses de doutorado no contexto do seu programa de pós-graduação, considerado o maior do Brasil. O número acumulado representa perto de 1/4 dos doutoramentos concluídos no país na área. A milésima tese tem como tema “Nanoantenas para Acoplamento e Comunicação entre Dispositivos Fotônicos” e será defendida por Gilliard Nardel Malheiros Silveira, sob a orientação do professor Hugo Figueroa.

Para comemorar a tese de doutorado de número mil, a FEEC está programando um evento para o próximo dia 31 de outubro. Na ocasião, será feita uma homenagem a todos os doutores formados pela Faculdade, nas figuras de Celso Bottura, autor em 1973 da primeira tese, e do seu orientador na época, Yaro Burian Jr. Ambos se aposentaram como docentes da FEEC, mas continuam atuando como professores colaboradores. Após a cerimônia, Bottura apresentará a conferência intitulada “Reflexões sobre Pós-Graduação, Pesquisa e Desenvolvimento no Brasil”.

De acordo com o diretor da FEEC, professor José Antenor Pomilio, foi graças à visão desses e de outros pioneiros, consolidada pelas gerações subsequentes, que a Faculdade tem trilhado um caminho de sucesso. Um dos indicadores desse êxito, diz, é o fato de o programa de pós-graduação receber, nas últimas duas décadas, a nota máxima (7) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão subordinado ao Ministério da Educação.

A despeito desse elevado nível de excelência, Pomilio considera que ainda há espaço para aperfeiçoamentos. “Sempre é possível melhorar, e estamos trabalhando para isso. Novos desafios surgem a cada momento. Um deles é a renovação do nosso quadro docente. Vários professores estão se aposentando e temos que substituí-los por profissionais que mantenham o mesmo nível de produção acadêmica. Felizmente, o nosso processo de seleção é muito criterioso e estamos conseguindo suprir as necessidades”, afirma.

O programa de pós-graduação da FEEC está estruturado em seis áreas de pesquisa: Automação; Eletrônica, Microeletrônica e Optoeletrônica; Energia Elétrica; Engenharia Biomédica; Engenharia de Computação; e Telecomunicações e Telemática. Atualmente, conta com cerca de 100 docentes permanentes, 600 estudantes e forma perto de 10% dos doutores brasileiros na área. Ao todo, a FEEC formou 2.200 mestres nos últimos 40 anos. Esses recursos humanos altamente qualificados estão espalhados por todo o Brasil e até pelo exterior.

Histórico
A pós-graduação em Engenharia Elétrica da Unicamp iniciou formalmente suas atividades em 1972, com a implantação da Comissão de Pós-graduação (CPG) da então Faculdade de Engenharia de Campinas, que congregava os cursos de Engenharia Elétrica e de Engenharia Mecânica. Nomeada pelo diretor, professor Manoel Sobral Jr., a primeira CPG foi composta pelos professores Dino Ferraresi, Yaro Burian Jr. e Rege Romeu Scarabucci, seu coordenador. A primeira reunião foi realizada em 7 de janeiro daquele ano.

No dia 19 de dezembro de 1973 foi defendida e aprovada a primeira tese de doutorado de um aluno do programa de pós-graduação em Engenharia Elétrica da Unicamp, intitulada “Contribuição ao Estudo do Controle de Torque em Máquina Série por Modulação em Largura de Pulso”, de autoria de Celso Bottura, com orientação do Yaro Burian Jr.

Alguns meses antes, no dia 1º de setembro de 1973, o primeiro título de doutorado em Engenharia Elétrica fora concedido pela Faculdade de Engenharia de Campinas a Drumond Xavier Cavalcanti Lima. Intitulado "Planejamento de Reativos em Sistemas de Potência", o trabalho foi orientado pelo professor Dirk Andrea Rheinboldt e pelo professor Hermano de Medeiros Ferreira Tavares.

Embora este tenha sido o primeiro título de doutorado concedido, o professor Drumond não era aluno do programa de pós-graduação, tendo se titulado fazendo uso dos procedimentos para doutoramento anteriormente vigentes, baseados em decretos federais da década de 1930, que exigiam apenas a apresentação de uma tese perante uma banca.